Fanfic: Minha vida depois de você - Vondy | Tema: Vondy

Capitulo 19

As meninas estavam tão ansiosas por causa do churrasco, que eu até me contaminei um pouco com o nervosismo delas. Custei a dormir, e isso fez com que eu acordasse com duas manchas embaixo dos olhos, me deixando parecendo com um panda. Mas nada que uma maquiagem não resolva.

Chegamos ao prédio do Poncho às quinze para as duas. O salão de festas já estava cheio, e eu e as meninas entramos olhando para todos os lados, tentando encontrar algum conhecido.

A Vanessa que tinha ido comigo e a Anahí, logo achou o tal menino de quem ela gostava e foi direto falar com ele. Fiquei admirada com a iniciativa dela, estava ali uma garota que sabia o que queria e ia atrás.

Eu e a Anahí, a princípio, ficamos meio inibidas no meio de tanta gente que nós não conhecíamos, mas de repente o Poncho apareceu. Assim que nos viu, ele veio em nossa direção.

Poncho: Ei, você veio mesmo – ele chegou sorrindo – e você também – ele falou olhando pra Anahí com uma expressão de incredulidade.

Ela pareceu meio acanhada, mas logo recuperou a pose.

Annie: Não foi por sua causa – ela disse com o nariz empinado – Eu vim fazer companhia pras meninas.

Eu comecei a rir ao lembrar o quanto ela tinha implorado pra que eu a trouxesse. Percebi que o Poncho estava rindo também.

Poncho: Ah, mas eu não esperava outra coisa. Sei que talvez foi pelos amigos do meu irmão...

Ela fez cara de indignada e então ele disse.

Poncho: Bom, o motivo não importa, mas eu gostei muito de vocês terem vindo.

Então ele pediu licença, para ajudar a mãe dele.

Dul: Credo Annie – eu falei assim que ele se distanciou – Podia tratar o menino um pouco melhor? Você é a única da sala que não gosta dele.

Annie: Ai que mentira – ela falou colocando a mão na cintura – As minhas amigas não gostam, só você. Ele é muito exibido e folgado.

Dul: É o jeito dele – eu falei enquanto olhava o Poncho ir de grupinho em grupinho pra saber se todo mundo estava bem servido.

Annie: Bem seixa isso pra lá. Vamos ver os meninos do terceiro ano?

Ela não precisou falar duas vezes.

O dia estava lindo e a festa realmente muito agradável. Tinha uma música eletrônica tocando ao fundo, mas em um canto havia um grupinho de pessoas cantando e tocando violão.

Depois de um tempo, cheguei mais perto das pessoas que estavam cantando. Eu adorava violão. No meu antigo condomínio, os meus amigos se reuniam todo fim de semana pra tocar à tardinha na rua, e a gente ficava lá, cantando até anoitecer.

Eu estava pensando nisso, quando o Poncho veio novamente pra perto de mim. Já tinha um tempinho que eu não via a Vanessa, que provavelmente estava em algum lugar com o menino que ela paquerava. A Anahí tinha ido ao banheiro, mas também estava de olho em um garoto que, pelo que pude perceber, não demoraria a chegar nela.

Poncho: Gosta de violão?

Eu apenas assenti e, sem perceber, dei um suspiro.

Poncho: Você está triste? – ele perguntou virando a cabeça pra me olhar melhor.

Eu expliquei que estava um pouco nostálgica, com saudade da minha turma de São Paulo, e ele aproveitou pra perguntar se eu estava gostando de BH.

Dul: Já me adaptei. Mas parece que ainda falta alguma coisa... Eu fiz amigas aqui, estou gostando da escola... Mas sinto falta de algo que me prenda, sabe como? Algo que faça com que eu não queira sair daqui nunca mais... Eu me sentia assim em relação a São Paulo.

Ele ficou um tempo sem fala nada, só olhando para as pessoas que estavam cantando na nossa frente, e então perguntou:

Poncho: Está faltando alguém especial aqui, né? Que te faça ter vontade de ficar pra sempre...

