Fanfic: ALTA FREQÜÊNCIA (Terminada)

- Está certo, pessoal. Todo mundo sabe que dia é
hoje. Isso mesmo, é a "Terça do Conta Tudo". Então liguem para
fazerem suas confissões. Nosso tema de hoje é a sua aventura mais quente. O
mundo e Derrick Travesso querem saber.

Anahí sacudiu a cabeça. Era o queria teria pela
frente nos próximos três dias e três noites. Mas iria até o fim.

Trabalhar em rádio era o que realmente queria. Já
ensaiara algumas chamadas com Derrick. Devia haver mulheres que se alegrariam
em vê-lo tomando um fora, então usaria isso como vantagem.

Amanhã era o grande dia. O mês tinha voado. Ela
gravou com Derrick, posou para fotos e outdoors e conheceu o Max em pessoa, que
a olhara de cima a baixo afirmando que muita gente iria gostar de vê-la de
camisola.

Ótimo. Ela se olhava no espelho do banheiro da
KROK. Fizera uma mecha rosa nos cabelos, para ter algo diferente em sua
estréia. É por uma boa causa, lembrou a si mesma, pegando um batom.

- Oi, Anahí.

Anahí ficou estarrecida ao ver Berlinda Bombástica
falando com ela. Jurava que a repórter meteorologista jamais soubera seu nome.

- É... oi, Berlinda, tudo bem?

- Cheia de disposição, como sempre. - Ela ajeitou
o corpete vermelho que lembrava uma segunda pele.

- Que bom. Eu também estou bem.

- Para quem está se enfeitando? - perguntou Berlinda.

- Ninguém. - Mas o rubor entregou. Torcia para
encontrar Alfonso. Era hora de ele chegar, e ela arranjava um jeito de vê-lo.
Estava tentando convencê-lo de que podiam ser mais que colegas de trabalho.
Tinha esperanças de que ele a achasse atraente, afinal, ela era só cinco anos
mais nova.

- Não está se produzindo para Derrick, está?

Anahí ficou tão perplexa que derrubou o batom.
Catando o tubo na pia sacudiu a cabeça.

- Derrick? Sem chance.

- Vai fazer aquela promoção com ele amanhã, não
vai? Pensei que você estava bajulando ele para se tornar fixa no programa.

Ela encarou Berlinda.

- Mas o programa é só dele, uma mulher não teria
nada a ver.

Berlinda estreitou os olhos.

- E desde quando algo nesse negócio faz sentido? -
Ela tocou o ombro de Anahí. - Nós, garotas, temos que nos unir e fazer o que
for preciso para adiantar nosso lado, certo?

- É... certo. - Embora ela não se visse posando
nua, nem correndo atrás de Derrick James, credo!

Berlinda sorriu.

- Certo. Lembre-se disso.

- Lembrarei. Agora tenho que voltar ao trabalho. -
Anahí já estava atrasada para seu encontro com Alfonso.

Ele estava subindo a escada quando ela desceu.
Como era sensual! Alfonso tinha um jeito rústico, de quem vive ao ar livre, um
gato.

- Oi, Alfonso. - Ela deu um sorriso carinhoso.

- E aí, Anahí, como vai?

- Ótimo. Tudo pronto para o grande dia, amanhã.

- E esse rosa? - ele gesticulou para a mecha dos
cabelos.

- Foi só para me divertir, para ter algo diferente
na minha estréia.

- Vi as fotos da promoção - disse ele. - Você se
saiu bem.

- Você acha? - ela corou, contente por ele ter
notado. Ela havia visto o outdoor de manhã e quase saiu da faixa dirigindo. As
primeiras propagandas só faziam menção a ela como a "mulher
misteriosa", mas também traziam sua foto.

- É. Pena que a careta horrível do Derrick está
estragando a foto.

Ela riu.

- Nem todo mundo é bonito como você - provocou.

Ele desviou o olhar e limpou a garganta.

- É... Eu não devo ser tão duro com Derrick.

- O que tem no seu programa essa tarde? -
perguntou ela, ansiosa para manter a conversa.

- É sexta, então vamos fazer um concurso.

Alfonso era o especialista em rock da rádio. Todas
as sextas os ouvintes respondiam perguntas.

- O Nickelback vai fazer um show ao vivo às duas,
para divulgar o show dessa noite, no Pepsi Center - continuou ele. - Estamos
distribuindo ingressos.

- Você vai?

- Não, é o Derrick que vai nessa. Vamos deixar o
trailer na frente da casa de show, e ele vai levar os ganhadores nos camarins
para conhecer a banda.

- Vai estar amarrotado de manhã, detesta ficar até
tarde.

- É a vida no rádio. - Ele desviou o olhar
novamente. - Talvez você queira repensar sua carreira.

Ela balançou a cabeça.

- Não, é isso que quero fazer. Quando era pequena,
as outras crianças tocavam os CDs, mas eu fazia um programa inteiro, com
comerciais e tudo.

- Eu também fazia isso, tinha esquecido. - O
alarme do relógio dele apitou. - Tenho que ir. Foi legal falar contigo.

- É sempre bom falar com você, Alfonso. - Ela
tentou dar uma entonação nas palavras, mas ele já tinha ido.

Ela suspirou. Suas táticas sedutoras certamente
precisavam melhorar.