Fanfics Brasil - CAPITULO 1 - ÚLTIMO DIA DE PEDÁGIO ROSELA

Fanfic: ROSELA | Tema: EBA, Escola de Belas Artes, UFRJ, Reitoria


Capítulo: CAPITULO 1 - ÚLTIMO DIA DE PEDÁGIO

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FALTA QUANTO TEMPO?! - Gritei  enquanto corria de um lado para o outro tentando achar aquela maldita carta. Ninguém me escutou, acho que fora pelo desespero da equipe inteira. A Azuleta tava na frente, eu tinha certeza disso. Eles estavam muito empenhados antes de começar o Caça ao Tesouro. Eu pude notar o sangue nos olhos deles. Nós da Rosela somos diferentes. Não quero dizer que somos ruins ou algo do tipo. É que a gente não se preocupa tanto com certas coisas eu suponho. Quer dizer: Eu não me importo com certas coisas. Mas vendo daqui consigo ver algumas pessoas que são competitivas. Tipo a Ana, minha veterana, que ta andando de um lado para o outro preocupada com o resultado da prova. E a Lekita por exemplo, que de passo em passo grita com todos pra irem mais rápido e pararem de se atrapalhar. Pelo menos tem a Ju que é meio do meu rítimo. 


Eu realmente achei que a gente fosse perder, mas não sei o que existe dentro de mim,  sempre diz que eu devo continuar a pensar numa possibilidade, mesmo que seja remota. Nesse dia eu realmente me surpreendi. Faltava muito pouco tempo pra acabar a prova, quando a Ju desceu de uma árvore com uma carta na mão. Todo mundo ficou extremamente feliz e eu também. Mas ao mesmo tempo pensei: "será que ela tinha visto alguém colocar a carta lá?", mas olhando bem pra carinha da Juliana. Eu suspeito muito disso. A contagem tinha sido iniciada. Todo mundo estava visivelmente apreensivo. Principalmente a Ana que tremia enquanto deslizava as cartas para o lado. 


- 760 pontos! - Gritou a Ana enquanto corria de volta para o bacanas. 


- O que houve?! - Perguntou Lekita acelerando os passos. 


- Preciso verificar uma coisa. - De longe os calouros da Rosela viam a veterana se transformar em uma formiguinha no seu campo de visão.


- A gente ganhou? - Perguntei a Ju que apresentava uma expressão extremamente neutra. 


- Cara... Não sei... Acho que sim, hmmm, sei lá. - Eu entendi completamente o que ela tinha dito. Mateus veio rastejando até o nosso lado, mas fui completamente ignorado. Ele havia parado na minha frente como se eu não existisse ali. Não entendi de cara qual era a dele, então eu saí de perto, porquê eu sempre, SEMPRE, fujo de conflitos. 


Para quebrar o murmurinho, Ricardo usou o mega fone, atraindo a atenção de todos os calouros até a entrada do bacanas, e assim eu fui. Estavam todos lá. Tanto os calouros da Azuleta quanto da Rosela. Claro que não ia faltar aquela leve cutucada né? 


- AZULETA, AZULETA, AZULETA!!! 


- ROSELA, ROSELA, ROSELA!!! - Era uma embolação de vozes que eu fiquei até tonto, mas foi bom, eu gosto de uma competividade saudável. Era muita tensão! Muita mesmo. Eu nunca pensei que iria ficar desse jeito por um time de futebol, mas acabou que fiquei. Se eu pudesse me envolver numa briga - coisa que eu não gosto - eu faria (eu acho). Muito suspense, muito suspense mesmo. Eu tinha plena certeza de que a Azuleta tinha levado essa. Eles acharam muitas cartas. A equipe deles estava muito mais empenhada que a nossa. É claro que eles iriam ganhar. Ainda bem que eu estava errado. Foi bom ver a cara de espanto da Azuleta. Seus rostinhos incrédulos se entreolhando. Deve ser ruim sentir o gosto da derrota, eu suponho. Nós da Rosela podemos não ganhar todas as provas, podemos não ser competitivos, mas a gente ganha na união. O importante é se divertir eu sempre penso isso... Ta legal que ganhar é bom também, vai. 


- Você vai pintar de que Darlan? - Um calouro havia me perguntado isso, respondi da maneira mais simpática possível, já que eu não sabia o nome dele. 


- Ah, eu quero fazer algo tipo anime. - O rapaz fez um "ah" erguendo as sobrancelhas e saiu. Imaginei que minha ideia não fosse tão interessante assim. 


- Hmmm, acho que assim vai ficar bafo! - Mateus estava ali perto sendo pintado de faraó (eu acho). Eu tive uma ideia pra incrementar a pintura dele, fiquei com medo a principio de, sei lá, estar me intrometendo. Mas mesmo assim eu fui. 


- Oi... Acho que ficaria legal se você passasse azul aqui ó. - Indiquei com o dedo a região ao lado dos olhos. Ele fez que sim com a cabeça. 


- Posso...


- Pode. - Disse ele da maneira mais monossilábica possível, mas senti que ele estava tentando ser legal. Peguei um potinho azul e um pincel fino, tracei uma linha ao lado dos olhos dele, complementando um delineado preto. 


- Pronto! - Ele sorriu. 


- Adorei! - Acenei e fui em direção ao Igor pra pintar meus olhos de anime. 


 


- Cara eu não aguento mais ficar andando... 


