Fanfics Brasil - Aceitar é melhor do que repudiar Evans, uma história

Fanfic: Evans, uma história | Tema: Harry Potter


Capítulo: Aceitar é melhor do que repudiar

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Acordei com meu corpo formigando. Não podia distinguir a voz de ninguém, só ouvia apenas sussurros. Com o passar do tempo, o volume destas vozes iam aumentando gradativamente até eu conseguir entender o que diziam.


- Ela está muito estranha hoje, desde quando acordou – não tinha como não diferenciar a voz de Petúnia. Minha cabeça doía.


- Mas porque vocês brigaram? – questionava um homem, meu pai John.


- Eu não briguei com ela pai! Lily disse que não estava se sentindo bem, saiu do sofá e eu a segui. Então ai de repente ela simplesmente surtou. Eu também não entendi o motivo.


Podia reconhecer choros no meio da conversa. Era minha mãe. Lentamente fui abrindo meus olhos. Era difícil com a cabeça doendo tanto.


- Lílian... Lílian minha filha. Você está bem? O que aconteceu? – perguntava meu pai preocupado.


- Acho que sim, só a minha cabeça que dói muito. Ai! – pousei minha mão na cabeça e senti uma dor localizada. Estava com um grande galo na testa.


- Calma querida isso logo passa – disse minha mãe ofegante.


- Não se preocupe mãe agora estou bem, verdade – tranqüilizei-a e segurei sua mão.


- Mas é sério Lily, o que aconteceu ali? – questionou minha irmã. Ela estava longe de mim e com uma expressão aterrorizante em seu rosto. Acho que ela estava com medo de mim.


Fiquei um tempo observando enquanto conversavam entre si e me olhavam, e ao mesmo tempo pensava o que eu poderia explicar a eles, mas não encontrei palavras. Na realidade nem eu saberia por onde começar a esclarecer o que havia ocorrido, eu estava tão confusa quanto eles. Quando ameacei a gaguejar algumas palavras nossa campainha tocou.


- Está esperando alguém querida?


- Eu não. Estranho que já são mais de oito da noite. Quem pode ser uma hora destas? Seu irmão não viria hoje nos visitar, não é John? – perguntou minha mãe enquanto ia em direção à porta. E então minha mãe a abriu e percebeu que não era meu tio Flávio – Pois não?


Assim que minha mãe abriu a porta, pude visualizar a pessoa que batera. Era uma mulher alta, de cabelos negros amarrados a um coque apertado e vestes verde-esmeralda com um rosto muito severo e sério.


- Boa noite Sra. Evans, meu nome é Minerva McGonagall e gostaria de conversar com a senhora e seu marido sobre sua filha Lílian Evans. Será que seria possível? – pediu a mulher. Queria conversar com meus pais sobre mim?


Meu pai se levantou e se juntou a minha mãe. Os dois se entreolharam desconfiados.


- Quem é a senhora exatamente? – indagou meu pai a Minerva.


- Sou professora e leciono na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.


Admito que quando ouvi Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts eu não acreditava, preferia crer que meus ouvidos estivessem me enganando. E a minha dor de cabeça ficou mais forte ainda, como se fosse possível. ESCOLA DE MAGIA? Meus pais ficaram tão surpreendidos quanto eu e minha irmã, que por acaso se escondia atrás da poltrona de meu pai.


- Escola de Magia e Bruxaria de Hog... O que?


- Hogwarts senhora. Mas peço a gentileza de me deixarem entrar. Peço um voto de confiança, e explicarei e responderei toda e qualquer pergunta – pediu a mulher.


Aflitos e curiosos, meus pais deixaram a mulher entrar e a conduziram a sala de estar. Assim que Minerva passou pela porta, minha irmã saiu correndo para o andar de cima e eu me ajeitei no sofá e fiquei inerte, olhando para a mulher de vestes verde-esmeralda.


- Se não for abusar da sua hospitalidade solicito que a menina esteja presente em nossa conversa, ela será essencial para esclarecer alguns fatos – E a situação ficara séria pro meu lado. Ultimamente os estranhos estavam me fazendo muitos pedidos e criando expectativas. Sem dizer uma palavra, me levantei do sofá, abracei minha mãe e fomos à sala de estar.


Chegando à sala de estar, sentei eu entre meus pais e a tal professora na nossa frente.


- Para iniciar, preciso que a senhorita Lílian me esclareça algumas coisas. Digo que precisará ser sincera comigo para que você e seus pais entendam exatamente o que está acontecendo.


- Tudo bem – respondi desconfiada.


- Nunca fez nada acontecer? Algo que não pudesse explicar quando estivesse magoada ou assustada? – ouvindo essas palavras, varias lembranças se bombardearam em minha mente. Como o episódio daquele dia mesmo na árvore quando flutuei ou quando desmaiei, e fiz a casa toda tremer. Ou quando apareceram espuma e bolhas de sabão no lago perto da casa de meus tios; ou quando fiquei mais de 10 minutos sem respirar em baixo d água, ou seja, na verdade muitos fatos aconteceram que eu nunca pude explicar. Será mesmo que eu fiz tudo isso? Como?


