Fanfics Brasil - Capitulo 16 Aconteceu em Paris (adaptada)

Fanfic: Aconteceu em Paris (adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 16

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CAPÍTULO 16


SEGUNDA-FEIRA DE MANHÃ e o lobby do hotel parecia à estação de Waterloo, com três grupos fechando as contas ao mesmo tempo. Levei dez segundos para entender que deveria ter avisado a todos para fazerem isso na noite anterior, antes de irem para os quartos. Os grupos italiano e alemão jogaram as chaves dos quartos no balcão da recepção e marcharam, elegantemente, para a saída. Contrastando, meu bando lutava para ser atendido, brandindo euros e cartões de crédito, e não conseguia chamar a atenção dos funcionários.


Do lado de fora, Chris estava encostado no ônibus, esperando, impaciente, com o bagageiro aberto.


— Você deveria ter falado para todo mundo fechar a conta ontem à noite — ele disse.


— Cala a boca! Eu sei.


O ônibus estava lotado até o topo. De onde veio toda essa bagagem extra, não faço a menor ideia. Saímos chacoalhando do estacionamento, rodamos para fora de Paris, pegamos a autoestrada e viajamos em direção ao Eurotúnel.


Passei fácil pelo controle de passaportes, tanto quando saí da França como quando entrei na Inglaterra, explicando que tinha deixado meu passaporte no hotel em Paris e que ele seria enviado pelo correio para mim. O tempo passou rapidamente e já estávamos saindo de Folkestone e nos encaminhando para Londres. Estava rabiscando fervorosamente algumas palavras, tentando compor, sem sucesso, um discurso de despedida. A lixeira estava repleta de tentativas fracassadas.


“Chris e eu...” Não, isso é péssimo! Pareço a rainha.


“Chegou a hora de dizer adeus...” Não, isso também é ruim.


Surgiu na minha mente a imagem do padre no funeral de meu avô. Mordi a caneta. “Como isso é difícil!”, pensei, com a testa enrugada. Um pequeno peteleco na minha bochecha quebrou minha concentração.


— O que você está fazendo, querida?


— Escrevendo um discurso de despedida.


Doris afagou meu ombro com afeto.


— Não ligue. Encontros e despedidas vêm do coração.


Virei-me para olhar para ela.


— É mesmo?


Seus olhos se arregalaram.


— Sim, e, além disso, você não tem mais tempo. Acabamos de chegar a Victoria.


Joguei minha última tentativa na lixeira, levantei o microfone e subi o degrau até o nível dos passageiros. Estava nervosa e apreensiva, tímida até, o que era um absurdo, considerando que tinha tagarelado como uma palhaça com essas pessoas durante todo o fim de semana. Noventa e seis olhos piscavam, ansiosos. E lá estava eu de pé e com as faces em fogo.


— Aqui estamos, de volta ao ponto inicial — consegui falar suavemente. Olhei ansiosa para Doris, que estava empoleirada na quina da poltrona, com as pernas curtas balançando no corredor central. Ela sorriu e me encorajou, com um aceno de cabeça. — Gostaria de dizer que foi um prazer conhecer todos vocês e queria agradecer por terem tornado esse fim de semana tão agradável!


Ellen, com os olhos flamejantes de emoção, jogou as mãos para cima, mostrando que compreendia.


Maite suspirou.


— Ahhhh, que amor você é, querida! — E me deu um sorriso radiante. — Ela não é um amor? — Cutucou o braço de Christian. — Você é surdo? Eu fiz uma pergunta! — Ela o desafiou, virando-se para ele.


Christian deu um tapinha em sua perna.


— Cala a boca, Maite! Sim, ela é um amor. Agora deixa a garota terminar de falar.


Apertei o microfone, tensa.


— Chris e eu adoramos cada minuto, e nós... — interrompi, piscando furiosamente e com os lábios tremendo. — Nós vamos... nós vamos... vamos sentir, nós vamos sentir falta... de vocêêêssss.


E caí no choro. Não foram fungadas discretas ou um choramingar sutil. Não, nada disso. Isso teria sido ótimo. O choro veio do âmago e meus ombros tremiam enquanto eu soluçava. Ajudada pelo microfone, eu soava como uma morsa transando. Começou a desordem. Duas colunas de rostos, até agora felizes, retesaram-se de preocupação. Doris e Ellen gritaram horrorizadas, pularam da poltrona e jogaram os braços em torno de mim.


— Ohhhh! — arquejei, em busca de ar.


Maite saltou, de barriga, sobre duas poltronas. Ela caminhava engatinhando sobre os encostos das poltronas. Agarrou o ombro de Ellen para se equilibrar e se esticou para afagar minha cabeça.


— Hu, hu, hu, hu... — eu soluçava.


— Ah, querida, não fique assim, não fique assim! — Maite ofegava com falta de ar, espalhada sobre três assentos, com Christian abraçando suas pernas para evitar que mergulhasse de nariz no chão. Ela oscilava porque Ellen, em quem Maite se apoiava, procurava algo na bolsa, até achar uma bala cheia de pelos que empurrou para dentro de minha boca.


