Fanfic: Meu querido Meio Irmão - Vondy | Tema: Adaptada
Capítulo Dezenove
(...) Alguns anos depois, eu voltei para ela, mas já era tarde de mais."
Ele voltou para mim?
Minha mão cobriu meu peito como se pudesse impedir meu coração de saltar. Era metade da manhã, e a agitação da rotina diária podia ser ouvidada minha janela. O sol estava derramando dentro do meu apartamento. Eu já tinha ligado para o trabalho mais cedo informando que eu não iria hoje porque precisava terminar esse livro hoje. Hoje à noite seria aniversário de 30 anos de um colega de trabalho numa boate no centro, e eu nem sabia se conseguiria ir.
Entrei na cozinha para tomar água e comer uma barrinha de granola. A energia seria necessária para a próxima parte. Ele voltou para mim? Enrolei-meno sofá, respirei fundo e virei a página.
"Você tem que tratar o vício por uma pessoa do mesmo jeito que trataria por droga. Se não pudesse ficar com Dulce por inteiro, então não queria nenhum contato com ela porque isso causaria problemas. Mesmo ligar ou mandar mensagem não era possível. Parecia duro, mas não conseguiria lidar nem ao menos com ouvir a voz dela e não poder estar com ela. Isso não significava que não a desejasse.
O primeiro ano foi um inferno. Mami não estava melhor que antes de eu ir para Boston. Ela continuava a me pedir informações sobre Victor e Blanca, stalkeando o facebook de Blanca e me acusando de ser um traidor depois que admiti que minha madrasta não era tão ruim depois que você a conhecia. Não podia citar o nome de Dulce porque não queria que minha mãe suspeitasse de algo ou procurasse por ela. Mami estava tomando pílulas para dormir, e eu tinha que vigiá-la como um gavião. Eu estava certo na minha suposição de que ela nunca aceitaria o fato de eu estar com Dulce naquela época. Era uma ironia triste: Mami estava obcecada com Blanca, e eu estava obcecado com a filha de Blanca. Éramos dois problemáticos. Não se passava um dia sem que eu pensasse em Dulce com outro cara. Isso me deixava louco. Ela estava tão longe e eu não podia fazer nada. Ironicamente, existia um lado meu que queria que ao menos pudesse protegê-la como irmã, mesmo que não pudéssemos ficar juntos. Doentio, né? Mas e se alguém a magoasse? Eu nem ficaria sabendo e não poderia bater no cara. E esqueça sobre ela transar com mais alguém.
Uma vez tinha socado a parede do meu quarto só de pensar nisso. Então, uma noite, perdi o controle e mandei uma mensagem dizendo que sentia sua falta. Pedi que não respondesse. Ela não respondeu, e me fez sentir pior. Jurei nunca repetir aquele erro.
Minha vida voltou ao que era antes de mudar para Boston: fumar, beber e foder com garotas com as quais eu não me importava. Era vazio. A única diferença era que por baixo de tudo aquilo eu deseja mais... Desejava ela. Ela me deu o gosto do tipo de conexão que eu sentia falta na minha vida. Esperava que aquele sentimento no meu peito passasse com o tempo, mas nunca passou, apenas se intensificou. Achava que porque, lá no fundo, também sentia que onde quer que ela estivesse, Dulce pensava em mim, se sentiado mesmo jeito. Eu sentia, e isso me torturou por anos.
Dois anos depois, o estado mental de Mami finalmente melhorou quando ela conheceu um cara. Era seu primeiro namorado desde Victor. George era libanês e era dono do mercado no fim da rua. Ele sempre estava em nossa casa e sempre trazia comida. Pela primeira vez, ela parecia ter esquecido sua obsessão por Victor.
George era um ótimo cara, mas quanto mais ela ficava feliz, mais eu ficava amargo. Abri mão da única garota que gostei porque achei que a devastaria. Agora, ela estava feliz, e eu ainda estava miserável. E Dulce estava longe. Sentia que cometi o maior erro da minha vida. Precisava falar com alguém sobre isso porque minha raiva estava me consumindo. Nunca contei sobre Dulce a ninguém. A única pessoa em quem eu poderia confiar era o amigo do Victor, Greg, que era como um segundo pai. Ele me deu algumas informações aquele dia no telefone; Dulce tinha se mudado recentemente para Nova Iorque. Ele tinha seu endereço. Greg tentou me convencer a voar até lá e contar a ela como eu me sentia. Não achei que ela iria querer me ver mesmo que ainda se importasse. Eu a machuquei tanto que não entendia como ela poderia me perdoar. Greg achava que ir lá pessoalmente causaria uma boa impressão.
Apesar de meus medos, reservei um voo para o dia seguinte, o que seria véspera de Ano Novo. Disse a Mami que iria visitar um amigo que conheci alguns anos atrás e festejar o feriado na cidade. Não poderia contar sobre Dulce. A viagem de seis horas foi a experiência mais enervante da minha vida. Queria chegar logo. Só queria abraçá-la de novo. Não sabia o que diria ou o que faria quando a visse. Nem sabia se estava com alguém. Estava indo no escuro. Era a primeira vez que pensava em mim primeiro e seguia meu coração. Esperava que não fosse muito tarde porque realmente queria ter a oportunidade de dizer as coisas que deveria ter dito três anos atrás. Ela nem sabia que eu a amava. Se a viagem de avião levou uma eternidade, a viagem de metrõ até seu apartamento foi ainda mais frustrante. Enquanto o trem balançava, toda memória que tinha dela passou pela minha cabeça como um filme. Não pude evitar sorrir enquanto pensava sobre as coisas que fiz com ela e como ela levava tudo na boa. Ela me fazia feliz. Na maior parte, minha mente voltava para aquela última noite quando ela me ofereceu sua virgindade.
