Fanfic: Saga Alcateia: Uivo | Tema: Lobisomens, Amizade, Aventura, Ação, Comédia, Drama, Escolar, Mistério, Romance, Sobrenatural, Suspe
"Não fui, na infância, como os outros
e nunca vi como os outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar das fontes igual à deles;
e era outro o canto, que acordava
o coração de alegria
Tudo o que amei, amei sozinho. "
Edgar Allan Poe
A decoração clichê da festa refletia o brilho do néon, o cheiro notável de álcool que alguns nerds expeliam era acre, mas não havia problema naquilo; assim como ela aqueles jovens rejeitados por uma maioria estereotipa, estavam atrás de sua primeira experiência alcoólica. O efeito das drogas e o gosto amargo daquela bebida barata despertavam nela o mais genuíno êxtase, o jogo de luzes azul-vermelho a faziam delirar e ir ao extremo. Sem dar a mínima, jovens casais extrapolavam ali mesmo, naquela sala pequena e cercada de dezenas de desconhecidos; o amor os manteriam jovens por toda a eternidade. Nada poderia ser melhor que aquilo; com uma garrafa de vodca em uma mão e um cigarro de maconha na outra, aquela adolescente de dezesseis anos finalmente havia entendido o que era ser espontânea. Ela encontrou ali naquela medíocre festa de colegial uma falsa sensação de liberdade, algo que jamais ocorreria novamente, o gosto agridoce da felicidade. Allison levantou-se do sofá depositando o cigarro e a bebida sobre a mesa de centro, retirou as sapatilhas cor de rosa dirigiu-se em passos até o centro da sala aonde precariamente havia sido improvisada uma 'rave' erguendo os braços contra o teto e os olhos fechados ela começou a dançar, fazia movimentos leves com a nuca, mas a garota os intensificou e lentamente ela acompanhava o ritmo eletrônico da música, os pés descalços deixam o chão vez ou outra. Os cabelos castanhos voavam à medida em que ela pulava e logo já estavam desgrenhados, um tênue sorriso brincava no canto dos seus lábios. Allison finalmente entregou seu corpo à noite e assim ele fez; o movimento da garota era similar aos das batidas; ela nunca havia se sentido tão completa como naquela hora. O seu doce sorriso agora estava cravado no seu rosto, ela abriu os olhos e enxergou. Tudo estava diferente agora. Ela estava completa.
−Alli? –Samantha, uma amiga a interrompe.
−Oi! –Ela responde, posteriormente caminha até a sala aonde calça os sapatos e limpa o suor que escorria de sua testa com um guardanapo.
−Seu irmão, Christopher me ligou ele pede para que você vá para o hospital agora. –A garota loira, afasta uma mecha do cabelo para atrás da orelha. Allison nota que a expressão da menina é uma hibridização de preocupação, pânico e aflição.
−O que houve? –Allison interpelou pondo-se de pé tornando-se superior a amiga. Ela era alta, muito alta, tanto que Samantha tornou-se minúscula perto dela.
−Eu não sei. –Sam, replicou. −Apenas tome cuidado. Vá logo! Christian está preocupado demais com você. –Allison anuí com a cabeça, vestiu o blazer rosa, pegou sua bolsa verde-turquesa atravessando-a sobre os ombros, saindo desesperadamente dali.