— Você precisa de açúcar — ela falou, aflita.


— Chris, pare esse ônibus agora! — Doris mandou.


Formou-se uma “ola” mexicana enquanto lenços de papel passavam rapidamente pelo corredor. Ellen agarrou um monte deles da mão de Elaine e, enlouquecida, levou desajeitadamente um deles até meu nariz.


— Assoe, querida!


Obedeci.


Maite oscilou mais uma vez.


— Christian, eu vou cair. Me seguuureee!


Chris parou o ônibus.


Eu continuei uivando.


Com um suspiro tenso e indulgente, Chris me separou de Doris e Ellen e me levou, tropeçando, para fora do ônibus. Quando alcancei o chão, virei-me e escondi o rosto em seu peito, joguei meus braços em volta do seu pescoço e solucei de novo.


— Você tem as chaves do bagageiro, meu filho? — Christian perguntou, envergonhado. — Você cuida de Dulce e eu vou descarregar as malas. — Ele apertou meu ombro com compaixão.


Chris retirou as chaves do bolso e deu para Christian.


— Shhh, vamos lá — murmurou com afeto, entre os dentes cerrados. Os soluços diminuíram um pouco, enquanto eu assoava o nariz. Um suspiro profundo e lá estava eu de novo. Chris tentou me consolar, abraçando-me amorosamente.


Os passageiros, depois de Christian e George entregarem suas malas, caminhavam atordoados e tristes. Como pessoas que participassem de um funeral, eles se moveram para oferecer as condolências a Chris, apertando sua mão e dando tapinhas nas costas.


Finalmente, eu estremeci e me calei, exausta. Agarrei o braço de Chris, acenando trêmulos adeus com o lencinho branco.


Maite enfiou um cartão com seu endereço em meu bolso.


— Vamos continuar nos falando — ela disse, calma.


— Sim. — Solucei. — Vamos.


Seu braço enlaçou meu pescoço.


— Eu sei que todo mundo fala isso — ela sussurrou em meu ouvido —, mas estou falando sério. Tive um fim de semana fantástico e quero encontrá-la “fora do trabalho”, como eles dizem. Você gostaria?


Fiquei comovida com sua sinceridade.


— Vou adorar — respondi, sincera.


Ela riu, deliciada.


— Ou então posso surpreendê-la e aparecer quando você menos esperar.


— Vou gostar disso também — eu disse, sorrindo.


Doris afagou minha bochecha.


— Nós vamos sempre nos lembrar de você — ela disse, com os olhos cheios de lágrimas.


— Eu também.


— Até nosso próximo encontro — Ellen sussurrou, fungando forte.


— Combinado — funguei de volta.


Por fim, eu e Chris ficamos sozinhos. Eu assoei o nariz em seu lenço marcado com um monograma e o devolvi para ele.


— Não vou aguentar. Vou sentir tanta falta deles! Vai ser assim toda semana? A preocupação, a tristeza, a despedida? — lamentei.


— Pode ser diferente. Entre no ônibus! — ele ordenou, me empurrando. — Não vou dirigir até Birmingham. Estou morto de cansado, então estou me convidando para ir à sua casa. Tooting, não é mesmo?


Sentei–me, trêmula, na poltrona.


— Aqui, conte isso — ele disse, jogando alguma coisa em minha mão. Era um pacote gordo de dinheiro.


— O que é isso? — perguntei, surpresa.


— Gorjetas — ele sorriu, triunfante.


— O quê?


— As gorjetas que os passageiros deixaram para nós — ele riu. — Mudei de ideia. A sua performance não tem preço. Se você puder repeti-la toda semana, vamos nos aposentar aos trinta e cinco anos.


Olhei estupefata para o imenso pacote sobre meu colo, limpei o nariz com a manga da blusa, fiz um leque com as notas e sorri animada. Deus do céu, Selfridges, aqui vou eu! Não, Harrods! O que estou dizendo? Galeria Lafayette, é claro.


Com a cabeça inclinada, comecei a olhar para as notas.


— Vinte, trinta, trinta e cinco, quarenta, cinquenta...


— Christian foi prestativo — Chris afirmou, enquanto sinalizava que entraria na avenida.


— ... noventa, cem... — Enruguei a testa. — Christian? Quem é ele?



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Autor(a): gabyy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 20



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  • AnazinhaCandyS2 Postado em 24/04/2017 - 19:02:58

    Mds quem é que faz promoção dando paracetamol??? kkkkkk. Coitada fico doente :( Annie sobe um nivel de loucura a cada capitulo kkkk. Christopher é um fofo cuidando da Dul *-* Mds que loucura esse apartamento do Pablo kkkkkkkk. Uau um pulseira de ouro branco, Christopher ta podendo *O* Huum Dul safadinha narrando oq ia faze, e o Christopher pula fora mas ele so n quer machuca ela *-* Continuaaaaaaaaaa

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 22/04/2017 - 18:45:44

    Christian é muito estranho, ele tem que se mais gentil com a Mai kkkk. Christopher é tão fofo, 3 semanas é uma vida já *-* Vdd se tem hora pra palita os dentes kkkkk. Dulce tentando da uma de medica é perigo. Tadinha da Ena :( Christopher é uma comedia tbm, se essa excursão existisse eu pagava quanto me pedissem só pra ir!! Christopher seu lindo, é claro que vc vai consegui, Dul n é boba kkk. Huuum eles se amam <3 Dul cantando o hino parecia eu cantando o hino do RS na escola, nunca decorei ele kkkkk. Caramba Christopher se transforma quando ve jogo na TV, deu ate um medinho dele, n to acreditando que ele amarrou ela pra ve o jogo kkkkkkk. Mds ela levanto pra corta as unhas dele, vc vai me mata um dia pq eu rio tanto que fico sem ar kkkk. Continua!!

