Fanfics Brasil - Capítulo 33 (PARTE 3) No Mundo da Dulce(adaptada)

Fanfic: No Mundo da Dulce(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 33 (PARTE 3)

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— Vai guardar pra sempre.


Ele voltou sua atenção para mim.


— Por quê? Tem algum significado especial?


— Lógico! — Deixei um sorriso malicioso esticar meus lábios. — O marido vai pensar duas vezes antes de aprontar alguma.


Ele abafou a risada, enterrando a cabeça em meus cabelos, e foi essa a razão de eu ter recebido tantos olhares reprovadores. Os ciganos raramente demonstram intimidade em público.


A cerimônia terminou com gritos eufóricos e assobios, os convidados abriram caminho para o novo par, saudando-os com palmas e a tradicional chuva de arroz.


A música de um violino vibrante acompanhada do violão convidava todos para a dança.


— Ei, ninguém foi esfaqueado! — reclamou Anahí ao se aproximar, observando a grande roda se formando no centro da tenda e lindas ciganas de todas as idades dançando e fazendo reluzir as joias em sua cabeça, pescoço, pés e mãos.


Christopher parecia tão fascinado quanto eu ficava toda vez que as via bailar.


— Você disse que eles cortariam os pulsos — minha amiga insistiu.


— Não. Eu disse que antigamente se fazia isso, hoje em dia não dá mais. Só o corte simbólico.


— Acho que seria muito mais emocionante se fosse de verdade — ela reclamou, emburrada.


— E a festa terminaria no pronto-socorro — brincou Christopher.


— Dulce! — chamou uma voz de trovão. Eu me virei e tio Vlad já me abraçava.


— Como estou feliz por vê-la hoje, querida.


Ele me soltou e examinou meu vestido. Um sorriso de aprovação surgiu em seu rosto barbado.


— Muito bonita.


— Obrigada, tio Vlad, mas é a Sara quem está linda.


— Nossa, ela está um espetáculo! — elogiou Anahí. — O senhor deve estar muito orgulhoso.


— Não poderia estar mais. Que bom te ver também, Anahí.Eu estava prestes a apresentar Christopher quando meu tio me pegou pela mão, me examinando como se eu fosse uma vaca premiada.


— Sabe, Dulce, você devia aceitar a oferta de sua avó e passar um tempo conosco. Você poderia aprender muitas coisas. Posso conseguir um bom marido para você.


Reprimi um suspiro de desgosto. Tio Vlad não desistiria nunca.


— Tio Vlad, só vou me casar com alguém que eu amar de verdade.


— Sua mãe fez isso. Deu as costas para o seu povo, e veja como tudo acabou — rebateu, com o semblante obscurecido.


— Ela foi feliz com o meu pai — murmurei, corando. — Sei que foi. Aposto que ela faria tudo de novo se tivesse a chance.


— Não duvido. Ninguém conseguia dobrar a sua mãe. E você. Ah, que falta de educação a minha. — Ele estendeu a mão para Christopher e sorriu. — Sou Vladimir, tio da Dulce.


— Muito prazer, Vladimir. Sou Christopher Uckermann.


— Christopher Uckermann... — Repetiu tio Vlad, coçando a barba rala. — Seu nome não me é estranho.


— O Christopher é jornalista — expliquei. — Talvez o senhor o conheça de alguma reportagem.


— Pode ser. Vocês trabalham juntos?


Ele passou os olhou de mim para Christopher, a desconfiança se infiltrando lentamente conforme ele analisava a figura altiva e masculina sorrir de leve. Fiz uma prece silenciosa para tio Vlad não perguntar mais nada. Não sei por quê, mas tive a impressão de que Christopher podia muito bem dizer ao meu tio que era meu amante nas horas vagas.


— Ei, acho que a Sara tá precisando de ajuda. — Apontei para minha prima, no centro da tenda, tentando desenroscar as muitas pulseiras do curto véu rubro.


— Ah, me deem licença. Aproveitem a festa. — Ele fez uma mesura educada e partiu em socorro da filha.


Soltei um longo suspiro de alívio. Christopher ouviu, colocou a mão em minha cintura e aproximou a boca de meu ouvido mais uma vez.


— Interessante o que se ouve em uma reunião familiar. Então seu tio quer casar você com um cigano?


— Desde que eu tinha quinze anos. A mão em minha cintura se foi. Entendi o motivo assim que Raul se colocou entre nós, empurrando Christopher para trás.


