Fanfic: DNA - Vondy | Tema: Vondy

Capitulo 17

Dulce narrando 

Os dias passaram mais rápidos do que eu queria. Achei 2 fotos da minha irmã no meu guarda roupa e as coloquei em minha escrivaninha.

Quando me dei conta, um mês já havia acabado e outro estava iniciando. E não, aquele beijo com o Ucker não saia da minha cabeça. Eu tentei esquecer, mas era inevitável. Eu abria os olhos pela manhã, e a primeira coisa que vinha a minha cabeça, era o jeito como ele me olhava ao mesmo tempo que se afastava de meu rosto. Parecia que seu perfume estava impregnado em qualquer canto dessa maldita casa. Se eu ia a cozinha sentia seu perfume, se ia ao banheiro, a sala, ao corredor, a garagem, lavanderia... Não importava para que lugar eu fosse, o Ucker estava ali, presente.
Tentei esquecer. Sair mais com Joaquim, o Poncho, mas simplesmente não conseguia. Pensei até em sair com outra pessoa além dos dois, mas me dei conta de que Joaquim já era chifrudo demais, e não precisava disso.

Confesso que depois do beijo comecei a ignorar o Ucker. Mas era instinto, não tinha como. Parecia que algo me travava. E por mais que eu quisesse voltar para seus braços e beijá-lo sem parar, sabia que não poderia fazê-lo, por isso que o evitava.

Jaime: Você não percebeu?
Dul: Percebi o que?
Jaime: Mariano.
Dul: O que tem ele?
Jaime: Por Deus, Dulce, ele está louco por você - olhei para Chris, que riu baixo.
Dul: Não, Jaime, claro que não - disse, contendo o riso.
Jaime: Claro que... Christian, para com isso, por favor?
Chris: Desculpa. Juro que não faço de novo.
Jaime: Vamos, Christian, colabore.
Chris: Desculpe - conteve o riso e olhou para seu livro.

Neste mesmo dia, quando cheguei em casa - já com meu carro - sabia perfeitamente que os dias não seriam tão rotineiros como são. No dia segunte seria o aniversário de Manuela, e minha casa estava um bagunça. Não que a festa fosse ser ali, mas minha mãe nunca a havia deixado naquele estado. 

Depois do que havia acontecido com Ucker, algo fazia com que eu fosse mais simpática com Manuela. Um dia a gente tem que aceitar as coisas...

Manuela: Dul, você comprou um presente pra mim? - perguntou com os olhos brilhando.
Dul: Ainda não comprei, Manuela.
Manuela: Por que você me chama de Manuela? O Cabeludo me chama de Manu - fez bico, e eu me sentei no sofá.
Dul: Ok, Manu - sorriu e veio até mim.
Manuela: Posso sentar no seu colo?

Fiquei sem reação. Ela nunca havia pedido isso. A mirei, ainda sem reação. Sorri um pouco, e logo percebi que havia ficado quieta por tempo demais.

Dul: Cl... Claro que sim - ela estendeu os braços e eu a peguei.
Manuela: Eu gosto muito de você, Dul- passou os braços pela minha cintura e colocou seu rosto no meu pescoço.
Dul: Eu... - engoli seco - também, Manu.

Aquela reação inesperada dela me deixou totalmente de queixo no chão. Será que Ucker havia mandado-a vir até mim? Óbvio, o que mais seria? Mas a pergunta não era essa. Mas sim, por quê? Por que havia mandado Manuela ser toda doce comigo. O que ia ganhar?

Dul: Manu, eu vou subir.
Manuela: Ok - saiu do meu colo e sorriu - Não esquece do meu presente, tá?
Dul: Tudo bem - eu ri - Escuta, o Cabeludo está em casa?
Manuela: Num tá no quarto?
Dul: Verei - sorri e fui para o quarto de Ucker - Ucker..

Entrei no quarto sem bater, e me espantei com o que vi. 

Ucker: ESTÁ LOUCA?
Dul: Pre... pre... - sai do transe e me virei, ficando de costas pra ele - Precisamos conversar. Será que você podia colocar uma cueca?
Ucker: Quer falar sobre o que, Dulce?
Dul: Se você colocar uma roupa eu até posso falar.
Ucker: Ok.

Mas em pensamento eu dizia: Não, não, por favor não coloque. Esperei um pouco, mas espiava um pouco pelo canto do olho. Meu Deus! O QUE ERA AQUILO? Respirei fundo e me virei para ele. Adeus Dulce tarada! Olá Dulce séria. Lembre-se o porque de estar ali.