Ela cruzou a rua sem nem ao menos olhar para os lados, correu desesperadamente em direção ao hospital aonde o irmão mais velho trabalhava como médico há cerca de dois anos. Atordoada, pensara apenas nas coisas horríveis que poderiam ter acontecido, seu coração não estava inteiro havia se quebrado em mil pedaços, a dor apertava-lhe o peito e tirava-lhe o fôlego, os cabelos castanhos esvoaçantes teimavam em ficar no lugar. O lado forte de Allison, se opunha contra si mesma e não permitia que as lágrimas manchassem seus olhos verdes, assim como os da mãe. Todo aquele turbilhão incontrolável dentro dela fazia a sua cabeça tombar, a garota estava tonta, afadigada e angustiada. Rezava aos céus para que ela não desmoronasse naquele instante. Parou em frente à uma cafeteria, contorceu os joelhos e apoiou as mãos sobre ele, percebendo ela que a jornada ao hospital já estava no fim, o suor escorria lentamente da testa enquanto sua respiração estava ofegante, o coração batia freneticamente em seu peito entoando um barulhinho inaudível aos ouvidos de outras pessoas, mas não o dela, deveria ser o efeito da maconha no organismo. Allison ergueu-se novamente e continuou a vagar pela longa noite de verão. Estava um pouco mais calma, e a tontura havia cessado, entretanto aquilo deu lugar a fome. Allison cruzou a rua velozmente e chegou à frente do hospital, assim que seus pés tocaram o chão, as portas se abriram diante dela. Avançou até a frente do balcão de informações aonde reconheceu Joanne, uma enfermeira amiga do irmão.
−Allison, você já sabe o que aconteceu? –Era tarde demais. Não havia como controlar o sentimento fluorescente que crescia dentro dela e a devorava por dentro. Tão banalmente singelo o impacto da fragilidade dos minuciosos detalhes a fizeram perceber a ideia que seu cérebro já havia premeditado, não havia uma luz no fim do túnel; não havia um tênue fio de esperança; somente dor.
−Não. Eu...não sei de nada! Por que ninguém me conta o que está acontecendo!? –A adolescente grita, atraindo alguns olhares indesejados.
−Vem cá. –Joenne, estende a mão direita, ela guia Allison até a sala de espera e a entrega um copo de água. –Bem, a situação está muito tensa e complicada agora e o seu irmão me pediu para eu não te contar nada, mas... –Ela hesita, mas seus olhos castanhos encontram os da garota o que lhe dá um pouco mais de segurança e intimidade.
Ambas ouvem a porta abrir por detrás delas; era Christopher, os seus longos cachos estavam desgrenhados, os olhos que também eram verdes estavam cansados e vermelhos com enormes bolsas negras por baixo, transbordavam tristeza. Taciturnamente ele senta ao lado da irmã mais nova e dirige um olhar muito meticuloso para Joenne que anuí com a cabeça e logo deixa os dois irmãos sozinhos.
−O que aconteceu? –A mais nova indagou afundando o rosto entre o peito, pescoço e ombro do irmão.
−Você precisa ser muito forte para ouvir o que eu vou te dizer agora. –Ele proferiu enquanto afagava os cabelos de Allison, que estavam molhados de suor.
−Pode falar, eu suporto. Já tenho dezesseis anos, sou praticamente uma adulta. –Christopher soltou uma risada pelo nariz e sorriu suavemente.
−Houve um incêndio lá em casa, a mamãe não consegui sair... –A fala do mais velho é interrompida por um choro, não dele, e sim da irmã.
−Eu deveria estar em casa! Eu não podia ter ido aquela festa! –Ela exclama com arrependimento.
−Meu amor, você não podia ter evitado, justo pelo contrário poderia ter morrido também.
−Não. Você não está entendendo. – Ela levanta da cadeira. −Mamãe não permitiu que eu saísse hoje, se eu tivesse ficado em casa isso poderia ter sido evitado, assim como a morte dela.
−Você é responsável por suas escolhas; não há como remediar o passado nem como prevenir o futuro. É assim que funciona, é seu dever levantar após a queda e pôr a armadura novamente, essa é a vida real, e isso é quem você é. Não há como evitar a morte, está no destino de todos nós.
−Então o que se pode fazer? –Ela sentou novamente.
−Tentar sobreviver. –Ele falou de modo ponderado e equilibrado. Aquilo fez com que a paz preenchesse seu amargo peito, Allison abraçou o irmão fortemente almejando que nada, jamais os separasse.
