Fanfic: ALTA FREQÜÊNCIA (Terminada)

- Não é que não te ache ótima - ele acrescentou. -
É que sempre fiz meu programa. - E prefiro tê-la como minha namorada do que
colega de trabalho.

- Então o Poncho não será mais solo - disse Christian,
de mãos cruzadas sobre a barriga. - Podemos chamar o programa de Poncho &
Honey.

As sobrancelhas de Christian se juntaram, formando
um V.

- Há alguma razão para que você e Anahí não
trabalhem juntos? Algo que não me contaram?

Alfonso olhou para Anahí. Ela estava sentada na
beirada da poltrona, com um olhar ávido. Para alguém como ela um horário nobre
na maior estação de rock do mercado era um sonho se tornando realidade. De
forma alguma ele poderia arruinar seu sonho em nome de sua própria libido.

- Você está certo, Christian. Será ótimo. Os
ouvintes devem mesmo estar cansados de mim.

- Obrigada, obrigada. Eu prometo que será ótimo! -
Ela olhava para os dois. - Quando começamos?     

- Que tal essa tarde? Brinquem com a idéia de que
se divertiram tanto juntos que não suportariam acabar com a festa.

- Não queremos dar às pessoas a idéia errada -
disse Alfonso.

Christian riu.

- A indústria do entretenimento tem tudo a ver com
passar a idéia errada. Lembrem, apelo sexual e excitação vendem.-Portanto,
flertem, o que funcionar.

Ele desviou o olhar dela. Para Anahí,
provavelmente seria simples. Ela não conseguia enxergar os problemas que ele já
conhecia, não sabia como às vezes era difícil viver sob o olhar público.

Quando Anahí deixou o escritório de Christian ela
mal podia conter sua empolgação. Correu escada abaixo, direto até a mesa de Dulce.

- Nossa, o que deu em você? - Dulce ergueu os
olhos de uma pilha de relatórios. - Parece que está flutuando.

- Eu me sinto como uma nuvem.

- Ela sentou numa cadeira junto à mesa. -, A coisa
mais incrível acaba de acontecer.

Dulce pôs os relatórios de lado.

- Você foi escolhida para participar da próxima
temporada de Survivor? Um tio distante te deixou um milhão de dólares?

Ela riu.

- Nada disso, mas é quase tão bom. Christian
gostou da minha atuação com Alfonso durante a promoção e vai me colocar no
programa da tarde com ele!

Os olhos de Dulce se arregalaram.

- Como parceira? Ela concordou.

- Sim. Acredita? - A idéia de trabalhar com Alfonso
todos os dias era boa demais.

- É inacreditável.

- Nossa, parabéns. - Ela se debruçou para a frente
e baixou a voz.

- Você nem me contou nada. O que aconteceu depois
que te emprestei a lingerie? Exatamente o quanto vocês interagiram?

Anahí sorriu.

- Digamos que você certamente tem que tentar
aquela roupa com o cara do seu prédio. Os resultados para mim foram...
impressionantes.

- Sei. Usou aquelas camisinhas que eu mandei
junto?

- Ah, sim.

- Não brinca! - Dulce deu um tapa no braço de Anahí.
- Como conseguiu isso com as câmeras?

Anahí olhou em volta e chegou mais perto.

- Lembra daquela tempestade no domingo? Acabou ^a luz. É... Bem... sem luz, sem câmeras.

Dulce riu.

- Danada! E o que vão fazer agora, que estarão
juntos no ar?

- Ainda não falamos a respeito.

- O homem não fala muito, eu notei.

- Ele é melhor quando estamos sozinhos. Quero
vê-lo mais e acho que ele também se sente assim.

- Se Christian descobrir ele vai ter um acesso.
Provavelmente vai despedir os dois. Você, com certeza.

- Eu sei. - Mas fazer tudo escondido tornava as
coisas muito mais excitantes.

- Tomaremos cuidado.

- Então você pegou o cara e ainda arranjou o seu
programa. - Dulce sacudiu a cabeça. - Os astros estão ao seu lado. Mas você tem
outro problema.

- O quê?

- A Bombástica vai explodir quando souber dessa. Berlinda.
Anahí se esquecera da colega imprevisível,

- É, mas pelo menos Alfonso estará lá para
intervir. O telefone tocou.

- É melhor eu atender - disse Dulce. - Meus parabéns.
Mal posso esperar para ouvi-la no ar.

- Obrigada. - Ela virou e foi até a sala de
descanso. Talvez desse a si mesma uma garrafa de champanhe à noite, mas agora
uma xícara de café forte já resolvia.

Não ficou surpresa em encontrar Alfonso sentado
lá.

- Achei que você viesse aqui depois de falar com Christian.
Ele disse algo interessante depois que saí? - disse ela, se servindo de
café.

- Não, ele só quer que eu assuma alguns dos
trabalhos de Derrick em lojas e shows até que ele esteja recuperado.

Ela o observou e viu que estava mais descansado,
mas não perdera a expressão habitual de alerta, como quem sempre analisa
cuidadosamente a situação.

Não que ela fizesse o mesmo, pois, às vezes, era
bem impulsiva. Mas era séria em relação ao trabalho e quanto a trabalhar com Alfonso.

- Acho que você não está tão animado em abrir mão
de seu programa, mas aposto que vamos nos divertir juntos.

- Tenho certeza que sim. - Ele ergueu o olhar. -
Olhe, não quis ser negativo, essa é uma ótima oportunidade para você. E acho
que o público a adora.

- Então, qual é o problema?

- Lembra do que conversamos domingo, sobre duas
pessoas que trabalham juntas, não se envolverem?

Então isso o estava incomodando.

- Lembro, mas não precisa se preocupar com isso.

- Não? Por quê?

- Porque já provamos que estar envolvidos torna o
trabalho conjunto muito mais fácil.

- Torna?

- Claro. Acha que aquele clima sexy do qual Christian
falou teria vindo tão naturalmente se não estivéssemos atraídos um pelo outro?
É por estarmos envolvidos que trabalhamos tão bem juntos.

- Garanto que Christian não vai engolir essa
explicação, se descobrir que estamos nos vendo fora do trabalho.

Ela sentiu um frio na barriga

- Ele não vai descobrir. Seremos cuidadosos. Ele
não pareceu convencido.

- Achei que pudesse lidar com Berlinda e isso
quase custou meu emprego.

- Isso não é justo, não tenho nada a ver com Berlinda.

Ele se endireitou.

- Você está certa, desculpe. Mas sempre tentei
manter minha vida pessoal separada do trabalho. Sempre que me desviei disso
acabei pagando caro.

- Não sei como fazer isso se vamos trabalhar
juntos todos os dias.

Ele parecia sofrer.

- Estou dizendo que precisamos desistir enquanto
podemos. O que aconteceu na loja foi ótimo, jamais esquecerei. Mas agora
precisamos deixar para trás e focar no trabalho.

Ela não podia acreditar.

- Está falando sério? Não quer mais ficar comigo?
Nunca?

- Mantenha a voz baixa. - Ele olhou em volta. -
Não que eu não queira. Mas acho que seria melhor para nós dois se fôssemos
colegas e trabalho e amigos, não amantes.

Agora só com comentários.

comentem muito.

besos!!!