- Teve sim e não somente um, mas vários – disse sincera, mas receosa. Meus pais estavam com uma expressão de apreensão.


- FILHA! COMO NUNCA ME CONTOU NADA SOBRE ISSO? – exclamou minha mãe.


- E você teria acreditado em qualquer coisa destas? – retruquei.


- Pois bem, o fato é que você é uma bruxa, mas é uma bruxa nascida trouxa, ou seja, seus pais são seres humanos comuns e sem dons mágicos – explicou Minerva.


- É difícil de acreditar em tudo isso... – comentou meu pai preocupado.


- Para o humano comum é tudo ver para crer – falou a professora. A mulher se levantou, pegou uma vareta de madeira e o bule de chá nos serviu de chá sozinho, e ouvimos a panela de água fervendo na cozinha. Aquilo foi tudo inacreditável, porém não sabia se ficava contente ou assustada.


Meus pais ficaram um tempo em silêncio. Estava tentando interpretar suas feições. Estariam angustiados? Com medo? Ou admirados? Boquiabertos? Observaram tudo ao redor e se encararam.


- Mas isso é possível? Somente ela nascer com poderes? – questionou minha mãe, engolindo as palavras em seco.


- É sim senhora Evans, mas não sabemos o porquê isso exatamente acontece. Talvez em alguma geração muito distante sua ou de seu marido possam ter tido bruxos e essa informação tenha sido passada geneticamente de geração por geração até chegar a Lílian e manifestar-se ao acaso – explicou Minerva.


- Mas somente eu sou uma bruxa? E minha irmã mais velha?


- Somente você e isso acontece eventualmente.


Aquela conversa estava parecendo aquela que Severo teve comigo ainda naquele dia. Será que contava para eles sobre isso?


- Precisa nos contar algo Lílian? – a professora perguntou inesperadamente. Admito que naquele momento fiquei meio impressionada, mas não demonstrei nada. Respirei fundo e comecei a contar.


- Então hoje eu estava conversando com um bruxo, e que veio me contar que eu era um bruxa e tudo mais, mas é claro que eu não queria acreditar nele. Isso não se ouve todo dia não é?


- Alguém veio te falar isso e você não veio me contar? LÍLIAN! – exclamou minha mãe, me condenando novamente.


- Se eu tive contado você acreditaria?


- Mas...


- Acreditaria ou não? – exclamei novamente, me exaltando. Ok, eu reconheço que foi exagerado. Mas o que esperava? Ela não iria acreditar mesmo e ficou me julgando? Claro que não!


- Vamos com calma Senhorita Evans. Posso saber que bruxo que você conversou?


- Severo Snape.


- Ah claro, filho de Eileen Snape. Ela trabalhava no Ministério antes de ter o menino. Quer dizer então que ela mora por aqui? Ela sumiu depois disso, mas me parece que é casada com um trouxa que repudiava a magia.


- Eileen Snape também é uma bruxa? – e a professora assentiu.


- O que Snape te contou? – interrompeu meu pai.


- Que existia um mundo da magia, que tinha um governo e tudo mais, mas não prestei muita atenção nele – comentei arrependida.


- O que o Sr. Snape disse é consistente. Existe um mundo, um mundo escondido do mundo dos seres humanos comuns. Existem vilas e até países inteiros onde só vivem bruxos. Tudo é governado pelo Ministério da Magia, pelo menos aqui na Inglaterra e nos países próximos. Mas ao redor do mundo existem outras organizações que tem o mesmo objetivo, que é administrar desde as criaturas mágicas até execuções das leis da magia e principalmente esconder dos seres humanos comuns, que chamamos de trouxas, a existência dos bruxos e da magia.


- Você disse que era professora? Como funciona o sistema educacional dos... Bruxos? – perguntou meu pai em seco.


- Exatamente sou professora na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, porém existem outras escolas de magia espalhadas pelo mundo como O Instituto das Bruxas de Salem localizada nos Estados Unidos e a Brazilian Wizarding School localizada no Brasil. Hogwarts existe a mais de mil anos e o objetivo é educar os jovens bruxos a usar, controlar e aprimorar seus poderes no método tradicional europeu. A graduação é feita em sete anos começando aos onze anos, porque geralmente nesta idade os poderes começam a se manifestar com mais intensidade.


- Se manifestam como? – interrompi.


