Fanfic: LAUREN: Fire | Tema: Sobrenatural, magia

Fogo, que arde que queima que destrói, me conforta me aconchega em seu calor, me faz sentir viva. O fogo não me queima, ele não me consome, sou a própria destruição. Eu sou o Fogo...

Acordo com o coração a mil e toda suada, tive um pesadelo horrível, sonhei com a noite da festa, tive aquela mesma sensação de asfixia. Eu via pessoas sendo queimadas, o pior que era eu que tinha causado o fogo.

—Deu para escutar os seus gritos lá do meu quarto.

Olho para o lado e vejo a praga deitada de costas no meu tapete branco e felpudo.

—O... Oque você esta fazendo aqui?- pergunto assustada.

—Não é obvio? Você me acordou com os seus gritos e eu vim aqui para ver se esta tudo bem, achei que estava fazendo outra coisa, gritando daquele jeito...

—Não imbecil... Eu tive um pesadelo. - sussurro.

Ele se levanta do chão e senta na minha cama.

—Você teve um desses pesadelos, quando estava desacordada no hospital._ ele sussurra-, pelo menos nos dias que eu te visitei.

—Nem sei por que você teve o trabalho de me visitar.

—Eu te salvei garota- ele fala quase ofendido-, e também fiz isso por consideração a seu pai, depois que eu descobri que ele é o marido da minha tia.

Ele esta com um short de dormi e uma camiseta preta, seus olhos estão com um aspecto de cansaço, seus cabelos estão extremamente bagunçados.

—Lauren...

—Você sabe o meu nome... Ah é claro.

Ele solta um riso abafado.

—Você sonhou com o incêndio?

—Uhum.

Dou de ombros, nós ficamos em silencio por um tempo.

—Eu ainda não sei o seu nome.

—Dean Miller, mas para os íntimos só Dean, mas se você quiser me chamar de gostoso eu não me importo.

Reviro os olhos, ate certo tempo eu estava começando a achá-lo uma pessoa mais agradável, mas o narcisismo veio à tona e tomou conta do pouco de simpatia que ele aparentava ter.

—Como você não sofreu nenhuma queimadura? Isso é humanamente impossível.

—Talvez eu não seja humana.

Ele passa a mão no meu rosto.

—Você esta fria.

—Não, a minha temperatura esta normal- falo enquanto coloco a mão na testa.

Ele me puxa para o seu colo, eu mal o conheço, e o pouco que eu convivi com esse idiota já me faz odiá-lo eternamente, mas eu sedo ao seu abraço, mesmo suada ele me acomoda em seu colo. Meu corpo está dolorido e cansado, isso foi mais fácil para que eu me entregasse para seu aconchego.

Seu peitoral é largo e rígido, mas isso não me incomoda, ele passa o seu braço pela minha cintura e me puxa para mais perto. O seu toque deixou um rastro quente sobre o meu braço, passando certa energia pelo meu corpo. Isso me tranquilizou tanto que me fez adormecer.

O dia amanhece eu ainda não me acostumo com a ideia que eu voltei para casa. Dean não esta do meu lado mais. Acordo bem melhor e vou fazer a minha higiene matinal. Visto uma calça jeans básica e um moletom.

Vou para cozinha tomar o meu café, a mesa esta arrumada só no meu lado, tem frutas, pães, sucos, comida demais para uma pessoa só. Isso só pode ser armação do meu pai. Tomo o meu café e vou andar pela casa, vou ao meu lugar favorito, o jardim, que é amplo e florido, eu acostumava a ficar horas no jardim com a minha mãe perto de uma grande arvore perto de piscina, nem parece que moramos em NY.

O jardim esta mais florido, mais vivo do que eu me lembrava, avisto uma mulher que estava mexendo em uma mudinha de flor.

—Você que fez isso tudo?- pergunto.

Ela se vira e sorri se levanta e tira as luvas cheias de terra. Ela parece ter uns trinta anos, seu cabelo é curto e castanho,ela tem grandes olhos verdes escuros.

—Ah, você deve ser a Lauren. Sou Lilian.

Oque? Lilian é uma mulher decente? Sem peitos exageradamente grandes, sem Botox?

—Seu pai me falou muito de você.

Ela parece ser uma pessoa legal. Ao contrario das antigas “namoradas” do meu pai, todas me odiavam, eu nem ligava pra oque elas achavam de mim, meu pai me obrigava a trata-las bem, mas eu não o obedecia.

—Prazer, Lilian... Eu... Eu tenho que ir.

Incrivelmente eu tinha um pouco de dinheiro escondido nas minhas coisas, peguei uma boa quantidade e fui para o hospital, precisava ver Jason. Peguei o ônibus e fui para o hospital, um prédio grande e branco, a entrada era toda de vidro.

Finalmente eu podia visitar Jason, ele já estava estável, mas não havia acordado. Entrei no quarto, é igual ao meu só que com mais aparelhos para ajuda-lo na respiração.

Jason está pálido e com a boca seca. Não aguento ver o meu amigo dessa forma, lagrimas escapam e escorrem pelo meu rosto.

—Droga Jason. - sussurro.

Eu pego delicadamente na sua mão fria, e num instante ele aperta a minha mão, mas não passa disso.

Depois de algumas horas eu saio do hospital e vou para o Central Park, esta de tarde, nessa hora tem muitas pessoas passeando com os seus cachorros. Geralmente eu não gosto de ficar naquela parte do parque, por isso eu vou para uma parte mais afastada.

Sentei na grama e peguei o meu celular, coloquei na musica favorita do Jason Manhattan do Kings Of Leon. Cara, eu e Jason simplesmente adoramos o Kings O f Leon, as musicas deles me fazem viajar e esquecer o mundo.

—Foi você.

Olhei para cima e vi uma garota loira, ela tem cara de poucos amigos. Tiro o meu fone e a encaro.

—Te conheço?

—Eu vi você no incêndio, você causou aquele incêndio, você pegou fogo, sua desgraçada, você matou o meu namorado.

Nesse momento ela começou a chorar e ficar vermelha de raiva. Okay, essa menina deve ter fumado erva estragada. Como eu causei aquele incêndio? Isso é impossível.

—Garota, você e louca.

Levantei e virei de costa e de repente sinto um puxão no meu cabelo. Viro e empurro a menina para longe. Onde surgiu essa força toda em mim? Ela se levanta rapidamente e me da tapa no meu rosto. Nesse momento uma raiva cresceu dentro de mim e minha respiração ficou pesada, minhas mãos começaram a arder como na noite do incêndio. Elas ficaram VERMELHAS, começam a pegar fogo.

A garota me olhou espantada, ficou mais pálida e começou a tremer.

—E... Eu sabia. Sabia que tinha sido você, eu vi tudo.

Ela se virou e saio correndo. Minhas mãos estavam em chamas, mas não me queimavam. Fiquei espantada com oque estava acontecendo comigo, mas eu me acalmei, ou pelo menos tentei, e o fogo começou a cessar.

Isso não pode estar acontecendo comigo, só pode ser um pesadelo.