Eu olhei meio surpresa com a percepção dele.

Dul: Como você sabe disso? – eu perguntei. Ele então se sentou no chão e fez sinal pra que eu me sentasse também.

Poncho: Ah Dul... Quem não se sente assim? Quem não quer ter alguém que não nos deixe ter vontade de ir embora?

Eu sorri, um pouco surpresa com ele. Então por trás daquele menino, existia um romântico.

Poncho: Eu sei que uma hora vai aparecer na minha frente aquela menina diferente de todas as outras, com o brilho das estrelas nos olhos e a lua crescente no sorriso...

Dul: Poncho... Que lindo isso que você falou! Parece até uma poesia!

Ele ficou meio sem graça, deu um sorrisinho de lado e disse:

Poncho: É parte de uma poesia mesmo... mas não é minha. Eu peguei emprestado de um amigo meu... eu poderia ficar com todos os créditos, mas acho que você vai acabar lendo a poesia inteira e eu passaria por impostor... Mas a verdade é que isso é o que todo mundo espera, não é? Alguém que nos faça ter vontade de escrever poesias.

Não respondi nada, eu ainda estava muito fascinada com o que ele havia dito, e então ele falou:

Poncho: E por falar em meu amigo, por que será que ele não chegou até agora, hein?

Ele olhou para o relógio e de repente algo soou dentro de mim. Espera. O Poncho não podia estar falando do Ucker, não é? Eu já tinha me perguntado onde ele estaria e já tinha inclusive me conformado que ele não viria mais. Mas aquela informação era nova! Ela não tinha cara de quem escrevia poesias... ou... será que tinha? Minha cabeça começou a rodar. O menino gostava de séries, cachorros e agora poesias.

Poncho: Dulce, vou ter que ir lá em cima no meu apartamento dar um telefonema. Você está bem? fora a saudade dessa pessoa que você ainda não conhece? – ele disse sorrindo.

Dul: Essa frase também é do seu amigo? Porque isso também é lindo! Saudade de alguém desconhecido. – eu tentei repetir pra guardar.

Poncho: Eu acho que li isso na internet. Mas resolvi me apropriar, pois eu realmente sinto falta daquela menina que eu sei que está em alguma parte do mundo me esperando... Mas nem estou com muita pressa, sabe? Enquanto a pessoa certa não aparece, eu aproveito o tempo pra me divertir com as pessoas erradas – ele riu, e disse que também tinha lido aquilo em algum lugar.

Eu então falei que ele podia subir, que eu ia aproveitar pra procurar as minhas amigas.

Poncho: Vocês não vão embora ainda, né? A festa ainda nem começou.

Eu realmente já estava com vontade de ir pra casa, mas sabia que a Anahí e a Vanessa não iriam concordar com aquilo. Então apenas fiz que não com a cabeça.

Ele disse que logo voltaria, se levantou e foi em direção ao elevador.

Fiquei mais um tempo sentada perto da rodinha de violão e, depois de uns 20 minutos, resolvi procurar as meninas, pelo menos pra ter noção de quanto tempo mais elas iam querer ficar ali, pois eu tinha pedido pra minha mãe nos buscar às cinco da tarde e já estava quase na hora.

Quando eu me levantei, porém, tive que admitir que se dependesse de mim, a gente ainda ficaria muito tempo ali...

O Ucker estava entrando, com as bochechas meio vermelhas, parecendo que tinha corrido bastante para estar ali. Ele estava lindo.

Sem perceber eu sorri. De repente, notei que ele também tinha me visto... e estava parado, me olhando. Senti o meu coração disparar, e foi então que eu notei. Ele tinha estrelas nos olhos, e a lua crescente no sorriso...

“Mãe, você pode buscar a gente um pouquinho mais tarde? O churrasco está muito bom! Beijos Dul”

Gente, desculpem pela demora. Prometo que não vou demorar a postar os capitulos novamente e espero que não tenham abandonado a fic. Indico que vocês leiam o último capitulo antes desse pra se lembrarem de onde parei. Beijos :*