Fanfic: Make a Wish - VONDY | Tema: Vondy, RBD

Capitulo 03 – Saudade encubada.
Cidade do México
24 de maio de 2016

Christopher’s POV
Senti a claridade bater no meu rosto, me mexi tentando voltar a dormir quando percebi uma movimentação no quarto.

— Nat?
— Oi amor – ela correu para o outro lado — Bom dia! Conseguiu descansar?
— Sim, sim... Você já vai? – olhei para o relógio que ficava na mesinha de cabeceira — Ainda são oito e meia.
— Eu sei dorminhoco, mas eu preciso correr, já estou atrasada! – ela veio em minha direção sorrindo, DROGA! Não foi um sonho! Eu ainda estava vendo a Dulce na minha frente — Tenha um ótimo dia – me deu um selinho.
— Você não vai comer nada antes de sair? – “por favor diga não, por favor diga não”.
— Não! Passo na Starbucks no caminho! Beijinhos.

Ela saiu apressada do quarto e eu desabei na cama, O QUE DIABOS ESTAVA ACONTECENDO COMIGO? Peguei o celular sem me importar com a hora.

“Vem aqui em casa assim que acordar, se o Poncho tiver na cidade chama ele também, acho que enlouqueci”.

Respirei fundo e joguei o celular para o lado, levantei e fui em direção ao banheiro, tomei um banho frio e fiz minhas higienes matinais, vesti uma calça de moletom e uma blusa sem mangas, peguei o celular e fui para a cozinha, enchi uma tigela de cereal infantil e leite, sentei na bancada e comecei a comer. Do lado o celular vibrou, notificação do twitter.

“@trouxivondy @christopheruck sinceramente pensando em usar psicologia reversa com você. Só assim pra você aceitar logo que também é vondy, vlw flw”.
“@trouxivondy @christopheruck OU MELHOR! Vou fazer uns trabalho aqui, o da Natalia funcionou então o meu também vai”.

Quando eu li o primeiro revirei os olhos, ainda eram nove da manhã e elas já estavam falando em nisso. Mas quando li o segundo tive que rir, de onde elas tiravam essas coisas mesmo? Silencie o twitter e recomecei minha refeição. Se as vondys já estavam a mil sem saber o drama em que me encontrava, imagina se elas soubessem? Não queria nem imaginar o que poderia acontecer.
Enchi a colher e estava prestes a leva-la a boca quando uma lembrança veio a minha mente.

Flashback On
Em algum lugar da Europa – Dezembro de 2007.

Christian estava do meu lado com uma tigela cheia de iogurte, isso seria normal se não fossem vários sabores misturados. Poncho olhava aquilo em dúvida, não sabia se achava nojento ou engraçado. Eu comia tranquilamente meu cereal tentando ignorar a refeição de Chris.

— Qual é? O café é a refeição mais importante do dia...
— Mas isso não significa que você pode comer essa nojeira ai!
— Deixa disso Poncho! Está até gostoso. Por que você não prova? Eu te desafio a provar.

Eu encarei Poncho curioso, ele por sua vez olhou para mim e depois para Christian, baixou os olhos para a tigela e olhou novamente para o loiro.

— Não obrigado! Escolho viver.
— Você é um frouxo, isso sim!

Ouvi gargalhadas se aproximando da mesa e eu as conhecia muito bem. Dulce, Anahí e Maite vinham em nossa direção, mas só Dul e May riam, Annie estava emburrada.

— Vocês querem parar? Não foi tão engraçado assim!
— É claro que foi loira! – Dul encostou-se em May e concordava com a cabeça enquanto Annie negava novamente — Nããão! Imagina! Você correndo na nossa direção e gritando “segurem o elevador” bem na hora que o pobre do moço passava com uma tonelada de malas e você caindo em cima dele não foi nada engraçado!
— Eu tropecei está bem!?
— Tropeçou em que? – May respirou tentando parar de rir — Num fantasma? Porque não tinha absolutamente nada no caminho. O cara não estava nem tão perto de você!

Anahí bufou e sentou ao lado de Poncho, ele a abraçou de lado e ela encostou a cabeça em seu ombro falando alguma coisa em seu ouvido.

