Fanfic: ALTA FREQÜÊNCIA (Terminada)

capitulo dedicado a minhas leitoras que sempre comentam.

besos a todos.

Com um gemido abafado ele saiu e bateu a porta. Anahí
ficou olhando, cheia de esperança. Alfonso podia negar os próprios sentimentos,
mas eles estavam ali.

Como previsto, Berlinda apareceu com um biquíni de
lamê dourado e sandálias também douradas, de salto. Charlie Mattingly, um
baixinho de cabelos castanhos, se apressou em cumprimentá-la.

- Srta. Remington, que prazer em vê-la.

- Eu não ia perder. - Berlinda olhou a decoração
com flamingos de néon. - Lugar legal.

- Podemos tirar uma foto juntos? - Charlie
gesticulou para os garçons, com uma câmera digital.

- Claro. - Ela posou com o braço ao redor dele.

- Oi Berlinda. - disse Alfonso, rumo ao palco ao
lado do quadrado de areia. O crocodilo não se movera desde que fora deixado
ali.

Berlinda baixou os óculos escuros e avaliou a
bermuda azul de surfista e a camisa havaiana que Alfonso estava vestindo.

- Não recebeu o memorando? O tema é australiano,
não havaiano.

- Os australianos também vestem camisas havaianas.

Anahí passou por eles. Ela estava com dúzias de
trancinhas nos cabelos.

- Oi Alfonso, oi Berlinda. Que cenário legal, não
é? Claro. Muito. Terei de ficar quatro horas entre uma mulher que me odeia e
outra que quero mais que tudo, exceto esse emprego, pensou ele. Berlinda
baixou os óculos novamente.

- Belo traje. Bem de garotinha.

Anahí olhou para seu maio inteiro cavado dos
lados. Alfonso achara bem mais sexy do que o biquíni com tudo de fora de Berlinda.
Estava grato por seus óculos de sol, assim ela não via como ele a olhava.

- Obrigada, eu gosto. - Alfonso a seguiu com os
olhos, hipnotizado pelo jeito que a malha colava em seu bumbum perfeito.

- Ainda está pensando na mocinha? - Berlinda pôs
os óculos de sol de volta.

Ele se virou para ela bruscamente.

- Deixe Anahí em paz. Não quero apartar briga. Ela
riu.

- Acha que eu brigaria por você? - Ela saiu
em direção aos funcionários. - Olá rapazes. Digam oi para Berlinda Bombástica.

Ele foi para o palco onde estava Anahí.

- O que eu falei? - disse Anahí. - Ninguém nem vai
nos notar.

Ela pegou uma caixa de camisetas e desceu do
palco.

- Talvez você a convença de vestir uma dessas. Alfonso
riu.

- Sem chance. Ela está adorando se mostrar.

Ela saiu com as camisetas e ele checou os
autofalantes. Um garçom se aproximou e disse:

- O patrão pergunta se gostaria de algo para
beber, ou comer. Por conta da casa.

Ele olhou o rosto familiar. Viu o nome no crachá.

- Ray? Ray Kingston?

- Poncho? Cara, é você. Como vai?

- Estou bem, e você?

Ray sacudiu os ombros e olhou o cenário
australiano.

- Tudo bem. Estou começando nesse emprego. Tomara
que dê certo.

Alfonso olhou seu rosto. Fazia mais ou menos três
anos que não se viam. Ray estava barbeado, um pouco mais gordo.

- Há quanto tempo você está em Denver? - ele
perguntou.

- Uns meses. Tenho uma irmã aqui. Levou um tempo
para que eu conseguisse trabalho. Sabe como é.

- Sim, eu sei. Está tudo bem? Ray enfiou as mãos
nos bolsos.

- Sim. Tudo bem. - Ele olhou para a cozinha. -
Então, quer algo?

- Claro, um chá gelado, quando puder.

- É para já.

Alfonso observou Ray e não pôde deixar de sorrir.
Era bom vê-lo outra vez.

Seu sorriso sumiu quando Ray esbarrou em Berlinda.

- Olhe por onde anda! - gritou ela.

Ray ficou olhando para ela e gaguejou um pedido de
desculpas.

- O que está olhando? - perguntou ela. - Vá, suma
daqui.

Resmungando, ela subiu ao palco.

- Se vai se vestir assim, deveria se acostumar com
as pessoas olhando - disse ele.

Ela arrumou os cabelos e o bustiê do biquíni.

- Não vejo você olhando. Ele sacudiu a cabeça.

- Está pronta para o boletim das quatro e dez?

Ela endireitou os ombros.

- Estou sempre pronta, sou profissional.

Ray voltou com um copo de chá gelado, mantendo-se
longe de Berlinda, que falava com o piloto do helicóptero para o boletim de
trânsito.

Anahí voltou ao palco.

- Estamos prontos para começar?

As quatro em ponto eles entraram no ar, ao vivo.

- Boa tarde a todos. Falamos aqui do fabuloso bar
australiano do Charlie, e teremos muita música e prêmios a tarde toda.

- Sabe quantos homens o invejam por estar com duas
belas mulheres a tarde toda? - perguntou Anahí.

- Caia na real - disse Berlinda. - Ele jamais
daria conta de nós duas, se não deu nem de mim.

- Admito, não sou páreo para você. É preciso um
homem especial para isso.

Ela lançou um olhar de quem queria esfaquear suas
genitais e ele bloqueou seu microfone, só para garantir.

- Nós todos a reverenciamos, Berlinda - Anahí se
apressou em amenizarão momento. - Como está o trânsito essa tarde?

Alfonso prometeu a si mesmo que não voltaria a
provocá-la. Quando Berlinda terminou o boletim ele perguntou:

- Quem quer ganhar prêmios?

Uma dúzia dos presentes assoviou para Berlinda e Anahí.

- Está certo. Vamos brincar um pouco. Quem acertar
as respostas leva o novo CD do Ben Harper.

- Qual era o emprego de Pat Benatar antes de ser
famosa?

Anahí levou o microfone ao público e se aproximou
de um rapaz que ergueu a mão.

- Diga, bonitão- disse ela, provocando um rubor
imediato no homem. - Sabe a resposta?

- É... é...

Ela olhou para Alfonso, que balançou a cabeça.

- Desculpe. Alguém mais?

Depois de algumas tentativas acabaram dando o CD a
outro que acertou. Anahí voltou ao palco.

- Pessoal, agora é hora do campeonato de limbo.
Entrem na fila para ver se conseguem passar embaixo do bambu. - Ela demonstrou
como passar por baixo, inclinada para trás, quase arrastando os cabelos no
chão.

- Se ela tivesse meus peitos não desceria tanto -
resmungou Berlinda.

Se os seus fossem de verdade, você desceria, pensou
ele.