O abraço teve seu fim quando a porta foi aberta pela segunda vez, era Joanne novamente. A enfermeira de pele oliva sorria desanimada e fez um gesto com a mão indicando que Christopher deveria ir até ela, Christian era quase um gigante, tanto que a própria Allison sempre necessitava erguer o pescoço para olhá-lo nos olhos. A mulher de longos cabelos castanhos sussurrou algo em seu ouvido e indicou Allison com o dedo, ele deu uma última olhada para trás, sorriu para a irmã e fechou a porta. Alguns minutos depois, ele retornou, desta vez sozinho e sem o jaleco trajava apenas uma camisa lilás, calça jeans surrada e botas ocre que iam até um pouco acima do tornozelo. Ele curvou os joelhos (como se estivesse quase que sentando no chão) e fitou o semblante da irmã.
−Têm alguns policiais aí fora, eles querem o seu depoimento.
−Acham que o incêndio é criminoso? –Ela enrugou a testa e abaixou as sobrancelhas.
−Não. –Ele passou a mão pelos cabelos, e suspirou como se estivesse desesperado. –Eles acham que você fez isso.
−O quê? Porquê? –Ela se levantou, e alterou o tom de voz.
−Eu não sei! Eu não sei! Fique calma, vamos sobreviver a isso. –Christian se levantou, e também alterou o tom de voz, ele não gritou, porém não falou baixo. Allison passou pelo irmão sem nem ao menos contestá-lo e atravessou a porta aonde dois policiais já aguardavam por ela.
−Seu irmão nos contou que você não tinha permissão para ir à festa. Estava com raiva quando saiu de casa?
−Sim.
−Alguém lhe tomou ciência de que tal ato não poderia ter consequências?
−Sim, uma amiga ela me convidou para a festa. Eu conversei com a minha mãe sobre o assunto e ela não me deu permissão, então eu voltei para meu quarto com raiva até decidir sair.
−Você ficou na festa durante toda noite?
−Sim, até o momento em que meu irmão me chamou para cá. –O homem cerrou as perguntas, e dirigiu o olhar para Christopher.
−Nós vamos levá-la para fazer um exame toxicológico, caso ela não tenha ingerido nenhum entorpecente está liberada por enquanto. Amanhã iremos interrogar a amiga da qual ela está falando, caso ela confirme que a depoente ficou lá durante toda a noite não há provas que a liguem ao incêndio.
−Esperem! -Allison grita. −Eu posso ligar para Sam, agora mesmo para que ela confirme a minha versão. –Os policiais se entreolham e um deles assente com a cabeça.
Allison desbloqueia a tela do Iphone e procura na lista de contatos o nome da amiga que rapidamente atende à ligação e posteriormente responde os questionamentos da polícia. O policial mais baixo e calvo entrega o telefone para a garota.
Os irmãos finalmente foram liberados às nove e meia da manhã, a mais jovem estava sonolenta e acabou adormecendo todo o trajeto nos ombros do irmão. A polícia os levou até a casa de Joanne, que ofereceu roupas limpas e confortáveis para Allison, após se certificar de que a irmã ficaria em segurança ele lentamente fechou a porta do quarto de hóspedes e permitiu que ela dormisse e tivesse um pouco de paz.
−Ela dormiu? -Joanne indagou após colocar uma xícara sobre o balcão da cozinha.
−Mais ou menos, ela chorou até dormir. Acho que ela está se culpando pelo que aconteceu. Não sei o que fazer, como vou cuidar dessa menina sozinho?
−Eu posso ajudá-los, não hesite em me procurar caso precise de alguma coisa. –Ela pôs café na xícara e ofereceu ao amigo de trabalho.
