Fanfic: Slave Candy | Tema: Vondy

Dulce

Não sei a hora exata mas ainda está de noite. Algo dizia que alguém estava no quarto, tremi dos pés à cabeça.

-Quem tá aí??- sentei rápido.

-Desculpe, Não quis te assustar .- a voz rouca fez-me arrepiar.

Não pude dizer nada antes que ele saísse é mesmo que meu coração gritasse para ir atras dele e gritar que ficaria e seria dele.

Não consegui mexer-me para impedir que partisse. Christopher esteve no meu quarto durante meu sono. Levantei indo em direção a escrivaninha onde ele deveria estar parado. Uma rosa encima de um envelope. Minhas mãos tremem e suam, toquei no envelope sentindo a textura. Inspirei o aroma da única rosa para enfim abrir o envelope.

“Querida Dulce, sei que não entende e talvez não chegue a entender meus motivos mas do mesmo modo tentarei explicar. Durante toda a minha vida senti-me vazio e triste por dentro, como se minha alma estivesse com defeito então fiz de tudo, algumas coisas que não me orgulho, para que esse vazio desaparecesse mas não desapareceu. Sentindo ódio do meu pai e de mim, a cenas da morte da minha mãe e o estupro de Zora passeavam pela minha mente dia após dia. Em uma manhã simplesmente parei de sentir, Como se eu estivesse morto. Fiquei aliviado mas tudo sempre volta. A dor, saudade, tristeza e vazio como se apenas fosse uma folga da minha desgraça. Alistei-me no exército para salvar vidas, e é o que vou fazer é a cada vida salva será como se estivesse salvando minha mãe. O que percebi quando me apaixonei por você, foi que eu que precisava ser salvo e você Dulce me salvou. Me salvou da dor, da tristeza e do vazio mas agora é a minha vez de salvar. Eu te amo e tenho certeza que é a mulher da minha vida. Não tenho o direito de pedir que me espere mas pelo menos peço que passe esses últimos dias comigo ou apenas uma noite. A formatura está chegando e caso queira passar uma última noite ao meu lado, estarei te esperando no baile.

Christopher uckermann.”

Sequei as lágrimas que rolavam pela minha face. Funguei passando as mãos pelo cabelo. A batida na porta ecoou lenta e devagar. Logo Ninel entrou.

-Como está querida??- sentou-se na cama encarando-me.

-Quero ficar com ele e quero esperar por ele mas meu coração não vai aguentar quando a notificação da morte de Christopher chegar vou ficar destroçada.

-Existe uma linha entre a vida e a morte. Não podemos controlá-la, se Christopher morrer num país desconhecidos entre pessoas desconhecidas sabendo que ninguém espera por ele.- lágrimas grossas molharam meu rosto.- vai se arrepender se ele morrer e você não o amou no pouco tempo que tinham?? Ou se arrepender por ter o amado incondicionalmente no tempo que lhes foi dado??.- levantou.

Funguei sentindo meu olhos arderem.

-pense nisso querida.- passou a mão em meu rosto e saiu.

Sentei no chão desolada. A falta de ar dominou meus pulmões, deixando-me tonta. Tentei inspirar o ar mas é como se minhas narinas estivesse fechadas. Encarei o pé da cama e a consciência pouco a pouco saiu do meu corpo.

Um campo enorme, verde. Com árvores altas e flores de diversas flores. Sorri maravilhada por tanta beleza ao meu redor, girei. Tinha um casal com a farda do exército, o homem alto com os ombros largos virou Christopher. Perdi o ar por segundos. Olhou em meus olhos mas agiu como se não estivesse me vendo ou não me conhecesse. Virou-se para a mulher, cabelos um pouco menor que o meu, cachos longos e cheios de uma cor meio castanho com loiro. Não consegui ver o rosto mas parecia ser tão linda. Ele a olhava como se estivesse apaixonado.

-Papai.- o grito veio de trás de mim. Virei o mais rápido que pude. Um menino que aparentava ter dois aninhos. Tão parecido com Christopher corria, passou através de mim como se eu não estivesse realmente lá e foi de encontro com ele. A mulher virou mas Ainda não consigo ver seus rosto, a risada dos três. Alguém me empurrou, fazendo-me ir de encontro com o chão. Olhei para o ser que me derrubou, vick. Ela estava brava muito brava, seu rosto vermelho, sobrancelhas erguidas em fúria. Avançou em minha direção, assustando-me.

-aaaah.- gritou com todas as forças. Meus pulmões encheram de ar o mais rápido possível fazendo-me acordar. Papai e Ninel estavam comigo em um quarto branco.

-Christopher teve um filho.- soltei a frase sem raciocinar.

-Querida.- avançaram em minha direção.

-O que aconteceu?- minha voz saiu fraca demais para meu gosto.

-O médico disse que possivelmente um ataque de pânico.- papai disse acariciando meu rosto.

Fui liberada dentro de algumas horas, papai e Ninel enchiam-me de mimos de todo os tipos. Mas tudo o que queria era ficar sozinha e pensar sobre isso o sonho que tive quando estava inconsciente.