Fanfic: Você Está Livre Hoje? | Tema: AyA Ponny RBD Romance Hot

Ela tinha toda a razão, pois me chamava de "Anahí sempre correta". Não sei o que havia acontecido na noite anterior pra me fazer esquecer de todos os meus princípios e valores, mas lembrar de suas carícias e seus beijos eram razões suficientes pra me esquecer de tudo, inclusive meu próprio nome.

Suspirei e olhei pro tampo da minha mesa. Havia alguma restrição quanto ao horário?

Voltei a me lembrar das regras, ele não falou nada a respeito.

Levei as mãos ao rosto e senti um rubor tomar conta de minhas bochechas. O que eu tinha? Não havia se passado nem doze horas em que eu estive com ele e eu já ansiava estar com ele de novo. 

"E te asseguro que vai te deixar sem sentidos."

Me lembrei das palavras da mulher que me deu o número dele e devia reconhecer que tinha toda a razão, não só pelo sexo magnífico que tivemos, mas também porque estava me fazendo perder o sentido de tudo. O toque do telefone telefone fez voltar à realidade e atender a chamada do meu chefe.

Aparentemente pra minha saúde mental, o dia estava carregado de bastante trabalho, mas às vezes me vinham as lembranças da noite anterior fazendo meu corpo estremecer e eu rapidamente tratava de me concentrar no que estava fazendo.

Eram sete e meia da noite quando terminei a campanha publicitária em que estava trabalhando o dia todo. Desliguei o computador, tirei da bolsa a chave do escritório e enquanto estava parada em frente ao elevador, comecei a pensar. Será que seria muito da minha parte voltar a chamá-lo hoje? Não deixaria passar um dia ou dois pra voltar a ligar pra ele?

Mas só de me lembrar de suas carícias eu já ficava excitada. Era a primeira vez que algo assim me passava e não é que o sexo com Kuno fosse ruim, mas eu nunca havia me sentido completa como na noite anterior.

Eu e Kuno tínhamos cinco anos de namoro e ele era o único homem com quem já havia tido intimidades antes, até me deitar com aquele estranho que havia me mostrado um lado do sexo e de mim mesma completamente diferente na noite passada. 

Vi que meu celular vibrava anunciando uma chamada do Kuno e atendi rapidamente.

- Oi, Kuno, como vai? - disse assim que comecei a andar.

- Bem e você? Gostou das flores?

- Claro, são muito bonitas.

- Te disse que te recompensaria pelo jantar, estou aqui fora pra te levar pra jantar.

- Ok, te vejo em cinco minutos. Já estou de saída.

Desliguei e apertei o botão do elevador. Ao sair do prédio, vi o carro preto do meu namorado e subi. O dei um beijo rápido e ele me abraçou. Nesse momento senti todo o peso da culpa, ele não merecia o que eu tinha feito, não era justificação pra sua falta de tempo.

Quando nos separamos, ele me entregou uma pequena caixinha que abri imediatamente. Era um bonito colar em forma de meia-lua. A culpa aumentou e a senti em minhas costas como se fosse uma pesada bolsa de se carregar. Não só o havia enganado como também mantive o desconhecido o dia todo em meus pensamentos.

Fomos à um lindo restaurante de comida italiana e nos sentamos no fundo. Pedimos uma garrafa de vinho tinto e brincamos por meu aniversário e pelo contrato que ele havia fechado com o cliente.

Foi entre uma taça e outra que me lembrei de todos os pensamentos luxuriosos que havia tido durante o dia. Estava frente a frente à um homem real do qual conhecia.

Pagamos a conta e saímos do restaurante e nos beijamos enquanto íamos em direção ao carro. Seus beijos estavam estranhos, diferentes, não tinham o mesmo gosto da noite passada. Tratei logo de espantar esses pensamentos, pois estava com meu namorado e não com um desconhecido.

Chegamos ao meu apartamento e eu o convidei pra subir, necessitava apagar aquele fogo que vinha me consumindo o dia todo. Entramos no elevador e enquanto o mesmo subia não pude me conter e comecei a beijá-lo desesperadamente enquanto acariciava seu peito por cima da camisa. Ao chegar no meu andar, Kuno me olhou de forma estranha.

- Calma, Anahí! Nunca tinha me beijado assim antes - disse surpreso.

- Te desejo - respondi - e sinto sua falta.

Entramos no meu apartamento e comecei a beijá-lo freneticamente enquanto o fazia se sentar no sofá e me sentava em cima dele. Comecei a desabotoar sua camisa com urgência e Kuno me acariciava as costas. Comecei a beijar seu pescoço e quando chegava ao último botão, seu telefone tocou.

- Não atende - supliquei com a voz entrecortada.

- Pode ser importante - respondeu pegando seu celular no bolso da calça.

- Se é importante vão ligar de novo! - insisti exasperada.

- Me perdoe, Annie, mas sabe que é o meu trabalho, tenho que atender não importa a hora.

Então me sentei ao seu lado enquanto tentava recuperar a respiração e acalmava as batidas do meu coração. Me dei conta de que era Leonardo, seu chefe, para lembrá-lo da importante reunião que teriam juntos na manhã seguinte às oito.

Enquanto o via abotoar a camisa, levei uma mão aos cabelos e os puxei pra trás.

- Perdão, Annie, eu tenho que ir, amanhã levanto cedo. A reunião é com um pessoal de Nova York e não posso me atrasar. Sabe como é o trânsito.

- Disse que ia me recompensar - disse furiosa, cruzando os braços.

- E eu vou, eu prometo. Leonardo vai me dar alguns dias de folga como recompensa pelo negócio que fechei e vamos viajar pra onde você quiser.

- Isso é o que vem me dizendo nos últimos seis meses e continuo esperando.

- Te prometo que dessa vez é sério, você sabe que trabalho por dois.

- Eu sei, eu sei, é só que... Há quanto tempo não transamos? Três meses? Já nem me lembro mais! - disse frustrada e furiosa.

Quando estávamos na faculdade, havíamos transado mais vezes em uma semana do que no último ano.

- Meu bem, te juro que eu também te desejo e sinto sua falta, mas tem que entender que desse trabalho teremos todo o dinheiro necessário para nos casarmos e irmos pra outro país.

- Eu sei e compreendo. Vá, você precisa descansar pra amanhã nãos se atrasar.

- Se lembre que eu te amo, Anahí, nunca duvide disso - disse pegando meu rosto entre as mãos.

- Eu também - respondi.

Ele me deu um rápido beijo e se foi. E eu fiquei aqui, sentada no sofá, frustrada por meu namorado preferir os negócios ao ficar com sua namorada mais do que cinco minutos.

O que me trazia à realidade era saber de quem eu verdadeiramente necessitava e desejava nesses momentos.

Assim que levantei, peguei meu celular da minha bolsa e decidida disquei seu número. Meu corpo inteiro estava em chamas, reclamando, desejando e ansiando os beijos e as caricias que me deixavam completamente louca.

"O número chamado se encontra desligado ou fora da área de cobertura. Por favor, tente mais tarde."

- INFERNO!

Gritei jogando o celular no sofá, cheia de raiva pensando que esses beijos e essas carícias estavam sendo entregados a outra perfeita desconhecida.

Frustrada e resignada me meti em uma ducha de água fria.