Fanfic: Slave Candy | Tema: Vondy

Dulce

Chorei o caminho todo até em casa, subi as escadas e enfiei-me na cama de papai Ainda chorando. Os dois encaravam-me.

-Oh querida.- acariciou meu cabelos.

-Ele vai me deixar.- solucei.

Em algum momento houve uma troca de olhar de Ninel que dispensava papai da cama.

-Christopher, ele vai para guerra. Depois de ter perdido a vick não aguento perder ele também.- chorei agarrada em seu corpo.

-Ooh meu anjo.-abraçou-me.

-Mamãe, eu não quero perder ele também.

-Talvez ele não vá para o combate.

-ele tá na infantaria. No Afeganistão.- contei entre os soluços. O rosto Dela se contraiu em uma clara expressão de espanto.

-Querida, ele vai voltar.

-Não, não vai. As pessoas morrem naquele lugar. O pior é que ele escolheu ir. Implorei que ficasse comigo mamãe.

Naquela noite chorei por horas abraçada a Ninel, meus olhos ardiam e quando por um momento pareceu que minha lágrimas tinham acabado. Fiquei parada encarando o nada, sentindo a mão delicada acariciando minha bochecha. Pelos próximos dias não apareci na escola, nem sai da cama dos meus pais.

   Nesses dias chorei e chorei. Como se assim vick pudesse ressuscitar dos mortos e Christopher nunca tivesse se inscrito para o exército. Qualquer coisa que acontecia ao meu redor lembrava-me que minha melhor amiga morreu e o cara que amo está indo embora. 

No segundo dia Assistindo televisão com a família quando apareceu a reportagem de um estuprador então chorei e gritei para que todos pudessem ver a minha dor. Mamãe, papai e o casula da família não entenderam nada mas me abraçaram.

No terceiro dia, no jantar em família onde todos sentavam a mesa. A comida que cozinhei pela primeira vez para Christopher então chorei. Sentia-me uma idiota mas não era uma coisa que podia evitar simplesmente queria chorar.

No quarto dia fui mandada para o meu quero, sentada na cama. Pesquisando motivos pra que ele permaneça aqui e não vá para cadeia ou algo tipo.

-Dulce.- ouvi chamar-me mas não olhei. Reconhecia a voz e se olhasse confirmaria estar louca, vick.

-Você está morta.- falei Ainda sem olhar.

-É preciso voltar do mundo dos mortos quando a melhor amiga está sendo uma idiota.- ergui a cabeça.

-Não desperdiça esse tempo com ele.

-ele decidiu ir embora.

- Ele precisa de você.

Então ela simplesmente sumiu como fumaça.

No quinto dia remexi os ovos no prato sem animo.

-Dulce.- ergui a cabeça para Fernando.- Já conversou com Christopher?

-Conversar o que ?? – fiz pouco caso.

-Esclarecer as coisas, o menino deve sentir sua falta.

-Não temos nada para esclarecer, ele escolheu a guerra.- respondi sem animo.

-Você está fugindo e não te criei assim.- Bateu na mesa.

-Sim papa, estou fugindo. Estou fugindo dessa dor que está corroendo meu coração.- coloquei a mão em meu peito.- essa dor de sempre perder as pessoas que amo. Estou destroçada e desculpe se não estou agindo como fui criada e me desculpe por não ser a filha que o senhor quer.

  lá estava o choro que acompanhava-me constantemente, levantei deixando minha refeição no prato e subi, trancando-me no quarto. Deitei na cama. Vick apareceu em pé ao lado da minha cama.

-O que é??

  ela não respondeu apenas balançou a cabeça com semblante triste e então sumiu em um piscar de olhos. A batida na porta. Com os anos aprendi a reconhecer exatamente a batida de papai. Cobri a cabeça disposta a fingir dormir, ele entrou e sentou-se na cama.

-Você é uma filha extraordinária, melhor que tudo que já planejei em minha vida. Eu te amo e sempre será minha filhinha.
beijou minha cabeça e levantou. Caminhou alguns passos e parou onde julguei ser perto da porta.

-Sei que não está dormindo.