Fanfic: Minha vida depois de você - Vondy | Tema: Vondy

Capitulo 11

Assim que eu desci do carro da minha mãe, depois de reclamar umas 30 vezes daquele uniforme horroroso, vi que a Josy e a Clara já estavam na porta acenando pra mim. Fui em direção a elas, e logo que cheguei perto, percebi que elas estavam muito felizes por continuarem na mesma turma. Elas falaram que tiveram muita sorte, pois o colégio tinha misturado todos os alunos. Perguntei onde eu poderia ver a lista do primeiro ano, pois eu realmente estava ansiosa pra saber se ficaria com a Anahí.

Dul: E por falar nisso, onde é que ela está? – eu perguntei olhando em volta – Ainda não chegou?

Elas responderam que a Anahí sempre chegava atrasada e me levaram até a secretaria, onde estavam afixadas na parede várias listas de nomes. Meu coração começou a bater acelerado quando comecei a passar os olhos pela lista da minha sala.

A clara e a Josy viram primeiro. Antes que eu chegasse à letra D, elas já estavam me abraçando, falando que tinha dado certo e que eu e a Anahí seriamos as melhores amigas do primeiro ano assim como elas eram do segundo. Eu perguntei então se a Anahí não tinha outra melhor amiga que ficaria enciumada com a minha presença, mas elas nem precisaram responder. A própria Anahí chegou perto da gente, meio ofegante e olhando para o relógio, seguida por duas meninas. Assim que nos viu, ela perguntou se continuava na turma “A”. A Josy confirmou, mas mesmo assim ela foi até lá conferir.

Annie: Ufa, continuamos na mesma sala – ela disse pras amigas que tinham chegado com ela. Só então ela pareceu me notar.

Annie: A Dulce! E você? – ela perguntou fazendo com que eu me sentisse um pouco estranha. Uma semana antes ela estava superempolgada pela possibilidade de sermos colegas. E agora ela estava falando como se aquilo nem importasse muito...

Dul: Eu também vou ser da sua sala – respondi meio sem graça. Percebi que as amigas dela estavam me analisando, e a Anahí então nos apresentou
Annie: Dulce, essa aqui é a Julia e essa aqui é a Vanessa, mas pode chama-las de Ju e Van.

Eu sorri pra elas, que disseram que tinham ouvido falar muito sobre mim. Nesse momento o sinal bateu, e elas todas falaram que precisávamos entrar depressa para marcar um bom lugar, pois durante o resto do ano, nós teríamos que nos sentar na mesma carteira do primeiro dia.

Subi as escadas correndo atrás delas, prestando atenção em tudo. Assim chegamos na sala. A Anahí entrou correndo com a Julia e a Vanessa, e elas logo ocuparam três carteiras vagas, bem na frente. Olhei em volta e vi que não tinha sobrado mais nenhuma perto delas. Fiquei meio desapontada e me sentei no primeiro lugar mais próximo, que era na fileira a lado da parede.

Percebi que vários alunos estavam me olhando, provavelmente querendo saber quem era aquela intrusa na sala deles. Fiquei meio tensa, comecei a rabiscar qualquer coisa no meu caderno, mas a Anahí logo foi até onde eu estava e disse que a menina que estava sentada atrás dela tinha concordado em trocar de lugar comigo.

Fiquei superaliviada, mas no mesmo instante chegou um professor com cara emburrada, dizendo que era pra todo mundo se sentar. Comecei a recolher o meu material pra fazer a troca, mas a Anahí rapidamente falou que era melhor deixar pro intervalo, pois aquele professor tinha fama de ser muito bravo, e foi correndo se sentar. Eu suspirei e torci pra que a tal menina não mudasse de ideia.

Assim que a aula acabou, guardei depressa o meu caderno, disposta a fazer a troca de lugar o mais rápido possível. Esperei sentada enquanto a menina que ia mudar comigo guardava o material dela, mas no minuto em que ela se levantou, eu me levantei também. Sorri, agradeci, e ela perguntou o meu nome. Logo que respondi, ela falou que se chamava Camila e que, se eu precisasse de alguma coisa, podia contar com ela. Eu agradeci mais uma vez e comecei a ficar feliz. Porém, no segundo seguinte, olhei para a carteira para onde eu estava indo e vi que um menino, que tinha acabado de chegar, já estava se sentando, provavelmente por imaginar que o lugar estivesse vago.

Eu olhei para o lado e vi que a Camila já tinha se sentado na minha antiga carteira e que não tinha nenhuma livre por perto, só bem lá atrás. A Anahí na mesma hora veio em meu socorro. Primeiro ela pegou minha mochila e disse que eu não podia ficar carregando peso com aquele pulso. Em seguida ela parou bem em frente ao menino que tinha “roubado” a minha carteira e disse

Annie: Anfonso, da licença? Esse lugar é da Dulce que está aqui na sala desde o primeiro horário, ao contrário de uns e outros...

O menino nem se moveu. Olhou pra mim, depois pra Anahí e falou

Poncho: E por que a Dulce, que está aqui na sala desde o primeiro horário, ao contrário de uns e outros não estava sentada nessa cadeira quando eu cheguei e nem mesmo o material dela estava aqui?

Annie: Ai Poncho, não me irrita! – a Anahí falou já empurrando o menino e jogando o material dele no chão – Anda, vai sentar lá atrás como você já esta acostumado! Aliás que história é essa de ter vindo de novo pra nossa sala? Você não tinha ido pra turma B no ano passado?

Eu fiquei meio espantada com o jeito dela, completamente mandona, olhei para o tal Alfonso, mas ele já estava mesmo lá atrás, batendo o maior papo com outros garotos, parecendo nem se importar com o que a Anahí tinha feito. Não perdi tempo e corri pra me sentar logo, antes que outra pessoa pegasse novamente o meu lugar.

A professora de português logo entrou na sala, e eu nem tive tempo de conversar um pouquinho com a Anahí. Eu queria perguntar a ela sobre meus novos colegas, professores e também sobre o colégio em si, mas resolvi deixar pra hora do lanche, porque ela estava se mostrando uma aluna muito comportada e concentrada nas aulas.

Logo que o sinal do recreio bateu, todos os alunos se levantaram! Olhei um segundo pra baixo pra guardar meu caderno na mochila, e, quando me virei novamente pra frente, a Anahí já não estava lá. Olhei pro lado, mas não a vi em lugar nenhum. Sai da sala imaginando que ela estivesse me esperando no corredor, mas percebi que eu estava enganada, ela realmente tinha evaporado.

Fui descendo as escadas devagar, ainda me sentindo estranha por não conhecer ninguém e não ter alguém pra conversar comigo. Aquilo nunca tinha me acontecido na vida. Normalmente eu saia da sala discutindo um assunto com um professor, conversando com as minhas amigas, ou as duas coisas ao mesmo tempo. Porém ali, eu estava completamente sozinha.