Fanfic: Slave Candy | Tema: Vondy

Dulce
A temperatura do quarto estava ideal, nem quente nem fria. Como se devêssemos ficar aqui pra sempre agarrados um no outro. Se não fosse por um único impedimento com nome, endereço é uma cara de bravo muito sinistra, se pensou em Fernando, o papai nota 10, acertaram.

Dei uns pulinhos para calça entrar, Christopher observava-me com olhos de gavião.

-precisa mesmo ir?.

-Sim, meu pai vai ficar preocupado.- ouvi o suspiro dramático então, ele levantou.

-Te levo em casa.- enfiou as calças jeans em uma perna.

-Não precisa.

-fica no meu caminho bebê.- franzi o semblante.

-No caminho de onde?? Vai para algum lugar ?-coloquei a mão na cintura.

-Para casa do meu pai, ciumenta.- pincelou meu nariz.

-Não sou ciumenta.

-Claro, odiar minha irmã por ter pensado que ela fosse algum tipo de amante minha.- senti meu rosto esquentar mais rápido que um raio.

Comemos rápido entre risadas, o caminho até em casa foi tranquilo. Subi as escadas correndo mas parei na metade.

-Irmã.- voltei uns degraus e olhei a coisa mais fofa que já vi.

- Brinca comigo?- confirmei com a cabeça.

Pensei que ele nunca nos chamaria dessa forma mas uns dias atras, simplesmente sentou-se à mesa no café da manhã e perguntei se podia chamar-nos de “Papai”, “ mamãe” e Irmã. A resposta foi óbvia, um sonoro SIM.

-Um dia vou ser como seu namorado?

-Como assim?- o olhei.

-Grande.- ergueu as mãos demonstrando o quanto grande.

-com certeza.- sorri, beijando os cabelos cheirosos.-Ninel está aí?-

Confirmou com a cabeça.
-Por que não chama ela de mar ??- perguntou mexendo as bochechas de um lado para o outro.

-Boa pergunta.- encarei o teto pensando em uma resposta.- ela não é minha mãe.

O pequeno pareceu pensar para algum tempo. Colocou a mãozinha no queixo então finalmente disse.

-Ué.- ergueu as mãos.- ela cuida de você e te ama então é clara que é sua mamãe.- falou com tanta certeza e como se fosse óbvio. Sorri do jeito fofo.

-Você tem razão.- sem duvida sou uma Irmã muito babona.

- Vou lá falar com nossa mamãe.- sorri.

Subi as escadas com um sorriso no rosto, tudo está indo bem. Sou feliz e tenho muitas pessoas na minha vida que torna essa felicidade real. Bati já porta do quarto e entrei.

Ninel estava sentada na cama segurando um papel.

-Oi.- joguei-me no espaço ao seu lado.- o serviço social respondeu ?? Que legal.- peguei a folha da mão Dela.

“Lamentamos informar que a jovem na qual foi requerida um possível reencontro foi negado por motivos pessoais da indivíduo.”

Olhei Ninel a expressão de tristeza em seu rosto estava evidente.

-chegou a alguns dias, fico relendo como se fosse mudar algo. Até o Thiago não me quer. Outro dia ele caiu e gritou com toda a força o Fernando, não a mim. A mãe dele Que sou eu.- tocou o coração de forma simbólica.

-Olha, é um menino claro que se da bem com o papai mas logo logo você vai ver o quanto ele é dependente de você.- segurei suas mãos e sorri.

- Aliás você tem a mim. Certo?? Você é uma mãe pra mim.

Os braços longos e finos me envolveram com ternura.

Depois da conversa com Ninel, entrei no meu quarto e apaguei.

-Dulce.- ouvi a voz de papai e alguém sacudir meu corpo com rapidez. Abri os olhos rapidamente.

-o que foi?- perguntei, sentando-me assustada na cama.

-Vicktoria levanta rápido.

Depois disso foi tudo um borrão, vicktoria estava bem, eu mesmo visitei e conversei com ela. Coloquei qualquer roupa e corri com papai que parecia a ponto de um ataque nervoso.

Até esse ponto a ficha ainda não tinha caído, o que tá acontecendo?? Perguntava para mim mesmo olhando Fernando dirigir como nunca vi e recordando de Ninel com o olhar triste quando saímos. O quarto de vick cheio de médicos e enfermeiras. O sangue esta em alguns ponto e no chão uma linha reta que escorregada de um dos braços formava uma pequena poça.

-1,2,3- ouvi o médico contar fazendo movimento de vai e vez em seu peito, onde mais para direita está o que parecia um tubo por onde saia o sangue.

Tudo em completo caos e então simplesmente parou. Bem em minha frente estava tudo em câmera lenta. Em segundo plano, como se fosse uma realidade paralela ou até mesmo um sonho.

-Hora do óbito 3:57 da manhã.- ergui os olhos para o médico que declarou e voltei o olhar para o corpo pálido e sem movimento.

-Tenta mais uma vez.- nem o grito de derick fez-me acordar. Sai do quarto sem conseguir respirar e sentei encostada na parede observando tudo continuar em câmera lenta. Derik gritava com o médico e se não fosse por meu pai teria agredido o doutor e então parou ao lado de vick.
Não chorei, gritei ou esperneei apenas fiquei observando tudo em minha volta.

-Você não parece bem.- olhei para o lado, vick.

-Você morreu.-exclamei.- por que me deixou?

-você vai ficar bem.- sorriu, olhou derik chorar copiosamente.- cuida dele para mim.

Concordei com a cabeça mas então ela levantou tentei segura-lá e pedir que não fosse embora mas ela sorriu e continuou caminhando. Em um piscar de olhos desapareceu. Eu só posso ter tido uma alucinação ou fiquei louca. Encarei o enorme homem chorar como uma criança de 3 aninhos. Caminhei devagar até ele, não tendo certeza exatamente do que faria. Toquei em seu ombro.

-Hemorragia interna, os pulmões encheram de sangue. Não puderam fazer nada.-ergueu a face e encarou-me.- ela não quis reclamar e agora está morta. Por que não quis reclamar se sentia uma sobrevivente.

Não respondi apenas o abracei forte, o corpo convulsionando. Semelhante ao de um bebê que perderá algo.

Sentei-me na cama, que olhei para o quarto. Lembranças da noite passada passaram diante de mim. Então a ficha caiu. Minha respiração ficou forte, meu coração parecia querer sair de meu peito. Meus olhos começaram a arder. Voltei a deitar apenas para sentir a dor que estava no ponto de derrubar-me. A tristeza tomou conta do meu ser.

-aaah.- gritei e gritei. Sem parar.- Acorda.
Estapeei meu rosto.

-Acorda. -puxei umas mexas de cabelo entre um grito e outro. Ouvi os passos apressados de alguém subindo as escadas correndo . Parei. Encarando fixamente uma fotografia de nós duas.