Fanfic: Deliciosa Sensação - Vondy | Tema: Dulce Maria, Christopher Uckermann, RBD, Romance erótico

— Christopher! Olhe para mim! Estou falando com você.

Não olho para ela. Simplesmente passo por ela e vou direto para o banheiro do nosso quarto. Eu precisava trabalhar.

— Você está sendo infantil! E sabe disso.

Paro de andar e me viro apenas para olhar para uma Cecília emburrada. Ela estava sentada na beirada da nossa cama, enrolada por um lençol. Seus cabelos estavam desgrenhados e seus olhos escuros denunciavam sua chateação.

Puta merda! Ela não tinha esse direito.

— E como você acha que eu me sinto ? Você está por aí conquistando seus sonhos, mas e os meus Cecília ? — Explodo sem paciência. — Você já procurou saber quais são os meus sonhos ?

Faz dias que eu quero dizer algumas coisas pra ela. Porra! Eu amo minha esposa, mas parece que às vezes não sou correspondido. Seu trabalho sempre vem em primeiro lugar e eu fico lá embaixo, sem poder falar nada.

Cecília e eu nos conhecemos em Nova York, quando ela foi passar um tempo na casa da amiga dela. Ficamos uma noite e depois ela foi embora, mas quando eu vim morar no México com minha família acabei a reencontrando. Uma coisa levou a outra e acabamos namorando, logo pulamos pro casamento.

O sonho dela sempre fora ser aeromoça e observei de perto o quanto ela lutou para ser quem é hoje. Tenho muito orgulho dela e às vezes acho que ela nasceu para ser aeromoça. Cecília é uma mulher bonita, simpática e calma.

Porra. Às vezes a calma dela me irritava.

— Christopher, por favor! — Ela implora com a voz baixa. ­— Eu não quero brigar agora. Minha amiga está vindo passar um tempo aqui e não quero passar uma má impressão.

— Eu ainda não sei porque tento conversar com você. É melhor eu sair antes que eu fale demais. — Dou as costas para ela e vou pegar minha maleta para mim ir pro hospital.

Eu trabalho no hospital da minha família como cirurgião geral. Minha família se mudou pro México para assumir o hospital quando meu avô acabou morrendo deixando tudo para meu pai. Eu vou ser o próximo a administrar aquele hospital e mal posso esperar.

Eu sinceramente amo o que faço. Meus pais não me obrigaram a seguir a área da medicina, porque nem foi preciso. Eu sei como é amar o trabalho assim como Cecília, mas merda! Eu não preciso deixar de lado minha vida pessoal para isso.

Eu preciso sair dessa casa e cair de cabeça no trabalho. Ultimamente é só isso que venho fazendo. Fico dia e noite no hospital, porque sei que quando eu chegar em casa eu vou estar sozinho. Todos os malditos dias.

Ainda não sei porque casei se for para ficar sozinho.

Mas antes de eu conseguir sair, algo atrai minha atenção me fazendo parar. Olho diretamente para a mão esquerda da minha esposa e quando vejo que ela está sem a aliança de casamento, meu coração se aperta. Desvio o olhar antes que ela perceba para onde estou olhando e volto a mirar seu rosto quase sem expressão a não ser pela culpa estampada nos seus olhos.

Pelo menos ela tem a decência de se sentir culpada.

— Eu estou indo. Não posso me atrasar.

— Christopher... — Ela abaixa o olhar para seus pés e depois de soltar um suspiro, ela volta a olhar para mim. — Dulce vai chegar mais ou menos de noite. Acho que você vai estar de plantão e eu não-

— Eu já entendi Cecília. Fale para ela onde está aquela chave reserva e peça para ela ficar a vontade. — Só consigo dar alguns passos até a porta antes que uma mão pequena segure meu braço.

— Me desculpa, ok ? Sinto muito se não vou estar aqui para comemorar a nossa data e-

— Eu não quero ouvir mais nada. — Minha voz soa ríspida. Eu não quero ficar aqui para escutar essa baboseira. — Se você acha que é por isso que estou tão chateado contigo, você realmente não me conhece.

Sua mão cai ao seu lado e ela fica ali, olhando para mim sem emoção. Saio do quarto o mais rápido possível, porque se eu ficasse mais um minuto aqui eu provavelmente voltaria atrás e pediria desculpas. Mesmo sem nem ter feito nada.

**

Caminho pelo corredor do hospital, entrando na ala da pediatria e vou até a sala do Poncho. Não me importo em bater na porta, apenas entro.

Porém me arrependo na hora ao ver Alfonso se agarrando com uma enfermeira em cima da mesa. Ele pareceu não perceber que havia alguém a mais na sala.

Faço um ruído audível com a garganta, fazendo Poncho me olhar assustado. A enfermeira loira sorri envergonhada e sai da sala fechando a porta atrás dela assim que meu amigo a libera.

— Puta merda Herrera! Você não cansa, não ? — Nego com a cabeça e me sento na cadeira dos pacientes.