— Ok meninas, vamos parar né?
— Awin pronto, Alfonso Herrera, o defensor da donzela indefesa, vulgo Anahí, ataca novamente – May revirou os olhos e gargalhou, em seguida sentou do outro lado de Poncho — E depois ficam de mimimi, eu hein povo complicado!
— Você está no meu lugar! – ouvi uma voz atrás de mim
— E tem seu nome escrito aqui por acaso? – ouvi Christian gargalhar
— Não, mas eu sento aí.
— Senta do meu lado ué!
— Não, eu sento ai!
— Está bem Sheldon Cooper!

Revirei os olhos e pulei para a cadeira do lado puxando minha tigela junto, com um sorriso vitorioso no rosto, Dulce sentou onde eu estava.

— Obrigada bebê!
— Agora está sendo educada né? Manipuladora dos infernos! – ela deu nos ombros e pegou uma colher pronta para pegar um pouco do iogurte de Christian — Você não vai querer comer isso.
— Por quê? – parou com a colher no ar
— Se você tiver amor à vida – comentou Poncho do outro lado da mesa — Não coma!
— Vocês têm que parar com isso! Vocês não vão achar NADA mais nutritivo que isso aqui!
— Serio Dul, não come isso – ela se virou para mim — Tem tudo que você possa imaginar aí dentro.
— Tudo não, é só iogurte de pêssego, morango, abacaxi, chocolate, aveia, um pouquinho de Nescau em pó, castanha, cereal e mirtilo.
— Nossa, acho que vou vomitar! - May fez uma careta engraçada
— E eu achei que era só iogurte, ainda bem que não comi quando ele me desafiou. Obrigado Senhor por me livrar dessa, amem. – Poncho levantou as mãos para céu, nada dramático enquanto Dulce olhava com nojo para a tigela de Christian.
— Nossa Chris, acho que seu estomago é de ferro por que é cada coisa de você come... – ela se virou novamente para mim pegando um pouco do meu cereal.
— Hey Maria!
— Owntch! A criancinha interior não quer dividir o cereal – fez voz de bebê apertando minha bochecha com a mão livre — Serio Ucker, quantos anos você tem mesmo?
— Você sempre diz isso e sempre acaba comendo a mesma coisa que eu, literalmente já que nem se dá ao trabalho de se servi...
— E por que eu faria isso se tenho você para fazer por mim?
— Folgada!

Os outros gargalharam e ela deu nos ombros novamente, enchi a minha colher e quando estava quase na minha boca, a ruiva encostou-se ao meu ombro abrindo a boca, sorri colocando a colher em sua boca, que sussurrou bem baixinho mesmo de boa cheia um “bom dia”. Já era costume ela comer o que eu tivesse comendo. Meio que a minha comida era comunitária, comunitária para duas pessoas.

— Poxa Christian! – May se fez de brava — Por que você tinha que gostar da mesma coisa que eu?
— Hã? – largou a colhe sem entender
— É, agora a gente tem que ficar de vela para esses quatro!
— Poxa May... – ele levantou, deu a volta na mesa e se abaixou ao lado dela — Para você eu abro uma exceção tá?!

Ele a abraçou e ela tentou se soltar gerando uma onda de gargalhadas, May murmurou um “Vaza Christian” e ele voltou para a sua cadeira rindo.

Flashback Off

Suspirei com a lembrança, eu realmente sentia falta daqueles tempos, dos momentos, das brincadeiras, quando o Pedro dava uma de pai e brigava conosco pela bagunça, apartava uma briga ou os simples momentos em silencio, dentro de uma van ou em um avião, apenas curtindo a paz de se estar em família. Obviamente eu nunca ia admitir a saudade, pelo menos não toda ela.
Terminei de comer e me incomodei um pouco com o silencio, lembrar o quanto minhas manhãs costumavam ser dava um aperto no peito, só de pensar que há anos já não eram mais. Entanto colocava a tigela e a colher na lava-louças, ouvi a campainha, provavelmente era o Christian, já que o porteiro não interfonou. Caminhei até a porta e a abrir, dando de cara com Christian e Poncho.
— Então... Conte-nos os seus problemas. O CVV delivrei está aqui para te escutar.