Depois de um silêncio constrangedor, Justin enfia as mãos nos bolsos da jaqueta. “Tudo bem. Topo tentar esse negócio de amigo. Mande uma mensagem se quiser tomar um café um dia desses.”
Ele se afasta, levando consigo um peso do meu peito.
Em meu quarto, parabenizo-me por ter evitado um desastre em potencial e volto a me remoer com minha missão. Allie está em Nova York até amanhã. Stella também está viajando. Quando mando uma mensagem para Dex, ele diz que não pode sair porque está estudando para sua última prova. Quando escrevo para Meg, ela explica que tem planos com Jeremy.
Suspirando, repasso a lista de contatos em meu telefone até.que um nome chama minha atenção. Na verdade, quanto mais penso nisso, mais gosto da ideia de fazer essa ligação.
O namorado de Allie atende depois de vários toques. “E aí, como vai?”
“Oi. É Dulce.”
“Não brinca”, zomba Sean. “Tenho seu telefone.”
“Ah, certo.” Hesito. “Então, sei que Allie ainda não voltou da casa do pai, mas queria saber se…” Paro um segundo e, em seguida, deixo escapar: “O que você vai fazer hoje? Quer sair?”.
O namorado da minha melhor amiga fica em silêncio. Não o culpo. Nunca liguei para ele e o chamei para sair sem Allie antes.
Até aí, nunca liguei para ele, ponto.
“Você entende que isso é estranho, né?”, diz Sean, com franqueza.
Solto um suspiro. “Entendo.”
“O que tá acontecendo? Tá só entediada ou algo assim? Ou isso é uma loucura do tipo dar em cima do namorado da melhor amiga? Espera — Allie tá ouvindo isso?” Sean levanta a voz. “Allie, se você estiver aí, eu te amo. Eu nunca, nunca iria trair você com a sua melhor amiga.”
Solto uma risada junto ao telefone. “Ela não tá na linha, seu bobão, mas é bom saber. E, vai por mim, não tô dando em cima de você. Eu… só… achei que a gente poderia sair com alguns dos seus amigos da fraternidade hoje. Talvez você pudesse, sabe, me apresentar a algum deles.”
“Tá falando sério?”, exclama. “De jeito nenhum. Você é boa demais para qualquer um desses idiotas, e tenho certeza de que Allie me mataria se eu apresentasse você a algum deles. Além do mais…”, ele se cala, abruptamente.
“Além do mais o quê?”, exijo.
Ele não responde.
“Termine essa frase, Sean.”
“Melhor não.”
“Melhor sim.” Minhas suspeitas vão a mil. “Ai, meu Deus.”
Solto um suspiro. “Você sabe por que todos os homens da universidade de repente estão me tratando como se eu tivesse uma DST?”
“Talvez…”, diz ele.
“Talvez?” Quando Sean não responde, solto um gemido de frustração. “Juro por Deus, se você não me disser o que sabe, vou…”
“Tudo bem, tudo bem”, ele interrompe. “Vou contar.”
E contou tudo.
E a minha resposta é um grito alto de indignação.
“Ele fez o quê?”
Vinte minutos depois, irrompo pelas portas da arena de hóquei da Briar. O ar frio envolve meu rosto na mesma hora, mas não consegue arrefecer o fogo queimando dentro de mim. São cinco e meia, o que significa que o treino de Christopher já acabou, então passo pelas portas do rinque e vou direito para os vestiários nos fundos da arena. Estou com tanta raiva que meu corpo inteiro treme.
Christopher chegou ao limite. Não, ele foi tão além que nem dá saber onde ficou a porcaria do limite. E de jeito nenhum vai se safar dessa palhaçada infantil e ridícula.
Chego à porta do vestiário quando um dos jogadores está saindo.
“Christopher tá aí?”, berro.
Ele parece assustado de me ver. “Tá, mas…”
Passo por ele e agarro a maçaneta da porta.
O cara protesta atrás de mim. “Não acho que você devesse entrar no…”
Irrompo no vestiário e… Pê/nis!
Minha Nossa Senhora.
Pê/nis para todos os lados.
Um horror me invade quando me dou conta do que estou vendo. Ai, Deus. Entrei numa convenção de pê/nis. Pê/nis grande, Pê/nis pequeno, pê/nis gordo, pê/nis em forma de pê/nis. Não importa para onde movo a cabeça, para todo lado que olho, vejo pê/nis.
Meu arquejo mortificado chama a atenção de todos os pê/nis — digo, de todos os jogadores no vestiário. Num piscar de olhos, toalhas aparecem, mãos cobrem os pênis e corpos se atrapalham, enquanto permaneço na entrada, vermelha como um tomate.
“Saviny?” Um Logan de peito nu sorri para mim, um dos ombros apoiados contra o armário. Parece estar se esforçando muito para não rir.
“Pê/nis… Logan”, deixo escapar. “Oi.” Faço o possível para evitar contato visual com os homens seminus andando de um lado para o outro, todos rindo divertidos ou brancos de susto. “Estou procurando Christopher.”
Com um sorriso mal contido, Logan aponta com o polegar uma porta nos fundos do vestiário que imagino ser onde ficam os chuveiros, porque posso ver o vapor saindo por ela.
“Obrigada.” Ofereço-lhe um olhar agradecido e sigo na direção da porta, bem no instante em que um vulto emerge do lugar embaçado.
Dean aparece, e vejo seu pê/nis.
“Oi, Saviny”, me cumprimenta. Indiferente à minha presença, ele passeia nu em direção ao seu armário, como se me encontrar aqui fosse uma ocorrência diária.
Sigo em frente, pensando se devo fechar os olhos, mas, felizmente, todos os chuveiros têm portas baixas e são separados por divisórias. À medida que caminho pelo piso de azulejos, cabeças se viram na minha direção. Uma delas pertence a Birdie, que arregala os olhos quando passo por ele.
“Dulce?”, exclama.
Ignoro-o e continuo caminhando até achar as costas que me são familiares. Meu olhar dá uma conferida rápida, e, sim, pele dourada, tatuagem, cabelo escuro. É Christopher, sem dúvida.
Ao som dos meus passos, ele vira e fica boquiaberto com a minha presença. “Saviny?”
Paro diante da porta, faço minha cara mais feia e grito: “Qual é seu problema?”.
Oi amores, o que será que Christopher fez?
Falta 2 capítulos e o epílogo. Então creio que irá acabar sexta!
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Beijos♡