— Não enche, Christopher! Eu só estou me divertindo um pouco, o que você deveria fazer mais. — Ele diz sorrindo e se sentando na minha frente.

— Ah sim, claro. Vou pra balada todos os dias, pegar todas as mulheres e depois chegar em casa bêbado fazendo minha mulher chorar e sofrer. — O sorriso do Poncho morre e seus olhos ficam sombrios.

— Veio aqui pra me julgar ? Já tenho o bastante disso, você já pode ir embora e atender seus pacientes.

Ah, merda!

— Desculpas, cara. Eu não tô bem hoje.

— Eu percebi. Problemas no paraíso ?

— Paraíso foi só no começo do nosso casamento, quando Cecília se importava com ele. — Meus ombros estavam tensos, o que acontecia sempre que eu falava de Cecília nos últimos tempos. Eu precisava desabafar e mesmo que Alfonso não fosse a pessoa ideal, era o único que eu tinha. Então continuei. — Eu quero formar uma família, eu quero ter filhos. Mas Cecília não quer e isso até eu entendo. Ela não tem tempo nem pra mim imagine para filhos.

— Se você entende, então qual é o problema ?

— Cecília só se importa com ela e com seu trabalho. Ela não liga mais pra mim. Não me lembro nem da última vez em que passamos uma semana juntos. Estou sempre sendo jogado para escanteio. — Eu estou irritado novamente. — E agora uma amiga dela vai vir passar um tempo lá em casa e ela nem vai estar lá para fazer companhia pra garota. Vai sobrar tudo pra mim.

— Ouvindo tudo isso, acho que sou um filho da puta sortudo por ter a Anahi. — Ele diz sorrindo.

E minha vontade é de dizer que ele é um filho da puta sim, mas não sortudo e sim babaca por ter uma mulher maravilhosa em casa pra no fim enfeitar a cabeça dela. No entanto, fico quieto.

Às vezes dá uma vontade de dar uma de Alfonso, mas sei que no final irei me arrepender profundamente.

— E essa amiga que você mencionou ? É gostosa pelo menos ? — Poncho dá um sorriso malicioso que me faz revirar os olhos. Pego uma caneta na mesa e jogo nele que pega com rapidez.

— Não a conheço e mesmo assim não me importa. Eu nunca trairia Cecília. - Eu digo sinceramente.

Eu acredito que não. Apesar das brigas e dos desentendimentos, eu amo Cecília. Ainda sou feliz por simplesmente estar casado com ela.

— Bom, já que você não quer, eu quero.

— Nem fodendo. Não quero problema com a Anahi, então fique longe Poncho. Por favor.

Se eu puder evitar, eu vou evitar. Anahi já sofre demais em seu casamento com Alfonso. Sempre que olho para os olhos azuis dela, eles estão tristes. Eu odeio ter que observar essa situação de perto e não poder fazer nada.

Mas é aquele ditado. "Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher." Infelizmente, quem tem que tomar a decisão aqui é Anahi, porém eu acho que ela o ama demais a ponto de aguentar todas as traições.

Me arrependo todos os dias por te-los apresentados.

— Estragas prazeres. — Poncho bufa na sua cadeira e eu dou de ombros.

Somos interrompidos pela secretaria dele, avisando que a próxima consulta dele estava quase na hora. Tomo essa como minha deixa e me levanto.

— Sexta está chegando. Vai ser no mesmo bar de sempre? — Pergunta meu amigo também se levantando.

— No mesmo lugar. Vejo você depois.

Volto para minha sala no outro andar, conferindo às horas. Estava quase na hora da minha paciente chegar também. Passo pela minha secretaria cumprimentando-a com um aceno de cabeça e ela sorri safada.

Reviro os olhos.

Quando entro na minha sala, sou surpreendido por minha esposa sentada em cima da minha mesa. Vestida apenas com um sobretudo, ela sorria provocante.

— O que você está fazendo aqui ? — Me detenho na porta, correndo meus olhos pelo seu corpo até chegar nos seus olhos.

Dando um pulo, ela vem até mim rebolando e espalma suas mãos no meu peito, alisando. Eu sabia qual era o truque dela. Cecília iria me distrair com sexo e depois ia embora satisfeita, para mais uma das suas viagens.

Funciona. Eu ainda sou homem e não há nada melhor do que trepar.

— Eu não quero partir com a gente brigados. — Então ela solta os cordões do sobretudo, expondo sua lingerie provocante.

— Eu não tenho muito tempo.

— Não vai demorar muito. — Fecho a porta atrás de mim enquanto Cecília se ajoelhava na minha frente. Puxando meu pau para fora da minha calça, ela o abocanha.

Logo depois de me fazer gozar, ela se levanta, vai até minha mesa apoiando as mãos sobre ela e espera eu ir até ela. Quando me aproximo dela, eu só afasto sua calcinha para o lado e a como por trás.

É rápido, quase sem nenhum sentimento. Não olho nos olhos dela. E não a beijo quando ela vem se despedir.

Me limpo e volto a trabalhar.