−Não quero lhe incomodar, você está noiva Jo. E aliás o seguro vai cobrir a maior parte dos estragos. O único impasse que há é tentar adivinhar como Allison vai sobreviver a isso, ela sempre foi sensível demais, e as coisas são diferentes para ela. Eu não sei explicar, digo, ela sempre sentiu as coisas com mais intensidade, qualquer coisa a quebra em milhões de fragmentos, e geralmente eu sou o único que consegue salvá-la.
−Apenas faça com que ela se sinta segura e confortável, ela é uma menina muito forte, sobreviverá ao luto.
A semana passou depressa, e Allison ficou grata por aquilo esqueceu-se das coisas com as quais deveria se preocupar. O irmão já havia cuidado de tudo devidamente, mas por uma razão desconhecida ele sempre tentava mudar de assunto ou simplesmente permanecia calado quando ela o questionava sobre a situação da nova moradia. As investigações identificaram a causa do incêndio; um curto circuito devido a uma má instalação de uma nova tomada. Pouco a pouco, ela sentia que o sentimento da saudade estava indo embora e que ela conseguiria sobreviver, mas ainda havia aquilo dentro dela; era algo incógnito que sugava sua felicidade. Durante aqueles dias ela decidiu que não daria atenção para aquilo focaria em enfrentar a realidade e tentar sobreviver como Christian havia aconselhado. Ela terminou de se vestir e parou em frente ao espelho pegou uma escova que estava em frente a penteadeira e a deslizou sobre os cabelos lisos. Ela sorriu. Um sorriso não tão sincero, mas revelava que ela estava pronta. Ela abriu a porta do quarto e desceu as escadas ouvido o barulho que seu salto causava. Ela respirou fundo e sorriu novamente, não para o espelho, para o irmão que trajava um terno negro, Allison notou que não havia brilho em seus olhos, justo pelo contrário aparentavam estar mais escuros, os cachos que costumavam ficar soltos sobre os ombros estavam amarrados em um coque elegante. Alli tentou lembrar qual foi a última vez que viu o irmão tão arrumado, mas não conseguiu. Ambos saíram da casa de Joanne e entraram no táxi que os aguardava do lado de fora e esperaram silenciosamente o fim do trajeto para ir ao cemitério aonde pretendiam se despedir da mãe.
Ao fim da cerimônia Christian aproximou-se da lápide da mãe aonde depositou um buquê de lírios rosas. Ele tentou guardar a dor para si mesmo, mas não houve como conter, as lágrimas haviam obstruído a postura viril que mantinha, a enfermeira e a mais nova aproximaram-se dele.
−Por que não diz algo para ela? –Alli sugeriu, no princípio ele pareceu rejeitar a ideia, mas após refletir alguns segundo ele descobriu que aquela era a única forma de aliviar a sua dor.
−Tudo bem. –Ele consentiu com a cabeça e as duas se afastaram dele.
−Tudo ao meu redor está cinza agora, eu acho que é porque você se foi. Eu nunca vou esquecer o modo como você falava comigo, ou o seu cheiro, e nunca vou me esquecer daquele abraço. Eu te amo, e juro que tentei demonstrar isso ao máximo. Eu não poderia estar mais grato por ter sido amado por você. Nunca te esquecerei. Nunca. Está sendo muito difícil para mim tentar viver sem você, mas é deste jeito que funciona; as pessoas entram e saem da sua vida o tempo todo, e é impossível de mudar isso, só te queria aqui comigo. Vá em paz mamãe, eu ficarei bem. -Inesperadamente a morena aparece por detrás do irmão com os olhos cheios de lágrimas e o abraça. Diferente de Allison, Christopher estava bem.
Uma silhueta masculina aproximou-se de modo taciturno por detrás dos irmãos. Era um homem, com aproximadamente trinta ou trinta e cinco anos; ele trajava vestes negras, os cabelos castanhos estavam perfeitamente arrumados, o odor de colônia que ele exalava era forte e ao mesmo tempo viciante, ele avançou dois passos, sorriu minuciosamente e retirou os óculos aviador que escondiam os seus profundos olhos castanhos. Era incrível a semelhança da fisionomia daquele indivíduo com Alli.
