Fanfic: Romance com o Duque- FINALIZADA | Tema: Vondy

 “Um pastor soprando sua corneta?”, sugeriu a Srta. Portilla, sentando-se.

 “A esta hora da noite? Sem parar?” Dul estremeceu.

 “Bem, não é um fantasma. Eu não acredito em fantasmas.”

 “Eu também não acreditava até vir para cá.”

 A Srta. Portilla suspirou.

 “Só existe um jeito de descobrirmos. Vamos investigar.”

 “Precisamos, mesmo?”, Dul perguntou. “Pensando bem, eu posso continuar vivendo sem saber o que é isso. Vamos voltar para a cama.”

 “Foi você que me acordou, Srta. Saviñon. Eu acho que você não vai dormir bem até nós esclarecermos esse mistério.”

 Dul receava que ela fosse dizer isso.

 “Talvez alguém esteja querendo pregar uma peça em nós.”

 “Isso é bem possível.” A Srta. Portilla pegou seu roupão. “Eu não duvidaria de que é o duque. Não tenho dúvida de que ele gostaria de nos tirar do quarto de camisola. Certifique-se de prender seu roupão com um laço bem firme.”

 “Ele é cego. Como iria saber o que estamos vestindo?”

 “Ele iria saber.”

 Sim, Dul imaginou que ele saberia.

 Embora Dul não estivesse muito animada com a ideia de se esgueirar outra vez pelo castelo no meio da noite, ela se sentiu mais confiante por saber que a Srta. Portilla a acompanharia nessa excursão.

 Depois que elas amarraram os robes e calçaram seus sapatos, acenderam velas. Dul tateou seu bolso. Vazio. Bola de Neve devia estar caçando ou enrolada em seu ninho.

 Bola de Neve tinha muita sorte.

 Elas desceram a escada juntas, avançando lentamente no escuro. Uma após a outra. Às vezes a Srta. Portilla se apressava e virava antes de Dul, fazendo com que ela e sua vela sumissem de vista. Então Dul se apressava para acompanhá-la, certa de que podia sentir dedos fantasmagóricos no seu pescoço.

 “Está vendo alguma coisa daquele lado?”, perguntou a Srta. Portilla quando elas saíram para o corredor.

 Dul levantou seu castiçal com a mão direita e espiou por entre os dedos da esquerda.

 “Não.”

 “Também não há nada deste lado.”

 O barulho ecoou outra vez.

 “Não se preocupe, Srta. Saviñon. Construções velhas como esta fazem todo tipo de barulho. Sem dúvida as madeiras devem estar se movimentando ou é uma porta rangendo enquanto balança nas dobradiças enferrujadas.”

 As duas saíram para o pátio, e o estavam cruzando quando uma figura imensa surgiu das sombras, fazendo-as parar onde estavam.

 “Duncan”, Dul resfolegou, levando a mão ao coração sobressaltado. “Você nos assustou.”

 O criado ergueu sua lamparina, iluminando as rugas severas do seu rosto.

 “O que as senhoritas estão fazendo fora da cama?”

 Mais uma vez, aquele lamento agudo se elevou na noite, erguendo cada pelocdos braços de Dul.

 “Viemos investigar isso”, ela disse.

 “O que pode ser?”, perguntou a Srta. Portilla.

 Duncan balançou a cabeça.

 “Podem ser gatos miando ou uma briga de raposas. Seja o que for, vou colocar os animais para correr. As senhoritas devem voltar para o quarto.”

 “Nós vamos com você”, Dul decidiu.

 Elas tinham chegado até ali. Ela preferia enfrentar o que quer que fosse ao lado de Duncan do que voltar só com a Srta. Portilla por todo o caminho até o quarto.

 “Srta. Saviñon, não é preciso...”

 Antes que ele pudesse concluir seu raciocínio, a Srta. Portilla gritou e apontou o dedo.

 “Um fantasma!”

 Uma aparição branca e translúcida veio correndo da torre. Ela se contorcia e uivava, atravessando o pátio como um espectro.

 Não era um fantasma. Era Magnus.

 
 O pobre cachorro-lobo Magnus estava enrolado em um tecido de forração que elas tinham pendurado com a roupa lavada. Ele se movia tão rapidamente que Dul precisou de alguns instantes para perceber o motivo da aflição do cachorro.

 Mas ela deveria ter imaginado qual era a causa.

 Bola de Neve.

 A doninha tinha mesmo saído para caçar – e foi em busca de algo grande.

 Ela estava presa na cauda de Magnus, segurando-se com a força de seus dentes selvagens. O cachorro pulava pelo pátio, dando pinotes e uivando em seu esforço para derrubar seu agressor.

 “Oh, coitadinho.” Rindo, Dul saiu correndo atrás dele. “Duncan, você consegue pegá-lo?”

 Foi preciso um certo esforço, mas eles acabaram conseguindo cercar os animais. Duncan segurou o cachorro enquanto Dul fazia Bola de Neve abrir as mandíbulas e soltar a cauda do cão.

 “Pronto. Sua coisinha perigosa.”

 A Srta. Portilla franziu a testa ao analisar a mordida na cauda do cachorro.

 “Eu vou fazer um curativo no coitadinho. A ferida é profunda. No meu kit tem uma pomada que vai ajudar. Está no salão principal. Duncan, nós vamos precisar de ataduras.”

 Duncan foi atrás do cachorro antes mesmo de ela terminar de falar.

 “Claro, Srta. Portilla.”

 Dul ajeitou a doninha em suas mãos.

 “Vou levar Bola de Neve para a torre, prendê-la de modo que não escape, e depois eu volto para lhe ajudar.”

 Com o plano feito, elas se separaram e cada uma foi para seu canto.

 Dul subiu a escadaria com Bola de Neve guardada em segurança no bolso do seu roupão. A doninha parecia ter se cansado da aventura e logo estava dormindo.

 OS 4 CAOS POSTADOS E ME DESCULPEM MAIS UMA VEZ POR ONTEM NÃO TER POSTADO. BOM FIM DE SEMANA E ATÉ SEGUNDA GENTE, BJSS