Fanfic: No Mundo da Dulce(adaptada) | Tema: Vondy
— Dulce, ei! — Ele se sentou apressado. — Eu estava... humm... vendo se ela... ééééé... — E coçou a cabeça.
— Estava possuída por um espírito maligno? — ajudei.
— Muito engraçado. — Ele colocou a cachorra de lado e ficou de pé, passando as mãos pelos cabelos despenteados e alisando a camiseta. — Estava vendo se os reflexos dela estão normais depois da sedação. E estão, caso queira saber. Mas parece um pouco cansa...
— Madona, não! — Eu corri até ela, já parcialmente dentro de um saco de Doritos jogado no chão, e a peguei no colo. — Você disse que ia arrumar a bagunça.
— E vou! — Ele olhou em volta com a testa franzida e coçou a nuca outra vez. — Por onde eu começo?
Revirei os olhos.
— Pelo começo. Mas acho melhor você deixar a Madona trancada em um lugar seguro. Eu te ajudo a arrumar essa zona.
— Isso seria... legal demais! — Ele exibiu um meio-sorriso.
— Disse que vou ajudar, não que vou fazer o trabalho por você — esclareci.
— Eu sei, eu sei. E é ótimo mesmo assim! Deixa só eu olhar como a lavanderia está.
Ele desapareceu na cozinha e praguejou segundos depois. Eu ri, ainda com Madona no colo, pensando se seria possível remover aquela tinta azul dos pelos brancos. Maite teria um ataque se a visse assim.
A barulheira vinda da lavanderia não era nada animadora, de modo que me acomodei no sofá, ainda com a cachorra nos braços, e esperei. Quinze minutos depois, Christopher anunciou que estava tudo em ordem. Ele tinha colocado todos os produtos de limpeza no alto, sobre o armário de vassouras, e tudo que restara no chão eram as tigelas com ração, água fresca e a grande almofada púrpura. Eu sacudi a cabeça em aprovação e coloquei Madona sobre as próprias patas. Ela tomou um pouco de água e cheirou a almofada antes de se acomodar nela.
— Certo — Christopher disse ao fechar a porta que separava a lavanderia da cozinha.
— Acho que agora podemos fazer tudo com calma.
— Por onde quer começar?
— Pela sala, eu acho. É o mais crítico.
— Fico aliviada em ouvir isso.
Nós nos dividimos nas tarefas. Ele varria o chão e eu separava em sacos plásticos o que era lixo, roupa suja ou material de trabalho espalhados por todo lado. Christopher tinha feito uma tremenda bagunça.
Incrivelmente, ele conseguiu deixar o chão limpo muito antes de eu terminar de recolher tudo, então avisou que seguiria para o quarto. Permaneci na sala. Por mais que eu tivesse oferecido ajuda, seria preciso muito mais que uma zona de guerra disfarçada de roupas sujas para me fazer entrar naquele quarto com Christopher.
Acabei minha tarefa meia hora depois, deixando apenas um móvel coberto de entulho. Christopher me encontrou ali, um saco cheio de roupas sujas nos braços.
— Achei. — E me mostrou a tampa roída da Pilot.
— O que eu faço com o Lego? — perguntei.
Ele deu risada.
— Não é Lego. É Revell.
Analisei as pecinhas com atenção.
— Pra mim parece Lego.
— Mas não é. — Ele deixou o saco de roupas sobre o sofá e seguiu até a mesa de jantar, se posicionando bem ao meu lado. — É plastimodelismo. Construir miniaturas idênticas a tanques de guerra, carros, aviões, motos originais...
— Ah, entendi! Igual Lego.
Ele bufou.
— Lego nem chega perto da precisão e da riqueza de detalhes. Olha isso aqui. — Ele pegou uma peça branca que se parecia... bom, com uma pecinha de Lego. — Tá vendo os detalhes na parte da frente desse Mosquito? Aqui é o canhão. Fica no nariz da aeronave. Foi construída durante a Segunda Guerra Mundial, e, como metal era raro na época, os canadenses a construíram quase que totalmente de madeira. Mais de mil Mosquitos foram produzidos e incorporados às frotas canadense e britânica. Esse aqui é um Mosquito FB XVII. Além da metralhadora calibre trinta, contava com um canhão de cinquenta e sete milímetros, capaz de fazer um grande estrago, e um sistema, genial para a época, que o recarregava em apenas vinte segundos... Por que está me olhando com essa cara?