−Allison? –Ele questionou com um tom de voz duvidoso.
−Eu não o conheço, senhor. Será que não me confundiu com alguém? –Ela hesitou em redarguir, mas ousou olhar para ele.
−Não. Você é exatamente que eu estou procurando. –Ele contrapôs, o seu semblante esbanjava uma certa felicidade. −Vocês são irmãos certo? É Chistopher, não é? –Ele indagou causando um desconforto para ambos. Christian retomou a postura de homem maduro e aproximou-se do senhor.
−Quem é você? –Ele interpelou de modo rude propositalmente para intimidá-lo.
−Sou Erik. Irmão mais novo do seu pai. Falando nisso, sinto muito sobre a sua mãe; ela era ótima.
−Como soube que se tratava de Allison, assim, logo de cara? –Questionou Joanne.
−Porque ela é a fotocópia do pai, com exceção dos olhos é claro isso ela herdou da mãe. –Ele tinha razão, não havia nenhum vestígio de Haley em Allison, além da cor dos olhos. Haley tinha cabelos louros e curtos, pele brônzea e uma personalidade imatura, enquanto Allison possuía cabelos longos e negros, pele oliva, e uma personalidade muito, muito forte.
−Por falar no Ethan, aonde ele está agora? –Christopher voltou a se pronunciar.
−A última vez que o vi foi há três anos quando ele veio me visitar na Califórnia.
−Vocês ainda mantêm contato? –A mais nova perguntou.
−Infelizmente, não.
−Claro, isso é bem típico dele. –Ela sussurrou. Erik sorriu levemente.
−Vocês são exatamente iguais.
No princípio da noite, tio e sobrinho se reuniram na cozinha com Joanne para conversarem, e obviamente o primeiro assunto a ser discutido era Allison, Christopher deu início a conversa explicando que ela se culpava pelo incêndio e apresentavam alguns sintomas de depressão, revelou também que com o dinheiro que recebeu do seguro poderia facilmente comprar uma casa nova, porém levariam meses para recompor os móveis e os utensílios pessoais. Erik então propôs que os sobrinhos fossem com ele para a Califórnia quando ele regressasse. Christian relutou por algumas horas, denegou algumas vezes, mas acabou cedendo que apenas a irmã fosse com ele.
−Eu não vou! –Alli exclamou. Era a décima vez naquela mesma manhã em que os dois irmãos conversavam sobre a mudança.
−Alli, por favor, não torne as coisas mais complicadas. –Joanne levantou do sofá e enquanto falava gesticulou com as mãos.
−Eu já disse que não vou e pronto. –Ela cruzou os braços, sua expressão facial revelava um ódio genuíno.
−Amor, podemos ter um novo começo lá. –Christopher voltou a se pronunciar.
−Eu posso ajudar nas despesas enquanto estamos aqui. Posso arranjar um emprego ou algo do tipo, você é um ótimo médico se pedir um aumento tenho certeza que cooperaram.
−Nada é tão fácil assim. E eu irei visita-la sempre que eu puder. Juro.
−O que você quer dizer? Vai me mandar sozinha para lá? –Ela interpelou surpresa e indignada.
−Eu apenas quero o melhor para você. –Ele pronunciou de modo inaudível, enquanto apertava levemente os ombros da irmã. A expressão furiosa que estava no rosto da menina lentamente se desmanchou e deu lugar a um sorriso.
−Eu te amo, irmãozão. Vou fazer a minha mala.
Essa é a primeira vez que posto essa história aqui e espero obter resultados positivos. Assim que tive a ideia, iniciei a escrevê-la e surpreendi-me ao perceber quão bom estava. Espero que pensem do mesmo modo que eu. (😆)Comentem. Beijos e abraços. 🦋
Autor(a): karenamorim22
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).