Fanfic: Minha vida depois de você - AyA | Tema: AyA

Capitulo 3

Os dia seguintes foram muito movimentados. A minha mãe começou a trabalhar, e com isso eu passei a ficar a maior parte do tempo com a Vic. Terminamos os episódios de Gilmore Girls, e ela me explicou que tinham várias outras séries, pra eu ficar de olho na TV. Com isso comecei a assistir varias outras séries, eu queria assistir todas, mais existiam séries demais, nem se eu ficasse o dia inteiro na TV e no computador eu conseguiria acompanhar tudo.

Dessa forma, meus dias ficaram muito ocupados. As meninas me explicaram que só havia dois bons programas nas férias em BH: ir ao clube de manhã e ao shopping a tarde. E foi exatamente o que eu passei a fazer todos os dias.

Apesar das férias estarem boas, eu não via a hora das aulas começarem. Eu estava ansiosa pra saber se eu iria ficar na sala da Dulce, de quem eu acabei me tornando amiga, e também pra conhecer mais gente. Eu continuava sentindo muita saudade da minha turma de São Paulo, mas aos poucos, minhas novas amigas foram suprindo aquela falta.

No dia seguinte a aquela primeira festa, minha mãe quis saber se a minha produção tinha feito sucesso. Eu contei a ela que várias pessoas que eu conheci tinham elogiado minha roupa e dito que eu estava bonita, mas que o Joaquim nem tinha reparado em mim. Eu o tinha visto durante o show, mas, logo que terminou, ele foi cercado por várias meninas e nem olhou na minha cara.

Assim, nos dias seguintes, eu continuei a olha-lo de longe, sentindo meu coração disparar a cada vez que ele passava, mas no fundo sabendo que ele nunca me daria atenção.

Um dia, ao chegar em casa à noite, minha mãe me encontrou deitada na cama olhando pro teto, completamente apaixonada e desiludida após ter visto o Joaquim conversando com várias meninas no shopping, e perguntou o motivo da minha carinha triste. Imediatamente tentei fingir um sorriso, mas ela disse que não era pra tentar enganá-la, pois ela me conhecia muito bem.

Eu dei um suspiro, me sentei e expliquei que era o Joaquim.

Annie: Ele não esta nem ai pra mim... isso é tão injusto, lá em São Paulo eu não tinha a menor dificuldade pra fazer com que os meninos me notassem! Mas lá também não tinha tantas garotas atrás deles como aqui! O Joaquim não vai a lugar nenhum sem que umas 30 fãs o rodeiem!

Ao ouvir isso, minha mãe pensou um pouco e perguntou se eu estava realmente interessada nele, pois ela nunca tinha me visto tão envolvida com um garoto. Eu respondi que sim, que estava desesperada por ele!

Marina: Mas como você mesma acabou de dizer, você já se interessou por alguns garotos lá em São Paulo, e vários deles quiseram ser mais do que amigos, e pelo que me lembro, você fugia de todos eles! Você parecia muito empolgada, mas bastava que eles começassem a corresponder que você tomava um chá de sumiço. Estou errada?

Eu neguei com a cabeça. Ela estava certa. Mas eu não tinha sido apaixonada por nenhum daqueles meninos... era mais uma brincadeira. Mas agora eu sabia que o garoto era o Joaquim. Ele era tudo o que eu havia sonhado! Eu tremia só de imagina-lo chegando perto de mim!

Marina: Sabe Annie, seu pai também era muito concorrido... eu já te falei que nós estudávamos na mesma faculdade, né? Mas logo no primeiro dia que eu o vi, notei que ele estava acostumado a ter várias garotas suplicando por sua atenção. Então eu percebi que teria que me destacar de alguma forma, ser diferente das outras, pra que ele pudesse me enxergar...

Eu olhei pra ela completamente ansiosa pra saber como ela tinha feito isso.

Marina: Eu pensei e cheguei a conclusão de que, pra ser notada eu teria que fazer exatamente o que ele não esperava que eu fizesse... Ele estava habituado a ter várias mulheres ao redor dele o tempo todo. Então eu decidi que não seria mais uma daquelas...

Pela primeira vez eu imaginei meus pais com 18 anos, e à medida que ela ia me contando, imagens dos dois iam se formando na minha mente.

Marina: Meu primeiro passo foi fazer com que ele soubesse da minha existência. Nesse momento eu cheguei a me igualar às minhas rivais. Eu olhei muito, deixei que ele pensasse que eu estava nas mãos dele...

Eu comecei a pensar no Joaquim. Certamente ele já tinha me visto e com mais certeza ainda ele achava que me tinha na palma da mão.

Marina: Mas então, filha, um dia, eu simplesmente parei.

Annie: Parou o que?

Marina: Parei de olhar. Passei a fingir que ele não existia. Passei a despreza-lo completamente.

Eu franzi as sobrancelhas, sem entender como aquilo podia ter dado certo. Se alguém me desprezasse, eu apenas ficaria com raiva da pessoa.

Marina: Todo ser humano é um pouco possessivo por natureza... Ninguém quer perder o que já tem. E foi isso o que aconteceu com o seu pai. Quando ele percebeu que aquela garota, que até o dia anterior babava quando ele passava, simplesmente não estava mais interessada, ele ficou indignado... ele quis recuperar aquilo, quis me ter aos pés dele outra vez... Eu não era a mais bonita, não tinha o corpo escultural nem era a mais inteligente da faculdade, mas ainda assim, ele achou que eu era especial. Apenas porque eu era diferente. Pelo fato de que eu não estava tão disponível quanto as outras. E então ele veio atrás de mim. Ele veio me reconquistar.

Eu achei aquilo o máximo! O começo de namoro dos meus pais parecia ter sido tão emocionante.

Eu dei um abraço nela, que então começou a me dar aulas de paquera. Isso mesmo, ela começou a me ensinar a paquerar. Eu até anotei algumas partes, pra não perder nenhum detalhe. E eu começaria a colocar aquilo em pratica no dia seguinte.