Pisquei, atônita demais para fazer qualquer outra coisa.
— Como você sabe tudo isso?
Ele deu de ombros.
— Jornalista, lembra? E eu gosto de coisas rápidas. E que graça teria montar um avião sem conhecer a história dele?
— Que graça teria... — repeti, pegando uma peça que se parecia muito com um microlápis.
É claro que eu sabia que Christopher era culto. O que eu não fazia ideia é que ele pudesse ser tão interessante e fascinante como demonstrava cada vez que abria a boca.
— Surpresa? — Ele encostou os quadris à mesa, apoiando as mãos no tampo.
— Você acreditaria se eu dissesse que não exatamente? — Coloquei o lápis de volta no lugar.
Ele franziu a testa, as sobrancelhas unidas.
— Não fazia ideia que você gostava de brincar de Lego — expliquei. — Mas, de certa forma, se eu tivesse de pensar em um passatempo pra você, seria algo desse tipo. Que acrescenta alguma coisa além de divertir. Você é esse tipo de cara. Que faz a gente querer ser uma pessoa mais bacana e inteligente.
— A gente quem? — perguntou em voz baixa.
— Eu — me ouvi dizendo.
Suas feições suavizaram por um breve instante antes de se tornarem rígidas, mas não de um jeito ruim. Era como se determinação e desejo se misturassem e tomassem o controle. Engoli em seco quando aquele olhar predatório apareceu e grudou em meus lábios.
Ai, não!
— Você é a única pessoa com quem quero falar nos últimos tempos — ele murmurou, se aprumando e se aproximando, até meu ombro se alojar em seu peito firme. — Tudo o que sai da sua boca me fascina.
Então aconteceu de novo. Nossos lábios se encontraram e aquela força estranha que me empurrava para ele me fez agarrar seu pescoço largo como se minha vida dependesse dele. Christopher parecia guiado pela mesma energia, me apertando, me engolindo com insensatez e abandono, fazendo a sala ao meu redor desaparecer.
Ele se inclinou sobre mim, me fazendo encostar na mesa. Bem longe, ouvi o ruído de algo caindo no chão.
Christopher pressionava o corpo contra o meu, mordiscando meu queixo. Minhas mãos agiram por vontade própria e o ajudaram a se livrar da camiseta. A pele clara reluziu sob a luz fluorescente, me deixando faminta para saborear cada centímetro dela.
Seus dedos ágeis, dentro da minha blusa, me fizeram revirar os olhos e esfregar ainda mais meu corpo contra aquelas mãos quentes. Eu gemi, e Christopher mais uma vez cobriu minha boca com a sua, tornando tudo muito sério, me levando ao limiar entre o delírio e a total insanidade.
Mas, sem qualquer aviso, ele se afastou, e eu solucei algo que pareceu um lamento. Arfando e cega de desejo, lutei contra a nuvem turva da luxúria para entender o que havia acontecido e encontrei Christopher a menos de um passo. O peito amplo e definido subia rápido demais, nu, em um convite descarado para que eu o tocasse. Levantei os olhos e encontrei seu rosto contorcido, em uma luta de vontades.
— O que você quer, Dulce? — ele falou, com a mandíbula trincada, os olhos fixos nos meus.
Seu tom de voz conseguiu perfurar aquela névoa e alcançar minha parte racional, me fazendo entender seu distanciamento repentino. Ele não queria que eu me entregasse para depois fazer uma cena proclamando aos quatro ventos como me sentia revoltada por ter ido para a cama com ele. Ele queria uma resposta clara, que não deixasse dúvidas. Christopher estava me deixando ir embora, estava me dando a chance de não cometer o mesmo erro. Só que...
— Quero ficar com você — sussurrei.
Ele estremeceu de leve, voltando para junto de mim, mas tomou cuidado para que nossos corpos não se tocassem.
— Ficar comigo de que jeito?
Empinei mais a cabeça para olhar dentro de seus profundos olhos castanhos.
Pelo jeito como cerrava as mandíbulas, percebi que fazia uma força imensurável para se manter no controle. Ah, eu queria aquele homem. Tanto que chegava a doer.
— Você sabe como, Christopher.
Ele enlaçou minha cintura e se inclinou para deslizar o nariz por minha clavícula, mordiscando de leve meu ombro, os dedos se arrastando vagarosos por meus braços.
— Assim? — perguntou contra a minha pele.
— É.