— Olha só quem tá a cara da mamãe — Raul zombou, me avaliando dos pés à cabeça. — Bem cigana, maninha.


— Não enche. Cadê a Lorena?


— Ela não estava se sentindo bem. Preferiu ficar em casa com a mãe. Só dei uma passada na festa pra vó Cecília não encher meu saco pelo resto da vida. Vou embora daqui a pouco. — Ele desviou os olhos para minha amiga. — Nossa, Anahí, tá gostosa hoje, hein?


Anahí, já habituada à delicadeza do meu irmão, riu.


— Você também tá uma delícia, Raul.


— É tão reconfortante saber que minha irmã tem amigas inteligentes e de extremo bom gosto. — Mas, enquanto falava, ele voltou sua atenção para Christopher.


— E aí, cara? — Estendeu a mão para ele. — Espero não ter quebrado nenhum dente seu.


Christopher respondeu com um sorriso largo e completo.


— Não. Mas fiquei preocupado com o que poderia ter acontecido com seu nariz. Desvio de septo nasal é um problema sério.


Raul estreitou os olhos.


— Você veio de penetra?


— Vim — Christopher respondeu simplesmente.


Raul me lançou um olhar cortante. Um garçom passava por ali e aproveitei para pegar duas taças de vinho branco, estendendo uma para Christopher.


— Preciso falar com você. A sós — Raul disse, me pegando pelo braço e me arrastando.


Ah, aquilo estava ficando cada vez melhor.


Assim que estávamos a uma distância razoável, meu irmão começou:


— Que diabos você pensa que tá fazendo? Dormindo com o chefe, Dulce? Sério? E nem tenta dizer que não tá. É só reparar no jeito como o cara te olha pra saber que vocês estão se pegando.


— E o que isso tem a ver com você? — Beberiquei o vinho.


— O cara é mais velho. — Meu irmão literalmente apontou para Christopher, que, apesar de estar conversando com Anahí, mantinha a atenção em mim.


— Sete anos não é muita coisa — rebati, ecoando as palavras que Christopher me dissera não muito tempo atrás. Foi isso que ele quis dizer? Que nossa diferença de idade não significava nada?


— Ele é seu chefe. Só está atrás de uma transa fácil, e você sabe disso.


— E quem disse que eu quero outra coisa, Raul? Só porque eu sou mulher não posso querer um relacionamento baseado em sexo?


— Não, você não pode simplesmente porque é minha irmã. — Ele cruzou os braços, estufando o peito, seu rosto adquirindo um tom arroxeado.


Revirei os olhos.


— Odeio quando você tenta bancar o irmão mais velho.


— Você vai se machucar — alertou ele, me olhando atravessado. — E não acha que esqueceu o Pablo rápido demais, não?


— Ai, pelo amor de Deus, Raul! A gente conversa outra hora, tá bom?


— Tudo bem. Banque a teimosa. — Deu de ombros. — Só não vai me ligar depois, chorando que nem criança por causa desse cara. Eu não vou bater nele se você procurar sarna pra se coçar.


— Você não vai bater nele porque ele é mais forte que você.


Ele corou.


— O cara deu sorte e me pegou desprevenido no outro dia. Foi só isso.


Voltei para perto de Christopher, que parecia fascinado com tudo e todos ao redor.


Ele olhava, admirado, as meninas dançando, os meninos correndo de um lado para o outro, a comida sendo colocada nas mesas longas e largas, em cantos opostos da tenda. Avistei Anahí dançando meio descoordenada no centro de uma roda de saias rodopiantes e coloridas. Minha amiga parecia estar se divertindo um bocado.


— Por que você nunca me contou que pertencia a uma família cigana? — Christopher perguntou, sem desviar a atenção da festa.


— Mudaria alguma coisa?


— Não. — Um pequeno sorriso brotou em seu rosto. — Quer dizer, mudaria. Me faria entender melhor você e toda essa loucura que te cerca.


— Do que você tá falando?


— Desde que comecei a te notar, penso em você como uma feiticeira. Agora tudo faz sentido. — Ele continuava olhando para frente. — A resistência que sinto ao tentar me afastar, a ansiedade que me domina quando você lança esses enormes olhos verdes sobre mim, a expectativa ao te ver chegar. Só pode ser a sua magia cigana agindo, e isso me deixa completamente fascinado.


Um risinho infantil me escapou dos lábios.


