Fanfic: ALTA FREQÜÊNCIA (Terminada)

Depois da distribuição de mais prêmios, Berlinda
incentivou um concurso de dança hula-hula.
De qualquer forma ela ficou grata pela aclamação do pequeno público depois que
subiu ao palco e começou a rebolar.

Música, clima, trânsito, notícias. Antes que
percebessem já se passara metade do programa. Ray se aproximou dele e de Anahí,
com o bloco de pedidos.

- Ótimo programa pessoal, gostariam de pedir o jantar?

- Parece bom. Ray, essa é minha colega Anahí Portilla.
Este é Ray Kingston, um velho amigo.

Anahí estendeu a mão.

- Prazer em conhecê-lo, Ray.

- Igualmente. - Ele gesticulou para o bloco. -
Então, o que posso trazer? Os hambúrgueres são bons, o taco também.

- Vou de hambúrguer. - disse ela.

- Eu também.

Ray anotou.

- E a outra moça?

- Berlinda? - Ela estava numa mesa de executivos,
que quase babavam enquanto dava autógrafos. - Ela está ali, pode perguntar, ela
não morde.

- Tem certeza? - perguntou Anahí, depois que Ray
saiu.

- Não. - Ele pegou uns papéis e ficou fingindo ler
para não notar o quanto ela estava próxima, ou como ela cheirava bem, vestida
naquele maio. Mas podia sentir seu olhar.

- Gosto dessa camisa, é de seus tempos de
surfista? Estaria ela tentando lembrá-lo das confidencias na loja de móveis?

- Não, comprei para esse trabalho. - Ele olhou
para Berlinda.

- Seu idiota, não me interrompa. Se o fizer
novamente vou providenciar para que seja despedido. - Ray estava curvado diante
dela, com o bloco de pedidos, se desculpando.

Alfonso se apressou em intervir. Se Berlinda
prejudicasse Ray ela ia se ver com ele.

- Ele só está tentando anotar seu pedido do
jantar. - Alfonso a pegou pelo braço e a afastou do garçom.

- Ele me interrompeu quando eu estava falando com^; meus fãs - disse ela.

- Motivo justo. O que vai querer comer?

- Um coquetel é camarão. Com camarões frescos.

Alfonso acenou a cabeça para Ray, que anotou e se apressou
rumo à cozinha.

Anahí sentiu a tensão no ar, ao ver Alfonso e Berlinda
se estranhando. Berlinda era difícil de lidar, mas teria de fazer isso com
cuidado. Anahí se apressou para amenizar a situação.

- Berlinda, você estava ótima no concurso de hula, onde aprendeu a dançar assim?

Berlinda desviou o olhar de Alfonso e passou a mão
nos cabelos.

- Nunca tive uma aula. É só saber mexer o corpo.

- Talvez você possa me ensinar umas coisas, uma
hora dessas.

Berlinda a olhou de cima a baixo com uma expressão
arrogante que fez Anahí se arrepiar.

- Talvez possa.

Ela se virou para se afastar, mas Anahí a seguiu.

- Estive pensando numa coisa - disse ela.

- O quê?

- Como se envolveu no rádio? Quero dizer, com sua
aparência e sua personalidade, você parece ser natural para a televisão - disse
ela.

O efeito foi estarrecedor. A expressão de Berlinda
suavizou e seu sorriso pareceu verdadeiro.

- Você acha?

- Claro.

- Faremos um pequeno intervalo, mas logo estaremos
de volta com o programa Poncho & Honey, e Berlinda Bombástica, ao vivo do
Bar do Charlie.

- Vamos comer - disse Anahí, vendo Ray com uma
bandeja carregada. - Estou faminta.

Alfonso puxou uma mesa para perto do palco e
ajudou Ray a esvaziar a bandeja. O garçom colocou o coquetel de camarão diante
de Berlinda com mãos trêmulas.

- Esse camarão é fresco? - perguntou ela.

- Acho... que estavam congelados, mas foi fervido
especialmente para servi-la.

- Camarão congelado não é fresco. - Ela empurrou o
prato. - Traga fresco.

Ray olhou para Alfonso e Anahí, depois para Berlinda.

- Só temos congelado.

- Pedi para que você discutisse comigo? Vá buscar
meu pedido.

- Pare, Berlinda - a voz de Alfonso foi cortante.
- O homem não pode servir algo que não tem.

- Algum problema? - Charlie chegou à mesa. -
Gostaria de algo, Berlinda?

- Esse garçom trocou meu pedido.

- Ele não fez isso. - Alfonso se virou para
Charlie. - Berlinda não sabia que o camarão era congelado.

- Pedi fresco. Ele disse que era. Ele mentiu. Ray
abriu a boca, mas Charlie o cortou.

- Eu avisei. Se cometesse um erro estaria fora.
Agora vá.

Alfonso se levantou, bruscamente.

- Ele não fez nada errado. - Ele encarou Berlinda.
- Berlinda adora arranjar encrenca.

- Se a aborreceu é o bastante para que eu o
despeça.

- Não faça isso. - Alfonso abrandou a voz. - Eu me
responsabilizo por ele.

- Você o conhece? Alfonso concordou.

- Nos conhecemos há alguns anos, ele é um cara
bom. Não se arrependerá em mantê-lo aqui.

- Sabe como é manter um cara assim. E se começar a
roubar?

- Eu não roubo. Nunca roubei. - disse Ray.

Anahí desviou o olhar de um para o outro. O que
Charlie queria dizer com um cara assim?

- Só pelo fato de ter uma ficha não significa que
vá roubar ou fazer qualquer coisa que ponha em risco o seu emprego. Acredite, a
maioria das pessoas não quer voltar à cadeia.

- Como sabe? Quantos ex-presidiários regenerados
você conhece?

- Alguns. - Ele olhou novamente para Ray, que
tinha os olhos repletos de mágoa e raiva. - Eu, por exemplo. Estive na prisão
com Ray e não pretendo voltar. Sei que pode confiar nele.

ja sabem posto mais só com muitos comentários.

besos e até logo.