O trem parou; estava um pouco atrasado. Chegar logo parecia urgente. Eu precisava dela. Quando finalmente cheguei ao prédio, chequei o endereço duas vezes. Seu ultimo nome, Hansen, estava escrito a caneta próximo a campainha do apartamento 7b. Não houve resposta. Não tinha ligado ou mandado mensagem, pois fiquei com medo de que ela não quisesse me encontrar. Mas eu vim até aqui. Tinha que ao menos vê-la. O pub ali perto era o lugar perfeito para esperar antes de tentar de novo .Bati em sua porta de hora em hora desde as quatro da tarde até às nove da noite. A cada vez não houve resposta, e eu voltava para o Pub do Charlie e esperava.
Eram 21h15min. Nunca esqueci o horário em que meu desejo se realizou. Eu avi. Mas não do jeito que eu desejei que acontecesse. Dulce. Estava usando uma parka branca enquanto entrava no Charlie. Não estava sozinha. Um cara –que parecia bem mais centrado que eu –tinha o braço envolto em sua cintura. A comida gordurosa no meu estômago começou a voltar .Ela estava rindo enquanto se sentavam no meio do restaurante. Ela parecia feliz. Ela não me viu porque estava de costas. Seu cabelo estava preso numa trança. Assisti enquanto ela tirava o cachecol lavanda que estava usando, revelando sua nuca, a nuca que eu deveria estar beijando essa noite depois que contasse o quanto a amava. O cara se inclinou e gentilmente a beijou no rosto. A voz dentro de mim gritava.
“Não toque nela”.
Os lábios dele falaram.
“Eu te amo”.
O que eu deveria fazer? Ir até lá e dizer “Ah, olá, eu sou o meio-irmão de Dulce. Nós fodemos loucamente uma vez e a deixei no dia seguinte. Ela parece feliz com você, e você provavelmente a merece, mas queria que você se afastasse e me deixasse levá-la”.
Meia hora se passou. Vi a garçonete trazer a comida deles. Os vi comer. Vi o cara se inclinar e beijá-la mais uma dúzia de vezes. Fechei os olhos e ouvi sua risada. Não sabia por que tinha ficado. Só não conseguia deixá-la. Sabia que seria a última vez que a veria.
22h15min. Dulce se levantou e deixou que ele colocasse o casaco sobre seus ombros. Nem uma vez olhou em minha direção. Não sabia o que faria se ela me notasse. Estava muito anestesiado para me mexer ou pensar. Observei-a cada segundo até que a porta se fechou atrás deles.
Naquela noite vaguei pela cidade e eventualmente terminei junto com a multidão na Times Square vendo a bola cair 27. Apesar dos confetes, do barulho e da alegria, me perguntei como cheguei ali porque ainda estava tonto desde que deixei o restaurante.
Uma senhora qualquer me pegou e me abraçou quando o relógio marcou meia noite. Ela nem sabia, mas eu precisava daquele abraço mais que tudo. Marquei um voo de volta para a Califórniana manhã seguinte. Alguns meses depois, Victor ligou para casa pela primeira vez em quase um ano. Casualmente perguntei por Dulce, e ele me disse que ela estava noiva. Foi a última vez que mencionei seu nome. Demorou quase três anos antes que pudesse realmente seguir em frente."
Autor(a): GrazihUckermann
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 132
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_vondy Postado em 17/09/2020 - 10:02:51
amei, que história linda <3 :( que pena que teve que acabar, mas foi um fim lindo!!!!
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dmsavinom Postado em 20/08/2019 - 11:37:30
Amei a web uma História muito linda.
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aleaff Postado em 16/07/2017 - 00:40:15
Já acabou??? Sério??? Mas assim Q FINAL MARAVILHOSO #CHOREI sério muito bom... vou sentir falta dessa fic....parabéns S2
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AnazinhaCandyS2 Postado em 15/07/2017 - 19:12:12
Como assim já acabou?? To em choque!! Mas foi uma otima fanfic, adorei ler ela, parabéns Grazi!! Vou te acompanhar nessa fic nova :)
GrazihUckermann Postado em 15/07/2017 - 20:45:47
Sim, infelizmente acabou :( Só acho que esse livro precisava de uma continuação... Fico feliz em ter vc acompanhando mais uma fanfic que irei postar S2
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ellafry Postado em 15/07/2017 - 12:17:19
que lindo <3 AMEEI
GrazihUckermann Postado em 15/07/2017 - 12:22:48
Fico feliz que tenha gostado <3 ^^
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AnazinhaCandyS2 Postado em 14/07/2017 - 22:29:53
Omg, oq foi esse prologo do livro do Christopher, estou chocada!! É sobre eles!! Por isso que Belinda ñ poderia ler *o* Continua!!
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reinavondy Postado em 14/07/2017 - 17:21:06
nova leitora! Estou adorando <3 Postaa maiss coleguinhaaaaa kkkk <3
GrazihUckermann Postado em 14/07/2017 - 19:00:51
Seja bem vinda ^^
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AnazinhaCandyS2 Postado em 13/07/2017 - 20:49:48
Que bom que voltou estava com sdd de ler essa fic *-* Omg Greg sabe de tudo *o* Eu tinha esperanças de que ele ñ fosse embora, mas pelo menos disse que ama ela *-* Só pode ser o livro dele!! Continua!!
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AnazinhaCandyS2 Postado em 17/06/2017 - 21:53:01
Cadê vc?? Volta a postar!!
GrazihUckermann Postado em 13/07/2017 - 18:55:28
Oee, voltei ^^
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aleaff Postado em 22/05/2017 - 18:16:04
Genteeeeee... sério to meio tensa depois dessa conversa ... nem sei oq pensar