Dulce: Você poderia, por favor, parar de pedir pra sua irmã vir até mim e dar uma de boazinha?
Ucker: O que? - riu. Ironico!
Dul: Treinou com ela quantas vezes? Eu gosto muito de você, Dul. O que você vai ganhar com isso?
Ucker: Do que você está falando?
Dul: Não se faça de sonso, Ucker. VOCÊ SABE O QUE FEZ.
Ucker: Não ouse aumentar a voz, comigo, Dulce Maria.
Dul: Vai me bater é? - desafiei.
Ucker: Se eu bater, você vai correndo contar para a mamãe.
Dul: Nunca fiz isso, Ucker. E não é hoje que vou fazer. Sou mulher o suficiente para enfrentar as coisas sozinhas.
Ucker: Dormir com qualquer um que aparece não é ser mulher, Dulce.

Senti meu sangue subir, ferver. Apertei minha mão com força para não voar e matar ele. Acho que meus olhos diziam tudo por mim. Não fiz nada. Absolutamente nada. Havia até me esquecido porque estava ali, não importava mais. Me virei, ignorando o que ele havia dito e dei um passo.

Ucker: Dulce, desculpa - segurou meu braço.
Dul: Não... Você está certo. Uma mulher que beija o própro irmão não é mulher. É uma estúpida... Uma estúpida por se rebaixar ao seu nível.
Ucker: Eu não quis dizer isso.
Dul: Você disse, não tem mais jeito. Só para de manipular Manuela para saber algo sobre mim, Ucker.
Ucker: Dulce... - sai do quarto, fervendo de raiva.

Fui para o meu quarto e resolvi tomar um banho para ver se esfriava a cabeça. Resolvi nem descer para jantar, pois não queria falar, muito menos olhar em sua cara. Coloquei "Antes que termine o dia" no DVD e deitei em minha cama, com a intenção de dormir o mais rápido possível. E sem nem ligar o notebook. Precisava de paz... só eu! Mas claro que era impossível ficar em paz naquela casa. Para mim, parecia mais um hospício do que propriamente uma casa, ai Dani - peguei o porta retrato onde tinha uma foto minha e dela- como eu sinto sua falta minha pirralha... Quando estava na parte mais triste do filme, bateram na porta. Revirei os olhos, pausei o filme e falei para que entrassem.

Ucker: Dulce... - entrou no quarto com uma bandeja.
Dul: Ah, é você - dei play no filme e voltei a atenção a TV.

Ucker: Como você não desceu para jantar, resolvi trazer isso pra você - colocou a bandeja no canto da cama.
Dul: Ah, obrigada por se preocupar. Agora que já deixou, já pode ir embora - sem tirar meus olhos da TV.
Ucker: É, eu queria te pedir desculpas - se sentando ao meu lado.
Dul: Pode ir - repeti e ela continuou ali - Não tem problema Christopher. Você estava de cabeça quente.
Ucker: Sabe o que eu não entendo? O porque de você ter ficado assim. Você nunca se estressa com nada, muito menos do que dizem de você, e pelo que eu disse, você ficou.
Dul: É... Não sei - confessei. Por que de verdade eu não sabia , tudo que fazia era pelo automático . Podia dar a desculpa de que fiquei assim depois que a Dani morreu mais eu sabia que não era isso 
Ucker: Outra coisa, o que você quis dizer com Manuela?
Dul: Você sabe o que eu quis dizer. Não é certo ficar mandando a menina vir ser minha amiguinha para descobrir algo.
Ucker: Mas eu não a mandei.

Dul: Como não?
Ucker: Você já pensou que ela a única coisa que ela quer, é uma irmã?

É, isso eu não havia pensado. Durante seus quatro anos de vida, eu nunca fora carinhosa com ela. Sempre era grossa, dava patada e não queria saber dela. E depois que havia ficado com Ucker, estava notando uma certa mudança entre mim. Até em relação a Manuela. Me ajoelhei na cama e peguei a bandeja no canto dela, sem falar nada. Peguei um biscoito e mordi, ainda pensando nisso.

Ucker: Quem cala consente - se levantou e me olhou.
Dul: O que foi? - tomei um gole de leite.
Ucker: Nada - ele sorriu 

De repente foi tudo muito rápido. Ela se aproximou rápidamente do meu rosto, me deu um selinho demorado parou o beijo ficamos com as testas coladas enquanto ele acariciava minhas bochechas , disse quase num sussurro "Boa noite pequena" e saiu do quarto. Após selar seus lábios nos meus, levei minha mão até eles, e sorri. O que ele estava fazendo comigo?
Tentei - em vão - continuar a assistir o filme, mas não consegui. Seu ato fora totalmente... impossivel de explicar. Resolvi tentar dormir, e ver se eu esquecia dele, e de como parecia ser perfeito. Consegui, mas mesmo nos sonhos, ele estava ali. Maitê não sabia a sorte que tinha. Não sabia mesmo.

Estão gostando? se tiver comentarios eu posto mais hoje :*