Anahi saiu do camarim e foi para o lugar onde tinha marcado com Maria de esperar.
- Anahí! Amiga, onde você estava?!
- Eu estava no camarim da May e do Poncho.
- No camarim de quem?
- Da Maite e do Alfonso, irmão dela.
- Não acredito, você esteve lá e nem me esperou!
- Foi de repente! O empresário dela veio aqui me chamou pra ir lá, eu até perguntei por você e pelo Eddie, mas ele disse que nem conhecia você e me disse que eles estavam me esperando.
- Ual!! Mas como assim que eles te chamaram lá?
- Eu não te falei que eu esbarrei com o irmão dela na porta dos banheiros? Então, ele me chamou para ver se estava tudo bem comigo.
- Mas porque ele faria isso?
- Não sei, mas ele fez e eu ainda consegui uma entrevista com eles para minha monografia.
- Aí que bom Any! Agora vamos que enquanto eu vou pra sua casa você me conta tudo.
- Eu nem te convidei pra ir na minha casa.
- Mas eu me convidei, afinal tem uma pessoa lá que você nem gosta morando na sua casa, porque sua melhor amiga não pode ir? Agora vamos, que é chão até lá.
Enquanto isso no camarim...
Maite ficou observando o irmão olhando para a porta onde Anahí acabou de sair e achou estranho e resolveu questionar.
- O que houve Poncho?
- Houve o que?
- Você está aí admirando a porta a algum tempo e que eu saiba você não está esperando ninguém.
- Ah, não foi nada, só estou querendo ir embora.
- Pra isso, era só dizer que queria ir, não precisava ficar admirando a porta que a Any acabou de sair.
- Por que eu faria isso?
- Não sei, era você quem estava suspirando aí.
- Para de falar besteira menina. Vamos logo.
A semana passou devagar pra Any, a ansiedade e a falta de crendice de que de fato iria passar mais um tempo com Maite e de quebra aquele gato do irmão dela. Finalmente, sexta chegou e ela foi antes de sair para a faculdade, falar com o pai para não a esperarem, pois chegaria tarde.
- Oi, paizinho. – Chegou dando um beijo no mesmo. – Oi Magda. – Disse secamente em direção a madrasta que estava junto com o pai tomando café.
- Oi filha.
- Só queria avisar que eu vou chegar mais tarde, isso se eu conseguir voltar, porque vou fazer trabalho .
- Mas quem são esses amigos?
- Você não conhece, e outra a Maria vai estar lá, não se preocupe.
- Anahí, da pra você responder seu pai! - Disse a madrasta se metendo na conversa.
- Você poderia deixar eu falar com meu pai, é a ele a quem devo alguma satisfação. Então... Pai, eu tenho que fazer umas entrevistas para o meu trabalho final da faculdade e os entrevistados vão nos receber depois da aula na casa deles, só isso.
- Tudo bem filha.
- Tudo bem nada Henrique! Como assim, sua filha diz que vai ficar até tarde não sabemos onde e é assim que você reage?
- Oh dona Magda, quem tem ou não que se meter nessa história seria minha mãe, mas como você não é, fica na sua que a conversa é com meu pai, se ele concordou o problema é só meu e dele, você não tem que se meter. Agora deixa eu ir, senão vou chegar atrasada. Tchauzinho!
Anahí sai e deixa os dois lá na cozinha e Magda resolve tentar fazer o pai dela mudar de opinião.
- Henrique, como você deixa sua filha ir pra casa de uma pessoa que você nem conhece? Você não pensa que pode acontecer alguma coisa com ela?
- Ela vai fazer trabalho da faculdade mulher, o que pode haver de mal nisso?
- E o fato dela poder não voltar pra casa, se tiver algum homem lá onde ela vai?
- Você pare de tentar me convencer do contrário, eu sei a educação que eu dei a minha filha, e confio nela.
- E você lá deu alguma educação a ela? Desde quando a mãe dela morreu você vive bêbado, sai de dia pra trabalhar e volta a noite como só Deus sabe como você consegue chegar em casa, a pessoa que sempre esteve dentro de casa com ela fui eu e mesmo assim essa infeliz ainda me desrespeita, imagina com você que ela mal vê.
- Bebo sim, e sabe porquê? Porque não estou mais aguentando chegar em casa e você vir falar mal da minha filha, não sei o que ela faz de mal, pois a maior parte do tempo ela está na faculdade, só chaga a noite, mal te vê. Por isso vou beber, quem sabe assim você para de me infernizar, agora deixa eu ir trabalhar que é o melhor que eu faço.
No apartamento de May, Alfonso levantou cedo, foi na rua comparar pão e preparou o café pra ele e a irmã.
- Nossa Poncho, você acordou cedo e já preparou até o café? Que milagre é esse?
- Porque a surpresa? Não posso acordar e querer mimar um pouco minha irmãzinha?
- Isso é estranho. Você nunca acordou cedo, nem se quer sei se um dia você acordou na hora do café da manhã, o que houve com você?
- Não houve nada. – Alfonso lembrou que passou a maior parte da noite lembrando de Anahí, e que ela estaria lá com eles mais tarde.
- Fala logo, que eu te conheço.
- Porque alguém que não vai trabalhar tem que acordar cedo pra organizar a casa, pois teremos visita mais tarde, e imagina a vergonha que, principalmente você vai passar se ela chegar aqui e encontrar essa casa assim.
- Ah mano, você está assim por causa da Any?
- Não é não. Eu estou pensando na sua imagem. O que será que ela pode falar para os outros fãs que seu apê parece um chiqueiro.
- Tudo bem. Mas pra isso você precisava madrugar? E outra, temos a dona Margarida que vem aqui toda segunda, quarta e sexta limpar a casa, portanto maninho, não precisava você se preocupar com a imagem do meu apartamento.
- Tá, mas e o jantar, não podemos deixar a menina passar fome.
- Se não me engano eu tenho o que comer em casa, afinal já recebo um mala na minha casa que está preocupado com o bem estar da minha visita. Poncho, eu tenho tudo em casa e o que não tiver a Margarida cuida.
- É que eu estou preocupado. Quero que cause uma boa impressão pra sua fã.
- Poncho, você está estranho, nunca te vi tão preocupado com alguém que mal conhece, você por algum acaso está interessado em brincar com essa menina?
- Claro que não May! Até parece que você não me conhece.
- Justamente porque te conheço que estou perguntando. Olha essa menina é bem mais nova que você e você não é flor que se cheire quando o assunto é do coração.
- Pare de besteira Maite Rodrigues Herrera.
- Ah tá bom. Mas só vou te dar um toque, se não for para se apaixonar de verdade por essa menina, nem tente nada com ela, ela me pareceu ser bem inocente e até mesmo vi algum sofrimento nos olhos dela, portanto, ela não precisa de mais um.
- Para de falar bobagem. Agora coma e vá logo.
- Veja só, eu estou sendo expulsa da minha própria casa.