Fanfic: After - Vondy - HOT | Tema: Vondy

Capitulo 4

Dul: Hã... Cadê a Annie? – tento parecer confiante, mas minha voz sai em uma espécie de guincho agudo. Minhas mãos estão agarradas à toalha e meus olhos ficam desviando o tempo todo pra baixo, pra me certificar de que meu corpo está coberto.

O garoto olha pra mim e abre um sorrisinho com o canto da boca, mas não diz uma palavra.

Dul: Você me ouviu? Perguntei onde está a Annie – repito tentando ser um pouquinho mais articulada.

A expressão em seu rosto se intensifica, e ele finalmente resmunga um “não sei” e liga a televisãozinha que fica sobre a cômoda da Annie. O que ele está fazendo aqui? Não tem um quarto pra ficar? Mordo a língua para não soltar um comentário malcriado.

Dul: Você poderia... hã... sair daqui enquanto me visto? – ele nem notou que eu estou só de toalha. Ou então não deu bola pra isso.

Ucker: Quem vê pensa que eu quero ficar olhando pra você – ele resmunga, então vira de lado. Tem um sotaque britânico carregado no qual eu não tinha reparado antes. Talvez porque ele não tivesse se dignado a falar comigo até então.

Sem saber como rebater aquela resposta mal-educada, dou uma bufada e vou até a minha cômoda. Talvez ele seja gay, e por isso disse que não queria ficar olhando pra mim. Ou ele me acha muito feia. Com gestos apressados, visto a calcinha e o sutiã, e em seguida uma camiseta branca e um short.

Ucker: já terminou? – ele pergunta, fazendo minha paciência esgotar de vez.

Dul: Que tal mostrar um pouquinho de respeito por mim? Não fiz nada para você. Qual é a sua? – berro muito mais alto do que gostaria, mas pela expressão de surpresa em seu rosto, percebo que minhas palavras tiveram o efeito esperado sobre aquele intrometido.

Ele fica me encarando em silencio por um instante. E quando penso que vai se desculpar... cai na risada. É uma gargalhada sincera, que seria quase agradável se não viesse de alguém tão detestável. As covinhas ficam visíveis em seu rosto quando ele ri, e eu me sinto uma idiota sem saber o que fazer nem o que falar. Não estou acostumada com esse tipo de afronta, e esse garoto parece ser a última pessoa com quem eu deveria arrumar uma briga.

A porta se abre e Annie entra apressada.

Annie: Desculpa o atraso. Estou com uma ressaca infernal. – ela diz de forma dramática, e em seguida olha pra nós dois – Foi mal Dulce, eu me esqueci de avisar que o Ucker ia passar aqui.

Eu gostaria de achar que morar com a Annie poderia dar certo, que nós duas até poderíamos ser amigas, mas, com suas amizades e seus hábitos noturnos, sinceramente não parece possível.

Dul: Seu namorado é bem grosso! – as palavras saíram da minha boca antes que eu pudesse fazer alguma coisa pra impedir.

Annie olha para o garoto e então os dois começam a rir. Qual é a deles, rindo da minha cara desse jeito? Está começando a ficar bem irritante.

Annie: Christopher Uckermann não é meu namorado! – ela consegue responder quase sem fôlego. Depois de se acalmar um pouco ela se vira e olha feio pro tal Ucker – O que você falou pra ela? – e então olhando pra mim, ela diz – Ucker tem um... um jeito todo especial de se comunicar.

Que beleza. Então o que ela está dizendo é que esse Ucker é um babaca incorrigível. Ele dá de ombros e muda de canal.

Annie: Tem uma festa hoje à noite, você devia vir com a gente, Dulce! – Annie convida.

É minha vez de dar risada.

Dul: Não sou muito chegada em festas. Além disso, tenho que sair e comprar algumas coisas pra pôr na minha mesa e nas paredes. – olho mais uma vez para Ucker que, para variar, age como se estivesse sozinho e fosse o dono do quarto.

Annie: É só uma baladinha! Você é uma universitária agora, uma festa não vai fazer mal. E como você vai sair pra fazer comprar? Não sabia que tinha carro.

Dul: Vou de ônibus. E não posso ir a essa festa... não conheço ninguém. – argumento e Ucker dá risada outra vez, um sutil reconhecimento de que está prestando atenção em mim, nem que seja só pra tirar sarro com minha cara – Eu ia ficar lendo e conversando pelo Skype com o Nico!

Annie: Não dá pra andar de ônibus no sábado! Fica tudo lotado. Ucker pode dar uma carona quando for pra casa... certo Ucker? E você me conhece, e eu vou estar na festa. Vamos lá, vai... Por favor? – ela pede juntando as duas mãos em um apelo dramático.

Faz um dia que a conheço, será que posso confiar nela? As recomendações de minha mãe a respeito de festas voltam à minha cabeça. Annie parece ser bem legal, pelo pouco que pudemos conviver. Mas uma festa?

Dul: Não sei... e não quero carona nenhuma do Ucker.

O garoto se vira na cama da Annie com uma expressão de divertimento no rosto.

Ucker: Ah não! Eu estava tão afim de passar mais tempo com você! – ele diz num tom tão carregado de sarcasmo que me dá vontade de atirar um livro em sua cabeça, então ele continua – Annie, você sabe que essa garota não vai topar ir a festa! – ele diz aos risos, com seu sotaque indisfarçável. Meu lado curioso que admito ser bem grande, está louco pra perguntar de onde ele é. Já meu lado competitivo quer provar que o sorrisinho pretencioso em seu rosto é injustificado.

Dul: Pensando bem, eu vou sim! – anuncio com o sorriso mais doce de que sou capaz – Acho que pode ser divertido!

Ucker balança a cabeça incrédulo, e Annie solta um gritinho antes de me abraçar com força pela cintura.

Annie: Eba! A gente vai se divertir muito! – ela grita e uma enorme parte de mim começa a rezar pra que ela esteja certa.