Fanfic: ALTA FREQÜÊNCIA (Terminada)

-A FCC fará perguntas. - Ele se levantou
novamente. -Vocês dois estão afastados até segunda ordem. Berlinda, você irá
preencher o horário da tarde por enquanto.

Anahí ia reclamar, mas Alfonso a pegou pelo braço
e a puxou para a porta. Não ganhariam nada em discutir com Christian agora.
Melhor deixar esfriar.

Ao andarem pela rádio viam todos olhando, mas
ninguém se atrevia a dizer nada. Ele e Anahí não falaram até chegar ao
estacionamento.

- Berlinda está por trás disso. Sei que está. - Anahí
irrompeu em palavras assim que chegaram ao carro de Alfonso.

Ele estava pensando o mesmo, mas Anahí parecia tão
convicta.

- Como sabe disso?

- Ela disse que esteve aqui na sexta. Ela nos
ouviu. Só pode ter feito a gravação e substituído pelo comercial. E conseguiu o
que sempre quis. Seu programa.

- Não pode provar. Qualquer um pode ter feito. Ela
o encarava.

- Não acha que fiz, acha?

Teria sido ela? Parecia impossível, mas como
alguém teria feito? Mesmo Berlinda?

- Fez? Como uma piada que não deu certo?

- Não! Eu não seria tão estúpida. - As lágrimas encheram
seus olhos. - Nem acredito que possa pensar isso de mim.

Agora, para completar, ele se sentia um asqueroso.

- Você está certa, desculpe. - Ele se virou para o
carro. - Preciso ir para casa.

Ela pôs a mão em seu braço.

- Me deixe ir com você.

- Não. Acho que... quero ficar sozinho um pouco.
Preciso pensar. - Ele não conseguia pensar perto dela.

Ela soltou seu braço, ele entrou no carro e
partiu. Mas sua imagem ali, em pé, solzinha, ficou em sua mente.

Não queria magoá-la, mas precisava de tempo para
digerir aquilo. Será que Berlinda realmente faria algo tão perverso?

Se ele ao menos conseguisse se livrar dessas
dúvidas malditas! Anahí ficou olhando o carro de Alfonso, sem saber se chorava
ou atirava alguma coisa. Será que ele não via que ela precisava de seu apoio
para saber que estavam naquilo juntos?

Doeu. Ela seguiu até seu carro. A raiva crescia.
Que coincidência Berlinda entrar na sala de Christian naquele instante, sabendo
mais da gravação do que qualquer um.

Por que sou a única a ver o quanto isso é
suspeito? Pensou ela, ao ligar o carro. Berlinda não tinha nada de
santa, todos sabiam de sua ambição. Faria qualquer coisa para ter o que quer.

Ao chegar em casa ela foi direto para a cozinha.
Era uma ocasião para montanhas de chocolates e carboidrato.

Já estava empanzinada quando o telefone tocou. Com
o coração disparado, ela atendeu. Talvez Alfonso tivesse ligado para se
desculpar.

- Ei, garota, eu soube do que houve. - A voz de Dulce
era terna. - Você está bem?

- Estou segurando firme. Ouviu a transmissão?

- Sim. Eu estava no meu carro indo para o correio.
Num instante Berlinda estava falando do Mighty Mike, no outro, começaram os
suspiros.

Ela tremeu.

- Alguém deve ter plantado aquela fita. Alfonso e
eu não tínhamos a menor idéia.

- Onde vocês estavam?

- Jura que não espalha? - Já era péssimo que Christian
soubesse.

- Juro, diga.

- Estávamos na rádio. Era para estarmos fazendo
inventário.

- Não conseguiram se desgrudar, não é?

- Foi isso. - Será que Alfonso voltaria a se
sentir assim tanto quanto a ela? E quanto às declarações de amor que fizera? - Berlinda
disse que esteve lá, naquela noite, para gravar os comerciais da Mighty Mike e
que me viu fazendo algo no computador.

- Por que você faria isso?

- Foi exatamente o que eu disse, mas ela falou que
era para chamar atenção.

Dulce bufou.

- Disso ela entende, não é?

- Acho que ela armou tudo para sermos pegos.

- E Christian acreditou nessa história maluca?

- A gravação estava lá. Obviamente éramos nós. Christian
não está preocupado em como foi parar lá, e sim com seu emprego.

- A FCC já mandou investigar. Também vão conversar
com você e Alfonso.

- Eu sei, será a palavra de Berlinda contra a
minha.

- Está se fazendo de estarrecida com a grande
tragédia, mas eu a ouvi dizendo a Davie que o programa será um sucesso ainda
maior agora que ela está no comando.

- Ainda bem que não estou na rádio. Eu lhe daria
motivo para fazer cara de tragédia. E o que Christian diz?

- Nada, ele tem ficado trancado em seu escritório.
Parece até que alguém morreu. Ele gosta de você e de Alfonso.

- E nós o decepcionamos. - Christian não era do
tipo afável, mas ela aprendera a respeitá-lo. Era duro sabe que ela caíra em
seu conceito. - Sei que Berlinda está por trás de tudo isso, só preciso provar.

- Como?

- Não sei.

- Mesmo provando, ainda infringiram a lei de
namoro.

- Sim, mas nem se compara a isso. Mesmo sem o
emprego, quero salvar nossa imagem.

- O que Alfonso diz? Ela suspirou.

- Não sei. No instante em que Christian chegou ao
estúdio ele trancou a porta de suas emoções. Até me perguntou se a história de Berlinda
era verdade.

- Não significa que não acredita em você.

- Então, por que não diz isso? Nem me deixou ir
para sua casa.

- Homens são assim. Dê um tempo e ele virá atrás
de você, se realmente a ama.

- Sim, grande `se`. Obrigada por ligar.

-Agüente firme. E diga se houver algo que eu possa
fazer.

- Obrigada.

Ela desligou e caiu no sofá. De manhã sentia-se
mais feliz do que nunca, tão apaixonada por Alfonso que tinha certeza de que
problema algum os atingiria. Mas diante do primeiro problema ele se afastou. O
que isso demonstrava quanto aos seus sentimentos?

Ela respirou fundo. Se não via quem ela era, não a
merecia. A idéia causou uma pontada de pânico. A idéia do "dane-se, mereço
coisa melhor" não caía bem agora.

Ela olhou o telefone e pensou em ligar para Alfonso.
Mas ao lembrar a forma como a deixara no estacionamento, desistiu do
telefonema.

O melhor a fazer era limpar seu nome, depois podia
convencê-lo de que não estava mentindo para ele.

se tiver muito, mais muitos comentários mesmo,

continuou ainda hoje.

então ja sabem besos a todos