Fanfic: O Acordo - Adaptada - Terminada | Tema: Vondy/Romance
Aceno de leve, saio da sala e sigo em direção à rua.
Uma das coisas que mais gosto na Briar é o campus. Os prédios antigos e cobertos com eras se conectam aos outros por caminhos de paralelepípedos ladeados por olmos enormes e
bancos de ferro forjado. A universidade é uma das primeiras do
país, e o rol de ex-alunos ostenta dezenas de pessoas influentes,
inclusive mais de um presidente.
Mas a melhor coisa na Briar é a segurança. É sério, a taxa de
criminalidade é quase zero, o que provavelmente tem muito a ver
com a dedicação do reitor Farrow. A universidade investe uma tonelada de dinheiro nisso, mantendo câmeras estrategicamente posicionadas e guardas patrulhando o campus vinte e quatro horas por dia. Para ser sincera, mal reparo neles quando estou circulando por aí.
Meu alojamento fica a cinco minutos do prédio de música, e suspiro aliviada quando passo pelas imensas portas de carvalho da Bristol House. Foi um dia longo, e tudo o que quero é tomar um
banho quente e me arrastar para a cama.
O dormitório que divido com Allie parece mais uma suíte do que um quarto de alojamento normal, e essa é uma das vantagens de estar na segunda metade do curso. Temos dois quartos, uma pequena área comum e até uma cozinha — menor ainda. O único
ponto negativo é que precisamos dividir o banheiro com as outras
quatro meninas do nosso andar, mas, por sorte, nenhuma delas é
bagunceira, então as privadas e os chuveiros em geral estão
brilhando de limpos.
“Ei. Você demorou hoje”, diz Allie da porta do meu quarto, sugando o canudinho do copo em sua mão. Está bebendo algo
verde, grosso e absolutamente repugnante, mas é uma visão à qual
aprendi a me acostumar. Faz duas semanas que minha colega de
alojamento virou “a louca dos sucos”, o que significa que, toda
manhã, acordo com o barulho ensurdecedor do liquidificador,
enquanto ela prepara a bebida-refeição nojenta do dia.
“Tive ensaio.” Chuto os sapatos para um canto e jogo o casaco
na cama, então começo a tirar a roupa até ficar só de calcinha e sutiã, apesar de Allie ainda estar junto à porta.
Teve uma época em que eu era tímida demais para ficar nua na frente dela. Quando dividíamos um quarto duplo no primeiro ano, passei as primeiras semanas trocando de roupa debaixo da
coberta ou esperando que Allie saísse do quarto. Mas o negócio é
que, na faculdade, não existe isso de privacidade, e mais cedo ou
mais tarde você tem de aceitar esse fato. Ainda me lembro da
vergonha que senti quando vi os peitos de Allie, mas ela não tem o
menor pudor — quando notou que eu estava olhando, deu uma
piscadinha e disse: “Tá tudo em cima, né?”.
Depois disso, parei de me vestir debaixo da coberta.
“Então…”
A casualidade com que ela abre a conversa me faz levantar a
guarda. Tem dois anos que moro com Allie. Tempo o suficiente
para saber que quando ela começa uma frase com “Então…” lá vem
alguma coisa que não quero ouvir.
“O quê?”, pergunto, pegando meu roupão pendurado atrás da porta.
“Vai ter uma festa na casa Sigma na quarta à noite.” Seus
olhos azuis adquirem um brilho fixo. “Você vai comigo.”
Solto um gemido. “Uma festa de fraternidade? Nem pensar.”
“Ah, vai sim.” Ela cruza os braços. “As provas já acabaram, não tem desculpa. E você me prometeu fazer um esforço para ser mais sociável este ano.”
Eu tinha mesmo prometido aquilo, mas… o problema é o seguinte: odeio festas.
Fui estuprada numa festa.
Nossa, como detesto essa palavra. Estupro. É uma das poucas
que causam aquele efeito de nó nas vísceras quando você ouve.
Feito um tapa estalado na cara ou o choque de um banho de água
gelada na sua cabeça. É feia e desmoralizante, e faço uma força
tremenda para não deixar isso controlar a minha vida. Já trabalhei
em minha mente o que aconteceu comigo. Pode acreditar, trabalhei mesmo.
Sei que não foi minha culpa. Sei que não provoquei nem fiz nada para causar o que aconteceu. E isso não sepultou minha habilidade de confiar nas pessoas ou me fez temer todos os homens que cruzam meu caminho. Anos de terapia me ajudaram a enxergar que o peso da responsabilidade é inteiramente dele. E não meu. Nem por um segundo. E a lição mais importante que aprendi é que não sou uma vítima, mas uma sobrevivente.
Mas isso não quer dizer que a agressão não tenha me modificado. Não há dúvidas de que mudei. Existe um motivo pelo qual carrego spray de pimenta na bolsa e deixo o número de emergência na discagem automática do celular, caso esteja andando sozinha à noite. Existe um motivo pelo qual não bebo em público nem aceito bebidas de ninguém, nem mesmo de Allie, porque
sempre há a chance de ela me passar sem querer um copo batizado.
