Fanfic: Make a Wish - VONDY | Tema: Vondy, RBD

Capitulo 09 – O Segredo
Cidade do México
Quatro meses depois

Christopher’s POV
Setembro chegou sem mais surpresas. Alguns problemas aqui e ali que eu preferir ignorar. Na realidade eu meio que pedi desculpas pelo meu comportamento nos últimos tempos e por incrível que pareça o perdão veio fácil. Também fiz uma promessa a mim mesmo, nunca mais seria grosso com nenhum fã e por mais que eles falassem algo que eu não gostasse ou que deixasse a Natalia irritada, eu ia simplesmente ignorar, o que para mim foi uma tarefa bem fácil, mesmo que Natalia ficasse com raiva por eu não a “defender” mais.
Além do mais eu tinha tomado uma decisão, iria oficialmente pedi-la em casamento, não para a mídia ou os fãs, mas para a família, amigos íntimos e até nós dois, com isso também tinha a esperança dos fãs esquecerem vondy para sempre, mesmo que a possibilidade fosse uma em um milhão, não custava sonhar.
Resolvi ir à casa dos meus pais, antes de qualquer decisão eu queria conversar com eles, mesmo que no fundo soubesse o que achavam do assunto, não queria fazer nada por suas cotas; Quando cheguei dona Marta estava saindo, dei um beijo em seu rosto e ela avisou que meus pais estavam no escritório, foi quando tudo desmoronou.

— Eu sei que é o certo... Mas como eu vou contar isso a ele Victor? – minha mãe perguntou chorosa e eu fiquei parado atrás da porta, mesmo sabendo que era errado.
— Eu sei que não é fácil, mas Christopher merece saber a verdade meu amor! – meu pai respondeu tentando acalma-la — Ele já tem idade para entender, ele não é mais um menino, é um homem. E nada vai mudar...
— É claro que vai, é claro que vai...
— Alexandra, nada vai mudar, eu prometo! – ele a abraçou — Ele vai continuar sendo meu filho – franzi a testa sem entender — Eu o criei e o amo, e nada nem ninguém vai mudar isso.

Eu não estava entendendo nada, o que meu pai queria dizer com “ele vai continuar sendo meu filho”? Sinceramente eles não estavam fazendo sentido nenhum para mim, ouvi minha mãe chorar baixinho e meu pai lhe dizendo que tudo ficaria bem. Fiquei intrigado e não me contive, entrei no escritório e minha mãe levantou a cabeça assustada.

— Christopher?
— É... Eu precisava falar com vocês... só que... pelo visto vocês que... precisam falar comigo... – falei incerto
— Filho... – meu pai ficou nervoso e veio até mim — O que você ouviu?
— Não sei exatamente, algo sobre eu “continuar sendo seu filho” e “nada mudar”, vocês querem me explicar isso?
— Ah querido – minha mãe se jogou nos meus braços chorando compulsivamente — Me perdoa, me perdoa, por favor!
— Mamãe – ri nervoso — Perdoar de que? Eu nem ao menos sei do que você está falando?
— Eu não... – ela se afastou já mais calma e sentou no sofá, sentei ao seu lado e papai puxou uma cadeira ficando a nossa frente — Eu nem sei como te dizer isso... Eu não...
— Apenas diga – tentei lhe passar segurança — Seja o que for eu vou entender.
— Victor ele... – começou a chorar novamente e meu pai suspirou alto.
— Eu não sou seu pai!
— Como é? – olhei para os dois — Vocês sabem que não estão fazendo sentido nenhum, não é?!
— É verdade... – foi à única coisa que minha mãe conseguiu falar.

Eu levantei rapidamente e comecei a andar em círculos. Eu estava confuso, como assim o meu pai não era meu pai? Durante 29 anos eu chamei de pai e amei um homem que no final das contas não tinha o meu sangue? Isso era realmente possível ou era um pesadelo?

— Espera, espera... – respirei fundo — Isso é mesmo verdade? – senti uma lagrima escorrer do meu olho direto e eu a limpei rapidamente
— Querido, por favor, me perdoe... – minha mãe implorou e eu mexi o braço como se dispensasse o assunto, na verdade eu dispensava as desculpas, não por raiva, mais por estar confuso
— Eu só quero entender como isso é possível!

Alexandra’s POV
Eu sempre soube que um dia teria que contar a verdade para Christopher, só não sabia que seria logo, na verdade ainda tinha a esperança de levar esse segredo para o tumulo, mesmo que fosse errado. O que mais me assustava era a calma dele, como se ouvisse aquilo todos os dias, ele não estava gritando, batendo portas ou jogando objetos contra a parede, ele estava calmo de uma forma que eu não conseguia entender.

— Christopher em primeiro lugar quero que você sabia que nada vai mudar entre nós – Victor começou — Independentemente de você não ter o meu sangue, eu sempre irei te amar como um filho. E peço que não julgue a sua mãe, de certa forma ela fez isso por que te ama...
— Eu só... só quero a verdade – Christopher se sentou novamente ao meu lado e pude ver o quanto ele lutava contra as lagrimas.
— Quando eu estava na faculdade fiz um intercambio para o Brasil. Eu e o seu pai estávamos meio que brigados e eu achava que a viagem seria a melhor coisa para colocarmos a cabeça no lugar e decidimos que quando eu voltasse, resolveríamos a nossa situação. Terminamos mas continuamos amigos, como sempre fomos. – respirei fundo — No terceiro mês eu conheci ele. Era um oficial da Marinha, porem jovem, foi uma paixão momentânea porem intensa, ficamos dois meses juntos e quando eu descobri a gravidez fiquei desesperada, voltei para o México... E a primeira pessoa que eu procurei foi...
— Eu! – Victor interrompeu — Alexandra me contou o que tinha acontecido e de certa forma não gostei nem um pouco, mesmo que tivéssemos terminado eu ainda amava ela, assim como sabia que ela sentia o mesmo, mas também não podia julgá-la, ela estava em um país desconhecido, era jovem e apesar de estar estudando também queria curtir a vida. Enquanto ela estava lá eu também tive meus casos aqui, então meio que estávamos “quites”. – Christopher ouvia a história em silencio e Victor respirou fundo — Como ela disse que não havia contado a ele eu resolver assumir a responsabilidade. Sempre sonhamos em nos casar e ter filhos, então decidimos que aquele era o momento, falamos com nossos país e obviamente levamos uma bronca, não éramos tão novos, mais também ainda não éramos maduros o suficiente para ter filhos.
— Nos casamos e você nasceu logo depois. Ninguém da família sabe sobre isso, apenas nós dois – continuei quando percebi que nenhum dos dois falaria mais nada
— E eu te amei no segundo em que você nasceu, na verdade por ter acompanhado a gravidez, eu já tinha esse amor por você, e quando eu te vi, tão pequeno, não tive dúvidas de que tinha feito a melhor decisão da minha vida, ser seu pai independente de tudo.

Nós ficamos em silencio, as lagrimas caiam silenciosamente de ambos, Christopher visivelmente estava tentando digerir tudo que havíamos acabado de dizer. Eu tinha consciência que de certa forma, por 29 anos ele viveu uma mentira, não sobre sentimentos e sim de origens.
— Christopher... – balbuciou Victor depois que quase meia hora — Fala alguma coisa, por favor...
— Eu só... – Christopher levantou a cabeça, seu rosto estava vermelho, porém não chorava mais — Obrigado papai – ele abraçou Victor que não consegui chorar tão silenciosamente como tinha feito antes.