- Nem eu, Miguel. - Respondi enquanto ofegava em direção a um banco na Candelária. Lá estávamos nós, calouros recebendo o trote, copo de guaravita na mão, pedindo dinheiro na rua. Pelo menos o meu estava cheio de moedas. Já o do Miguel... coitadinho. Eu estava gostando da experiência. Os veteranos eram legais, os calouros também, a faculdade, o ambiente, tudo parecia se encaixar perfeitamente. Nunca havia me sentido em casa depois do Pedro II.


- Aiii, acho que vou comprar uma água. - Miguel concordou comigo e juntos andamos até um bar ali perto. 


 


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To sem paciência real pra ficar andando debaixo do sol, vou sentar aqui um pouco. - Eu tava realmente cansado, e também um pouco constrangido. Sabia que isso ia acontecer, pedir dinheiro na rua. Sei que é um processo que todo calouro passa um dia e eu tava feliz por estar ali. Devo ter sido o único do meu colégio que passou pra uma faculdade federal, que não se alistou no exercito, que não acabou grávida (ok, meio impossível), que sei lá, ta tendo uma vida miserável. Eu não me contento com pouco não! Nunca me contentei com pouco. Na verdade, já sim, mas eu mudei muito de uns 2 anos pra cá. Muito mesmo! Eu era totalmente bocó em deixar as pessoas pisarem em mim. Foi quando me assumi pra mim mesmo e decidi me manter firme. Parece que as pessoas sentiram a minha energia. Ninguém mais mexeu comigo. Algumas pessoas merecem uns olhares tortos, alguém que as encare de uma maneira que elas sintam o próprio julgamento que elas atiram em mim.  


Depois de dar uma descansada, levantei praticamente correndo porquê todo mundo já tava na frente, praticamente me deixando. 


- Gente me espera. - A única que parou foi a Ju. Não sei porque eu fui com a cara dela. Não sei mesmo. A gente conversou algumas vezes mas foi nada demais, sabe? É tipo aquelas pessoas que acabam conversando porque estão tão nervosas e por isso querem checar se alguém ta tão nervoso quanto pra poder se acalmar (sem sucesso é claro). Ela tava sempre com um sorriso no rosto e aparentava estar tão nervosa quanto eu. A diferença é que eu não tava aparentando tanto. 


- Quanto você pegou? - Perguntei como quem não quer nada. 


- 64 e você? - Porra, 64!! Isso foi muito comparado ao meu. Tava até com vergonha de mostrar o copo. Mas mostrei né.


- 15,35... Que saco! - Daí eu fiquei muito mais supreso do que, sei lá. 


- Toma... - Ela tirou 10 reais do copo dela e colocou no meu. Confesso que achei meio forçado, mas sei lá, achei legal. 


- Que isso?! Não precisa não... - Precisava sim. 


- Toma, no final vai pra todos nós mesmo... Eu acho né? - E ela fez uma cara que eu jamais vi na vida, mas era estupidamente engraçada. 


Já estava prestes a anoitecer, quando decidi parar no Nanam pra dar uma descansada e ver como tava lá. Quando cheguei, tava tendo um bafafá que eu não tinha entendido a princípio. Me aproximei pra ver o que tinha acontecido.


- Toma, bebe essa água! - Ana havia comprado uma garrafa d`água pra uma caloura que estava sentada no chão, chorando. 


- O-bri...ga-da - Ela soluçava de uma forma, que meu deus. Fiquei até preocupado em saber o que tinha acontecido. 


- Galera, dá espaço pra ela por favor. - Rafa expulsou todo mundo de lá, eu só dei uns passos pra trás pra descobrir o que tava acontecendo. 


- Eu... Eu tava ali pela rua do ouvidor, quando vi um bolo de pivetes vindo. Eu gelei na hora. Quando me dei conta tinham uns vindo na minha direita, tentei correr mas não consegui. Eles levaram meu copo todo. Eu não sou do Rio... Não sei andar por aqui. Cara se eu contar pra minha mãe ela via me matar. 


- Não conta, melhor... Se não ela vai ficar mais preocupada. Pelo menos hoje foi o último dia de pedágio, o trote amanhã é só pra vocês relaxarem. 


- Sim... Tô melhor já, obrigada gente. - Agradeceu a garota. 


- Qual é o seu nome mesmo? - Perguntou Ana.


- Myrella.  - Fiquei conversando com ela sobre como o Rio é perigoso e dei uns conselhos. Uns minutos depois chegaram um branquinho e a Miguel. 


- Mateus... você por aqui. - Veio ele com aquele sorrisinho completado com um olho fechado. Os dois sentaram na cadeira e começamos a conversar. Contei o que tinha acontecido com a Myrella. 


- Ai quero um cigarro. 


- Eu tenho aqui Darlan. - Comentou Miguel, retirando um cigarro de palha. 


- DEUS QUE ME LIVRE! - Eu dei um risinho nessa hora. Essa bixa até que era engraçada. Já estava quase na hora de ir embora então eu decidi levantar e ir, Darlan e Miguel decidiram ficar. 


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PREVIA CAPITULO 2 - A PRIMEIRA SEXTA


"COMO ASSIM ELA SUMIU?! VOCÊ TEM CERTEZA - Perguntou Ana assutada. Afinal de contas estava de noite e pouco dava pra ver. Eu fiquei muito preocupada, tava todo mundo dando PT e eu sozinha cuidando de geralm, e uma caloura some em meio a escuridão? E pior, até ali não havia sinal d..."



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Autor(a): darlansz

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