Fanfic: ALTA FREQÜÊNCIA (Terminada)

Eles acordaram na segunda-feira de manhã e a luz
tinha voltado. Incluindo os dez mil dólares prometidos por Max, a maratona da
cama da KROK rendera 31 mil dólares para o Exército da Salvação.

- Foi a melhor promoção que já fizemos - afirmou
Max, quando todos começaram a empacotar tudo para partir. - Foi ótimo para o
Exército, ótimo para a minha imagem e ótimo para os negócios. Vendemos 97
colchões nos últimos três dias. - Ele olhava para Anahí.

- Deveríamos fazer disso um evento anual.

- Se transformar num evento anual diminui o
impacto. - disse Christian. - Você precisa estar sempre inventando coisas novas
para prender a atenção do público.

- Christian colocou a mão no ombro de Anahí e a
conduziu à porta. - Precisamos voltar para a rádio,

No estacionamento, eles pararam junto à van que Christian
estava dirigindo.

- Vocês dois podem tirar o resto do dia para
descansar, ou fazerem o que quiserem - disse o gerente.

- Fizeram um bom trabalho.

- Obrigada, Christian. - Ela deu um sorriso.

- Eu quero um filé - disse Alfonso. - Chega de
pizza e hambúrguer.

- Como quiserem. Quero ver os dois em meu
escritório amanhã cedo, no primeiro horário. - Ele entrou na van e foi embora.

Anahí olhou para Alfonso.

- Por que quer nos ver no primeiro horário? Acha
que sabe o que aconteceu? - Como poderia? Nem nós conseguíamos nos ver, ninguém
mais viu.

De fato, o showroom estava muito escuro. Mas isso não interferiu no tato. A lembrança fez seus
mamilos se retraírem.

- Talvez tenha alguma outra promoção em mente. -
Ela fez uma careta. - Até que isso acabou não sendo tão ruim. Mas e se quiser
que façamos algo imbecil?

- Diremos que dê o trabalho para Berlinda. - Ele
deu um tapinha em seu ombro. - Venha, vamos embora. - Ele conteve um bocejo. -
Acho que depois do meu filé e de um banho, vou tirar uma soneca. Por algum
motivo não dormi muito essa noite.

- Deve ter sido o temporal. - Ela esticou os
braços acima da cabeça. - Todos aqueles trovões também me deixaram acordada.

- Trovões? - O olhar dele encontrou o dela, numa
expressão sugestiva.                                                 

- É, foi espetacular.

- Foi, não foi?

Ele afagou sem ombro depois tirou a mão.

- Depois falamos.

Ela concordou.

- Boa idéia.

Embora parte dela quisesse ir para casa com Alfonso
agora, o restante percebeu que um banho e um cochilo fariam melhor para depois
estar com ele. Ela seguiu para o carro e o olhou por cima do ombro.

- Ei, Alfonso.

- Hein?

- Não vamos conversar muito da próxima vez que nos
encontrarmos. É melhor você descansar. Vai precisar de sua energia.

O interesse que surgiu nos olhos dele valeu a
corrida que ela deu até o carro. Ele parou de persegui-la no meio do
estacionamento e acenou.

Quando ela olhou para trás viu Mason e outro cara
da produção se aproximando dele, rindo. Ela sorriu e manobrou o carro rumo à
saída do estacionamento.

Terça-feira de manhã Alfonso chegou cedo ao
trabalho. Ele disse a si mesmo que era por estar ansioso para entrar no ritmo
normal de um dia de trabalho, mas sabia que a chance de ver Anahí antes da
maioria chegar influiu em sua chegada.

Mas ela só chegou oito e cinco. A essa altura Alfonso
já estava no escritório de Christian e Audra gravava o programa matinal.

- Como está o Derrick? - perguntou Alfonso, se
servindo de um refrigerante do frigobar de Christian. - Quando vai voltar ao
trabalho?

- Talvez semana que vem. Devem despejá-lo do
hospital amanhã.

- Ele deve estar deixando todo mundo maluco. - Ele
se afundou no sofá. - Sobre o que queria falar?

- Vamos esperar até que Anahí chegue. - Christian
mexia nos papéis, depois olhou para Alfonso. - Agora que teve um tempinho para
pensar, qual é a sua impressão sobre ela?

Alfonso piscou surpreso diante da pergunta. Ela
é a mulher mais sexy, esperta, incrível que eu conheci. Mas essa
provavelmente não era a resposta que Christian esperava.

- Como eu disse, ela é espontânea no ar, pensa
rápido, é calma. Tem boa sinergia com os ouvintes.

Christian concordou.

- Eu queria ter certeza de que sua opinião não
mudou. Então, ela agiu como profissional?

- Claro. Sem nenhuma falha.

- Bom.

- Oi Christian, Alfonso.

Naquele exato momento a mulher entrou.

- Desculpe o atraso. Dormi demais. - Ela sentou ao
lado de Alfonso e cruzou as pernas. Tinha tirado a mecha rosa dos cabelos. - Dá
para acreditar, todo aquele tempo na cama era de se pensar que eu estivesse com
o sono em dia.

Alfonso mordeu a bochecha para evitar se delatar
do pouquíssimo sono que ambos tiveram naquela cama.

- Alfonso e eu estávamos falando sobre o ótimo
trabalho que fizeram nessa promoção - disse Christian. - Tivemos uma ótima
resposta da audiência. Bem, exceto por aquela reclamação que não chegou a nos
prejudicar.

- Foi bom ter Alfonso ali para me ajudar.

- Vocês dois formam uma ótima dupla. Quero
aproveitar o momento e mantê-los juntos no ar.

- Por favor, não me diga que tem outra promoção
maluca. - disse Alfonso.

- Essas promoções nos mantêm no ar. Mas não, tenho
algo maior em mente. Quero que façam o programa da tarde juntos, de agora em
diante.

Alfonso não podia acreditar. Que má idéia. Se ele
e Anahí fossem parceiros no ar, não poderiam sair depois do trabalho.

- Christian, não acho...

- Que idéia fantástica! - Anahí bateu palmas, seu
sorriso podia iluminar o prédio inteiro. - Obrigada, obrigada.

A objeção de Alfonso era visível. Ela se virou
para ele e seu sorriso se apagou.

- Não quer trabalhar comigo?