— Você tá falando besteira. Não tem magia nenhuma. Nem cigana eu sou, só tenho uma parte. Minha mãe sim tinha magia. Meu pai me contou dezenas de histórias sobre ela.


— Pode me contar algumas?


— Depende. Onde está o jornalista? — brinquei.


— Longe, de ouvidos em pé, mas longe. — Christopher sorriu e finalmente se virou para me encarar. — Ele sabe diferenciar vida pessoal de trabalho.


— Tudo bem, eu conto. Mas outra hora, em um lugar menos barulhento.


— Promete?


Balancei a cabeça, concordando.


— Dulce! — A voz firme de minha avó soou atrás de mim.


Vovó usava suas roupas de festa, coloridas e brilhantes, com muito ouro por todo o corpo, deixando claras sua autoridade e liderança. Eu a abracei apertado e senti aquele aroma de jasmim que só a vó Cecília tinha.


— Sua bênção, vó.


— Deus te abençoe, filha. — Ela me segurou pelos ombros e me olhou de cima a baixo. Um sorriso orgulhoso dominou seu rosto. — Ora, ora, se você não criou um pouco de juízo e resolveu se vestir como a cigana que é. Falta um pouco mais de joias. Acho que vou comprar mais pulseiras para você, talvez um colar.


Ela me soltou e voltou a atenção para o homem ao meu lado. Com aquele sorriso encantador estampado na face enrugada, minha avó tomou a mão de Christopher em um cumprimento casual, mas notei quando ela girou a palma dele para cima e deu uma rápida olhada antes de soltá-la.


— Você! — ela disse, tocando o rosto dele com um carinho nada discreto. —  Eu estava esperando você chegar



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Autor(a): leticialsvondy

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Encarei minha avó com os olhos arregalados, a boca escancarada, as mãos suando. Eu sabia bem o que ela quis dizer com aquele “eu estava esperando você chegar”. Ela se referia ao homem que vira nas cartas. O meu homem. Aquele que me faria feliz por toda a vida. Só que esse cara não era o Christopher. Não podia ser o Christ ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 76



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  • anne_mx Postado em 09/10/2022 - 23:32:35

    Eu amei! Apesar de não curtir isso de cigana pq eu nao acrdito, mas a história de amor foi lindaaaa <3

  • roro Postado em 26/05/2020 - 22:24:53

    Amei parabéns

  • candydm Postado em 10/09/2017 - 02:05:49

    Meu Deus, eu não sei o que exatamente falar/escrever. Primeiramente, obrigada por voltar a postar, senti muita falta mesmo, meus olhos brilharam ao ver o tanto de capítulos novos que tinha para ler. Me desculpem por estar ausente nos comentários e consequentemente fazer você desanimar com a fic. Tentarei ser mais ativa daqui pra frente. Por fim, por favor, eu tô em choque querendo saber o que aconteceu com a Dulce, já estou (literalmente) chorando e sofrendo por antecipação. Posta mais, eu te imploro!

  • Juju Uckermann_ Postado em 07/09/2017 - 15:48:18

    voltou a postar FINALMENTEEEE <3!!!!!!!!! Continuuuuaaaaaaaaa!!!

  • tati0905 Postado em 06/09/2017 - 21:10:02

    Ahhhhhhhhh que bom que vc voltou a postar.....amei amei

  • Lilly Perronita Postado em 13/07/2017 - 15:41:56

    essa fic é tão maravilhosa!!! cade vc???

  • tati0905 Postado em 30/06/2017 - 21:49:38

    Como assim????Vai nos abandonar e nos deixar curiosas??? Postado mais.... não para não

  • drysouza Postado em 22/06/2017 - 02:24:26

    como vc para logo nessa parte? estou surtando, posta logo...

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 04/06/2017 - 16:48:02

    Chocada que a Alexia terminou com o Christopher pq leu o horoscopo da Dul *0* Espero que a Alexia ñ tente volta com o Christopher!! O horoscopo funciona, Dul podia escrever no dela assim: 'Vc casara com um maluco por LEGO e vivera feliz sem nenhuma vara pau no caminho', perfeito gente!! Continua!!

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 01/06/2017 - 20:42:55

    Não acredito que o Poncho tava enganando a Annie, que safado e ainda tem noiva! Annie ñ devia fica braba com a Dul só pq ela escreveu aquilo do signo dela, ahh ñ quero as duas brigadas :( To vendo que essa historia do 'Na mira' vai trazer problemas pro casal vondy!! Afff la vem a vara pau da Alexia -_- Continua!!


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