Fanfic: ALTA FREQÜÊNCIA (Terminada)

Anahí logo descobriu que uma coisa era fazer um
sexo ardente com o homem que ama, e outra era a cidade toda ouvir. Depois do
tumulto, não conseguia sair de casa sem encontrar alguém que fizesse perguntas.
Os piores eram os colunistas de fofocas, que ligavam e passavam e-mails,
chegando a aparecer em sua porta.

Alfonso continuava em silêncio desde que tinham se
separado na segunda-feira. Ainda estaria triste em casa? Ou resolvera cortar
relações com ela de vez?

Embora não tivesse tido notícias de Christian, sua
secretária havia ligado para marcar uma reunião quando ela contaria sua versão
da história ao investigador da FCC. Restavam-lhe menos de quatro dias para
reunir provas contra Berlinda. Ela havia virado de um lado para outro na cama,
bolando um plano, mas precisava de ajuda. Dulce concordara em passar por lá.

Chegou pouco antes das seis, trazendo comida
chinesa e uma garrafa de vinho branco.

- Você realmente é minha melhor amiga - disse Anahí,
desempacotando as coisas.

- Que nada, é que não consigo pensar de barriga
vazia. - Dulce pegou dois pratos e começou a servir a comida. - Você já
arranjou um plano brilhante?

- Já. Mas preciso que você ligue para Berlinda
disfarçando a voz.

Dulce riu.

- Vai ser divertido.

Enquanto Dulce olhava o script escrito, Anahí
embrulhava o fone com um lenço.

- Isso sempre dá certo em filmes - disse ela. -
Espero que ela não reconheça sua voz.

- Alô? - A bombástica parecia mais rabugenta do
que sexy, a essa hora do dia.

- Preciso falar algo muito importante com Berlinda
Bombástica - disse Dulce.

- O quê? Quem é?

- Uma amiga. Tenho informações importantes para
seu emprego.

- O quê? A ligação está ruim. Não estou entendendo
nada.

Dulce fez uma careta, depois tirou o lenço do fone
e arremessou o papel com o texto.

- Ouça, Berlinda. Sei que você está por trás da
fita colocada no ar no programa Poncho & Honey - disse ela. - Tenho provas
e é melhor me encontrar amanhã à noite, na Side Street Deli.

- O quê? - Berlinda parecia um papagaio esganiçado.
- Quem é?

- Não importa. Tenho algo que você precisa. Então,
esteja lá amanhã, às oito horas. E traga muita grana. - Ela bateu o telefone e
olhou para Anahí.

- Acha que ela caiu? Dulce pôs a mão no peito.

- Não sei, mas meu coração está disparado.

- Você foi ótima. Agora, a segunda parte do plano.

- Qual é?

- Alfonso e Christian precisam estar na Deli, para
a confissão de Berlinda.

- Se ela confessar.

- Aparecer para encontrar um chantagista é tão boa
quanto uma confissão, eu acho. - Ela apertou os números de Alfonso, antes de
perder a coragem.

Meio tonta ela esperou que ele atendesse.

- Alô?

Ao ouvir sua voz o coração veio à boca. Ela não
percebera o quanto queria saber dele.

- Alfonso, é a Anahí.

- Ah, oi, como vai? - Ele parecia bem.

- Estou bem. Ficando em casa, tentando evitar o
fotógrafos.

- É, eu também. Teve notícias da FCC?

- Tenho uma entrevista com eles na sexta.

- Eu também, na quinta.

Esperou que ele sugerisse de se encontrarem. Com
não aconteceu ela engoliu em seco e disse.

- Preciso que me faça um favor.

- Claro, do que precisa?

- Pode me encontrar na Side Street Deli, amanhã, à
sete e quinze?

- Acho que sim, o que há?

- Não posso dizer agora, mas é muito importante que
esteja lá... Apenas confie em mim.

Ela ficou apreensiva pela resposta, até que ele finalmente
disse:

- Está bem, estarei lá.

- Obrigada. Até lá.

Saber que Alfonso iria lhe deu coragem de ligar
para Christian, que se irritou por ser procurado em casa. Mas ao dizer o quanto
seria importante ele acabou concordando.

Ela desligou e olhou para Dulce.

- Tudo em cima.

- Vamos torcer para que tenhamos corda suficiente
para enforcar Berlinda.

- Quando eu terminar, ela vai implorar por
piedade. - Quando a questão era o emprego que adorava e do homem que amava, ela
também sabia jogar sujo.