Virando a cabeça, ele fez o caminho de volta, beijou meu pescoço em todos os pontos sensíveis e continuou descendo até se enterrar no vale entre meus seios e inspirar profundamente, enviando milhares de impulsos elétricos que atingiram meus ossos, me fazendo estremecer em seus braços. Suas mãos me ampararam com firmeza.
Christopher riu.
— Seu corpo me diz o que quer, mas sua cabeça sempre discorda. Preciso que você seja mais clara, Dulce. Preciso que seja honesta comigo. — Ele pressionou o quadril contra o meu, arrancando um suspiro trêmulo de meus lábios. — Quero que me diga exatamente o que quer.
— Você — respondi, sem titubear, enroscando os dedos em seus cabelos encorpados e macios.
— Eu mal te ouvi, Dulce. O que foi que você disse? — Ele sugou um mamilo intumescido entre os dentes. Mesmo com o tecido da blusa e do sutiã entre a gente, pude senti o calor de seu hálito em minha pele.
Agarrei seus cabelos com força, trazendo seu rosto para junto do meu. Eu encarei seus olhos ardentes.
— Eu. Quero. Você — falei com a voz mais clara que pude, pontuando cada palavra para que não restassem dúvidas.
Inspirando fundo, o queixo trincado relaxou e, maravilhada, vi surgir aquele sorriso preguiçoso enquanto ele assentia uma vez, se rendendo, permitindo que a paixão o dominasse e consumisse por completo. Então voltou a me beijar.
E me deu exatamente o que eu queria.
Autor(a): leticialsvondy
Este autor(a) escreve mais 15 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Meninas sorry por não ter postado antes, é que eu estava em semana de prova aí não tava dando tempo de vir postar, mas agora que vou postar com mais regularidade, ok? ;) Tá legal. Eu transei com o Christopher de novo. Qualquer pessoa pode transar três vezes sem querer com alguém de quem não está ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 76
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
anne_mx Postado em 09/10/2022 - 23:32:35
Eu amei! Apesar de não curtir isso de cigana pq eu nao acrdito, mas a história de amor foi lindaaaa <3
-
roro Postado em 26/05/2020 - 22:24:53
Amei parabéns
-
candydm Postado em 10/09/2017 - 02:05:49
Meu Deus, eu não sei o que exatamente falar/escrever. Primeiramente, obrigada por voltar a postar, senti muita falta mesmo, meus olhos brilharam ao ver o tanto de capítulos novos que tinha para ler. Me desculpem por estar ausente nos comentários e consequentemente fazer você desanimar com a fic. Tentarei ser mais ativa daqui pra frente. Por fim, por favor, eu tô em choque querendo saber o que aconteceu com a Dulce, já estou (literalmente) chorando e sofrendo por antecipação. Posta mais, eu te imploro!
-
Juju Uckermann_ Postado em 07/09/2017 - 15:48:18
voltou a postar FINALMENTEEEE <3!!!!!!!!! Continuuuuaaaaaaaaa!!!
-
tati0905 Postado em 06/09/2017 - 21:10:02
Ahhhhhhhhh que bom que vc voltou a postar.....amei amei
-
Lilly Perronita Postado em 13/07/2017 - 15:41:56
essa fic é tão maravilhosa!!! cade vc???
-
tati0905 Postado em 30/06/2017 - 21:49:38
Como assim????Vai nos abandonar e nos deixar curiosas??? Postado mais.... não para não
-
drysouza Postado em 22/06/2017 - 02:24:26
como vc para logo nessa parte? estou surtando, posta logo...
-
AnazinhaCandyS2 Postado em 04/06/2017 - 16:48:02
Chocada que a Alexia terminou com o Christopher pq leu o horoscopo da Dul *0* Espero que a Alexia ñ tente volta com o Christopher!! O horoscopo funciona, Dul podia escrever no dela assim: 'Vc casara com um maluco por LEGO e vivera feliz sem nenhuma vara pau no caminho', perfeito gente!! Continua!!
-
AnazinhaCandyS2 Postado em 01/06/2017 - 20:42:55
Não acredito que o Poncho tava enganando a Annie, que safado e ainda tem noiva! Annie ñ devia fica braba com a Dul só pq ela escreveu aquilo do signo dela, ahh ñ quero as duas brigadas :( To vendo que essa historia do 'Na mira' vai trazer problemas pro casal vondy!! Afff la vem a vara pau da Alexia -_- Continua!!