Fanfic: ALTA FREQÜÊNCIA (Terminada)

Ele desligou o rádio bruscamente e olhou de novo
para o outdoor. Seriam três dias longos.

Pijama de flanela estampado de cachorrinhos,
conferido. Chinelos vermelhos, conferido. Ursinho, conferido. Tampões de
ouvido, conferido. Produtos de higiene pessoal, conferido. Roupa para voltar
para casa, conferido. Anahí fechou o zíper da mochila e levou tudo para o
carro. Tinha vinte minutos para chegar lá e se convencer de que estava fazendo
o certo.

Pelo menos não havia trânsito. Ela acelerou seu
carro pela estrada 70 e seguiu para a loja. Não tinha dormido muito,
atormentada pelos sonhos com Alfonso. Pena não ser ele seu parceiro nessa
promoção.

Embora tudo ao redor estivesse escuro, a loja
estava iluminada com uma feira. Ela viu a van da produção da KROK perto da
porta. Mason, da produção, acenou ao vê-la. Ela seguiu com a mochila em direção
ao banheiro que dividiria com Derrick. Felizmente, Max não estava lá para que
tivesse de lidar com ele.

Derrick também não estava. Anahí vestiu o pijama,
já ensaiando o que diria a Christian, que certamente reclamaria. Alegaria que
mostrar menos atiça mais. E lá fazia frio. Ele não ia querê-la doente, não é?

Não esperava que ele caísse nessa, mas tentaria.
Até vestiria uma camiseta da rádio e um short, mas nada de lingerie.

Christian lhe explicara tudo inúmeras vezes. A
equipe de produção estivera ocupada instalando os microfones ao redor da cama.
E que cama. Forrada com uma pele falsa e lençóis de cetim. Meia dúzia de
travesseiros se empilhavam na cabeceira e os criados-mudos já tinham água e
lenços de papel.

- Anahí! Aí está você. - Christian a viu e se
apressou em sua direção. Ele fez uma cara feia diante do pijama.

- Cachorrinhos? Não tinha nada melhor?

- Não quero sentir frio. - Ela cruzou os braços.
Ele balançou a cabeça.

- É o que menos me preocupa agora. Vá logo para a
cama. - Ele a acompanhou ao que seria seu lar nos próximos três dias.

- Começaremos daqui a pouco.

- O som está checado, Christian.

A voz familiar a fez sentir uma onda de calor e
ela ficou paralisada ao ver o homem ao seu lado.

- Alfonso? O que faz aqui?

- Bom dia, Anahí. - Ele voltou os olhos ao
gerente. - Christian não lhe disse?

- Disse o quê?

Christian tossiu.

- Derrick sofreu um acidente na volta do Pepsi
Center, ontem. Vai ficar fora e Alfonso será o substituto.

Ela olhou Alfonso novamente e viu que estava de
pijama azul, por baixo da camiseta da KROK. Não conseguiu disfarçar um sorriso.

- Que ótimo! Quero dizer, é legal de sua parte.

- Os dois, já para cama - disse Christian. -
Estamos quase prontos para entrar ao vivo.

- Pronta? - perguntou Alfonso.

Ela respirou fundo, sentiu o cheiro da colônia
pós-barba e o coração acelerou.

- Acho que sim. - De forma alguma faria besteira.
- Você está?

Rugas de preocupação surgiram.

- Acho que sim. Faz tempo, mas acho que lembro.
Ela suspirou. Nossa, é só pôr o sujeito na cama para ver como ele muda.

- Faz tempo?

- É, eu fazia um programa matinal em Carmel, mas
foi há anos.

Ela puxou as cobertas, torcendo para que ele não a
visse rindo. Era tudo que podia fazer para evitar sair correndo e dar um soco
no ar, gritando Eh!! Não acreditava que estava ali. Na cama. Com Alfonso
Herrera.

Olhou de lado e o viu colocar os plugs de ouvido e
ajustar o microfone. O que Berlinda dissera quanto às oportunidades? Essa era a
hora de mostrar a ele o que pensava a seu respeito.

Muita coisa pode acontecer em três dias, não?

comentem muito, quero saberem se gostarem.

se devo ou não continua postando.

por isso quanto mais comentários melhor.

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