E existe um motivo pelo qual não vou a festas. Acho que é a
minha versão do transtorno de estresse pós-traumático. Um som,
um cheiro ou um vislumbre de algo inofensivo traz à tona as
memórias. Ouço a música alta e o burburinho de gente
conversando e rindo. Sinto o cheiro de cerveja velha e suor. Estou
no meio de uma multidão. E, de repente, tenho quinze anos de
novo e estou na festa de Melissa Mayer, presa em meu próprio
pesadelo.
Allie alivia o tom ao ver a aflição em meu rosto. “A gente já
fez isso antes, Dul-Dul. Vai ser como antigamente. Não vou tirar os olhos de você, e não vamos beber uma gota sequer. Prometo.”
A vergonha faz meu estômago revirar. Vergonha e arrependimento, além de uma pitada de espanto, porque, cara, ela é
mesmo uma amiga inacreditável. Allie não precisa ficar sóbria nem
me vigiar de perto para me deixar à vontade, e, ainda assim, é
exatamente o que ela faz toda vez que saímos. E é por isso que
adoro essa menina.
Mas, ao mesmo tempo, odeio que ela tenha de ter todos esses
cuidados comigo.
“Tudo bem”, dou o braço a torcer, não apenas por ela, mas por mim também. É verdade que prometi a ela que seria mais
sociável, e também jurei a mim mesma que faria um esforço para
tentar fazer coisas diferentes este ano. Relaxar um pouco e parar de
ter tanto medo do desconhecido. Uma festa de fraternidade pode
não ser a minha opção preferida de lazer, mas quem sabe não
acabo me divertindo.
O rosto de Allie se ilumina. “Oba! Nem precisei usar meu trunfo.”
Autor(a): GDesign
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“Que trunfo?”, pergunto desconfiada. Um sorriso se delineia nos cantos de seus lábios. “Justin vai estar lá.” Meu pulso dispara. “Como você sabe?” “Sean e eu encontramos com ele no refeitório, e ele disse que vai. Acho que vários dos trogloditas do time já estavam planejando ir.” Fa& ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 415
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VictóriaS2 Postado em 14/03/2019 - 18:35:52
Bem q vc podia voltar a adaptar mais né ou pelo menos terminar as suas, sem graça kkk
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VictóriaS2 Postado em 14/03/2019 - 18:35:08
Nossa saudade dessa fic buaaaaa
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tifanny Postado em 09/03/2018 - 13:52:15
Ameei fanfic maravilhosaa! Parabeens *-*
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Thay💎 Postado em 28/11/2017 - 22:01:11
Ah sdd dessa fic tbm :'/ foi muito boa vou até reler de novo!!
Melissah Postado em 01/12/2017 - 22:46:18
Super concordooo!
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lopachbr Postado em 07/11/2017 - 14:28:32
Nossa! Amei amei amei. Li tudo em menos de um dia! ♥️♥️♥️
Giullya Postado em 12/11/2017 - 15:42:12
Que bom, fico feliz!! Bjos.
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Thaty Postado em 30/07/2017 - 15:04:01
Hey kkkk cá estou eu, comecei a ler semana passada (segunda) e terminei hoje... Amei linda e já estou sentindo falta!
Giullya Postado em 14/08/2017 - 23:27:35
Olá, um pouco atrasada pra responder kkk mas tudo bem! Eu tbm tô morrendo de sdd, amava posta-la. Bjos.
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hevelyngabi Postado em 24/06/2017 - 11:58:26
Terminei de ler hj e amei❤
Giullya Postado em 28/06/2017 - 19:45:40
Q bom! Essa história é muito boa msm (sem querer ser metida rsrs) Bjos <3
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hevelyngabi Postado em 24/06/2017 - 11:57:56
Amore, posso adaptar a sua web e postar pelo instagram? Darei créditos.
Giullya Postado em 28/06/2017 - 19:44:25
Claro q pode, linda!!
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Best_loves2 Postado em 13/06/2017 - 19:09:01
Amei o fim!! Que bom q o casal ta juntinho de novo, sem ninguém pra atrapalhar *-* Parabéns pela fic!! Bjoo.
Giullya Postado em 15/06/2017 - 18:39:16
Foi mesmo!! Juntinhos e ninguém separa *-* Obrigada lindona, Bjos.
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AnazinhaCandyS2 Postado em 09/06/2017 - 01:32:52
Fanfic incrível, história maravilhosa, amei do começo ao fim *-* Parabéns pela fanfic Gi, vou agora favorita a nova e acompanha!! Parabéns!!
Giullya Postado em 09/06/2017 - 21:01:40
Que bom Ana!! Obrigada por acompanhar mais uma fic. *-* Bjos.