- Quando os poderes não são controlados, e ainda reprimidos e nunca utilizados como um nascido trouxa, eles se manifestam das mais diferentes formas, podem ser discretas e até mais violentas como a senhorita hoje mais cedo. E se forem reprimidos por muito tempo podem se tornar algo mais perigoso. Prosseguindo, os alunos permanecem na escola e voltam para casa durante as férias de verão em julho e em feriados de Natal e Ano Novo em dezembro e de Páscoa em abril. Em cada ano enviamos via coruja a lista de materiais necessários onde deverão ser comprados, no caso de Hogwarts, no Beco Diagonal. Aviso que nosso dinheiro é diferente do dinheiro trouxa, porém poderá fazer a troca no Gringotes o banco dos bruxos ali mesmo no Beco. O ano letivo inicia-se no dia primeiro de setembro então esteja nesta data na estação Kings Cross às onze horas da manhã onde o Expresso de Hogwarts levará nossos alunos á escola – contou a professora me entregando um bilhete ferroviário escrito “Expresso de Hogwarts, plataforma 9 3/4” - Geralmente somente mandamos a carta de admissão por coruja, porém devido às circunstâncias dos senhores serem trouxas um professor é escolhido para que essas informações sejam transmitidas da maneira mais simples e segura possível. Se necessário a presença dos senhores na escola ou no Ministério sempre um professor ou um funcionário autorizado do Ministério entrará em contato com os senhores. Então era isso, mais alguma dúvida?


Estava tão concentrada no bilhete que nem reparei quando ela terminou. Não percebi também que minha mãe já estava com um caderno de anotações escrevendo as informações importantes.


- Acho que não. É tudo meio confuso tenho que concordar. Nossa, nem te ofereci nada, vou lhe servir uma xícara de chá – falou minha mãe que foi á cozinha.


- Lamento, porém logo vão se acostumar com a ideia.


- Podemos entrar em contato com Lílian durante o ano letivo? – perguntou meu pai.


- Claro que podem. Como disse anteriormente nos comunicamos por corujas e caso Lílian queira se comunicar com os senhores em Hogwarts existe o corujal com corujas da escola que podem ser usadas para este fim. Ou até mesmo se Lílian quiser ter uma coruja própria ela pode comprar no Beco Diagonal. Obrigada – agradeceu a professora enquanto se servia com o chá e algumas bolachas que minha mãe havia trazido.


Do nada me veio uma dúvida.


- Senhora, como vocês sabiam que eu era uma bruxa se nem meus pais sabiam?


- No Ministério, temos um sistema de controle do uso indevido de magia e quando um bruxo é apenas uma criança não possui nenhum controle sob seus poderes, ou seja, deixa rastros. Quando a família é totalmente bruxa os pais conseguem fiscalizar o desenvolvimento até que possam ingressar em alguma escola. Porém quando o bruxo ou bruxa é uma nascida trouxa como no seu caso estes rastros são mais perceptíveis quanto ao mesmo tempo raros, tanto é que os episódios em que sua magia se manifestou foram poucos, somente em momentos de fortes emoções e também por você não ter tido contato nenhum resquício mágico.


- Entendi –concordei tentando sorrir. Era muita informação para uma pessoa só.


- Sei que tudo isso deve ser muita novidade para você, mas isso logo passa. Primeiro vem a incerteza e depois vem a euforia. Tenho certeza que nunca terá maior experiência do que estudar em Hogwarts. Antes que eu me esqueça tenho uma carta do diretor para você – comentou tirando uma carta de dentro das vestes e a entregando-me.


A carta era num envelope meio amarelado, no verso endereçado em tinta verde para Sra. L. Evans, Rua da Fiação, Cokeworth, Inglaterra e na frente selado em tinha vermelha marcada com um brasão.


Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts


Prezada Sra. Evans,


Tenho o prazer de informar de a V.S.a tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estou anexando uma lista de livros e equipamentos necessários. Gostaria que viesse estudar conosco, pois sinto que poderemos esperar grandes coisas da senhorita. Espero que tenhamos a chance de nos conhecer pessoalmente em breve.


PS: Não tenha medo da Professora Minerva, ela tem este aspecto severo, mas é uma pessoa boa e sensível por dentro. Só um conselho prévio para a escola: não a aborreça, ela não pega nem um pouco leve com alunos travessos.


Afetuosamente,


Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore
(Ordem de Merlin, Primeira Classe, Grande Feiticeiro, Bruxo Chefe, Cacique Supremo, Confederação Internacional de Bruxos, Diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts).


Ler aquela carta me deixou feliz, na verdade me deixou contente de um jeito que eu não ficava. Fez-me sentir importante, sei lá. Só sei que esbocei um dos meus melhores sorrisos quando terminei de ler aquela carta.



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Autor(a): jully_potter

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Passou duas semanas desde a visita da professora. Todo aquele medo de admitir de que eu era uma bruxa foi aliviando com o passar dos dias. Quem não pareceu aceitar nenhum pouco esta novidade foi minha irmã, porque tive que aguentar as provocações do tipo “TÁ VENDO SEMPRE SOUBE QUE VOCÊ ERA UMA ANORMAL!” ou “HOGWARTS? ...


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