Fanfic: Meu programa de TV favorito | Tema: Vondy

Deixei que o Ucker chorasse o quanto pudesse. Ao sentir que ele estava mais calmo, acariciei seu rosto e lhe dei um beijo em seus lábios delicadamente.

    - Eu te amo! - ele sussurrou.

    - Eu também te amo! - falei.

     Ele me abraçou e ficamos assim por um tempo. Era um misto de sentimento dentro de mim.  Por mais que eu achasse que deveria sentir raiva, ao mesmo tempo, eu achava que eu deveria perdoa-lo.

     - Dul... - se se afastou do abraço e segurou as minhas mãos - Eu entendo se você não quiser mais ficar comigo, mas te peço uma coisa: não pare de vir aqui em casa. Eu e minha mãe precisamos tanto de você...

    - Eu não vou parar de vir aqui... Eu prometo!

     Ficamos em silêncio um tempo e eu suspirei para tomar coragem.

   - Eu não aguentaria ficar longe de você, de vocês! De jeito nenhum! Mas talvez possa me entender que eu precisava desse tempo. Estava muito magoada também.

   - Sim, eu entendo. Peço desculpas por isso.

   - Eu te desculpo! - sorri.

     Ele conseguiu esboçar um sorriso e me beijou. O beijo dele nunca perdia o encanto! Era impressionante como eu sempre sentia as mesmas sensações do primeiro beijo.

     Devagar nos separamos do beijo, mas continuamos abraçados e eu sentia seu coração bater aceleradamente. O meu também estava.

      - Sinto muito pelo seu filho! – falei.

      - Obrigado! - ele me apertou no abraço.

      - Nenhum filho substitui o outro. Mas um dia vamos ter um filho também. 

     Ele me olhou sorrindo e me deu um selinho.

      - Sim, com certeza vamos!

      Ele acariciou minha cabeça.

     - Agora por favor, me tira a dúvida que está me corroendo: O que houve entre você e seu chefe? – perguntou muito preocupado.

    - Ah... - fiquei um pouco contrangida em falar dele - Não houve nada. O que você viu foi porque ele insistia muito para me dar uma carona, e justo naquele dia acabei aceitando. Bem no dia que você foi falar comigo! Mas ele não foi outro dia.

     - Eu fui na sua casa todos os dias, mas eu nunca te encontrava.

     - Provavelmente porque eu saia mais cedo já que eu tinha que ir de ônibus.

     - E eu já achava que estava me evitando. – ele disse.

     - Bom... eu estava... - soltei um riso preso.

      - Mas... bom... você não ficaram né? – perguntou um pouco mais tranquilo, por já saber a verdade.

      - Não! - balancei a cabeça imediatamente. - Nunca! Eu não ficaria com ele!

      - Que bom!- soltou um sorriso aliviado. - Mas Dul... Eu já tenho uma solução para o nosso problema! 

       - "nosso problema"? – questionei.

       - Sim, o fato de ele dar em cima de você é um grande problema para nós dois! – ele soltou uma risada. - Mas eu já tenho tudo resolvido: Você vai trabalhar no meu programa!

      -  Que? Como assim?

      - Entreguei o projeto de um quadro para o programa e eles adoraram. É como se fosse uma sátira do programa "Altas Horas" em que o pessoal da plateia pergunta para a sexóloga. Só que quem vai fazer as perguntas vai ser o pessoal do programa mesmo. As perguntas são de humor, mas você vai responder profissionalmente.

       - É meio que um "Entrevista com o especialista" da Tatá Werneck?

       - Isso! Só que só com a psicóloga: Você!! – falou animado. - Vai ser a parte séria do programa, apesar da pergunta feita com humor.

      -  Nossa... - sorri. - Não sei nem o que dizer. Será que eu vou conseguir?

       - Sem insegurança agora, Dul! Lógico que vai conseguir!

       - Eu não tenho veia humorística!

        - Não precisa, como eu disse você vai fazer a parte séria! O humor é só deixar com a gente! E vai ser bem tranquilo! Você vai receber as perguntas antes. Vai dar para você montar seu próprio texto! E aí? O que acha?

      - Acho... que vai ser ótimo! - sorri.

      - Perfeito! Eu não via a hora de te tirar de perto desse seu chefe!

    Eu sorri do jeito do Ucker! Ah, eu o amo tanto! 

    A ideia do novo trabalho era perfeita. Ainda me causava um certo frio na barriga, mas pelo jeito tinha tudo para dar certo!