    • gabyy Postado em 24/04/2017 - 16:52:13

      Acho que não é só a Dulce que é meia louca!rs O chris tem seus momentos fofos mas ele também não gosta muito de ser perturbado na hora de seu futebol! Aqui todo mundo é louco, mas todos se amam! bjoo, continuando

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 21/04/2017 - 18:31:39

    A-M-E-I todos esses capítulos, uma leitura boa+feriado+frio=perfeito kkkkk. Que pessoas loucas kkkkkk. Continua!!

    • gabyy Postado em 22/04/2017 - 18:13:02

      Continuando flor!

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 20/04/2017 - 18:23:20

    Que bom que vc voltou!! Morro de ri com a Doris e a Ellen velhas safadas kkkkk. Que ideia otima essa do Christian adorei! Geeeente alguem me da ar pq eu to rindo muito kkkk. Ahhh agora aparece os sobrinhos da Dul. Annie sua loca kkkkk. Continua!!

    • gabyy Postado em 21/04/2017 - 15:54:54

      Que bom que você se diverte lendo, a Dul realmente é meio louca! rs

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 13/04/2017 - 21:38:54

    Obg, achei q vc ia me acha uma chata por pedi kkk. Mai ta certa Dul ta apaixonada <3 Mds todo mundo bebado kkkkkkkk. Huuum se mudou pro quarto dela!! Nossa que namoro rapido né. 'Ela parace uma doninha' melhor xingamento ever. Eu pensei que ele ia quere um banheiro pra dar uns pega mais violento kkkkk. Mds morta de ri com esse capitulos essas pessoas sao loucas. Continua!!

    • gabyy Postado em 20/04/2017 - 13:19:19

      Este namoro foi muito rápido mesmo, mas o que que com a Dul não é rápido não é mesmo?! Ele foi um fofo cuidando dela né. estes dois são bem safadeeenhosss. Amore continuandoo.

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 04/04/2017 - 19:36:42

    Huuum segundas intenções é, AMO kkkk

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 04/04/2017 - 19:35:51

    Dulce é muito azarada, e o Christopher ta sendo muuuuitooo gentil com ela <3 Senhor George é um safadinho kkkk. Christian é muito mal humurado kkk. Ahhhhhhhhhhh teve beijo e coisinhas *-* Jurava que ia demora mais kkk. Queria te pedir uma coisa, mas n pense que eu sou uma chata kk, vc podia aumenta um pouco a letra?? Sou meio ceguinha kkk. Continua!!

    • gabyy Postado em 13/04/2017 - 20:55:48

      Pois é, a Dulce não gosta muito de esperar. rsrs Bom dei uma aumentada na letra, mas qualquer coisa é só vc falar viu, tbm sou meia ceguinha. rsrs ;)

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 02/04/2017 - 13:56:21

    Eu tbm tô sentindo pena das pessoas que a Dulce vai cuida kkkk. Annie me mata de ri, 'Diga que fui fazer uma cesariana' kkkk. Ahh eu to achando que sera mais cansativo sim kkk. Mds Christopher ta sendo muito gentil com a Dulce, e ela ta precisando de muiiiitaa ajuda. AMO ESSSA FANFIC <33 Continuaaaaaa

    • gabyy Postado em 04/04/2017 - 00:02:21

      Christopher esta sendo um cavalheiro com a Dulce ner....mas vejo segundas intenções ai hein. Fico feliz em saber que vc esta se divertindo.

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 01/04/2017 - 20:25:19

    Vou pegar essas dicas pra preenche um curriculo kkkk. Não acredito que elas vão comprar o aparelho kkkk. Annie tem uma mente fertil 'Vc poderá terminar sequestrada e vendida como escrava no Iêmen ou se prostituindo na rua' kkkkk. Mds morro de ri com essa fanfic :) Ehhh ela consguiu o emprego!! Dulce é tão espontanea kkkk. Continuaaaa

    • gabyy Postado em 02/04/2017 - 12:13:22

      Continuando flor.... E como você pode perceber a Dulce é maluquinha e agora vai ficar ainda pior com a chegada do Christopher. Fico feliz em saber que esta gostando ;)

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 29/03/2017 - 20:19:40

    Jurei que a Dulce ia da a loka pelo Pablo convida ela pra ir na academia kkkk. Minha disposição ta igual a da Dul pra faze exercicio, o tempo ñ passa!! Huum sei bem pq ela gostou daquele aparelho kkkk. Continuaaaaa


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