Fanfic: A Segunda Mulher - Adaptada - Finalizada | Tema: Vondy

Dentro de meia hora não havia mais móveis na sala de visitas de Anahí. O tapete fora enrolado e colocado em pé, num canto, e a casa ficara cheia de gente: amigos, rancheiros vizinhos e vaqueiros contratados. A mesa da cozinha, tornada maior com a ajuda de tábuas colocadas sobre cavaletes, mostrava-se abarrotada de vários tipos de carne e queijo, pães dourados, conservas doces e salgadas, bolos, biscoitos e balas trazidos pelos visitantes.

 Improvisaram um berçário no quarto de Annie, onde as crianças maiores cuidariam das menores. Dean foi deixado lá e, quando Dulce saiu do aposento, o menino já ria satisfeito, tentando pegar uma bola de pano que um garoto lhe mostrava.

 Novamente na sala de visitas, entre Christopher e Anahí, ela foi apresentada a uma infinidade de pessoas, ficando com a impressão de que travava conhecimento com todos os habitantes do condado. Algumas ela já conhecia de nome, de outras nunca ouvira falar, mas todas eram muito simpáticas, o que a ajudou a se descontrair e decidir que se divertiria o mais que pudesse.

Um dos vaqueiros do rancho, Rodrigo Bradley, chamou-lhe a atenção. Em vez de seguir em frente, depois de ser apresentado, o jovem alto e magro, aparentemente não muito mais velho que ela, estacou a sua frente, com um sorriso enorme no rosto.

Um outro homem espiou por cima do ombro dele e sorriu para Dulce.

— Vai ter de desculpar o Rodrigo, dona Dulce. Toda vez que acontece uma festa ele se apaixona por alguém.

Rodrigo atingiu o outro com uma cotovelada nas costelas e pigarreou, antes de curvar-se diante de Dulce.

— Se precisar de alguma coisa de mim, madame, bastará me chamar.

 Já embaraçada, percebendo que ele não se dispunha a ir embora, ela ficou sem saber como agir.

— O que faz aqui no rancho, sr. Bradley? — perguntou por fim, apenas por gentileza.

— Meu nome é Rodrigo, madame. Quando não precisam de mim para vigiar a retaguarda de uma boiada, faço serviços de carpintaria. Meu pai já trabalhava aqui e era carpinteiro também. Fiquei no lugar dele. Farei qualquer coisa que queira: mesas, cadeiras, bancos, o que desejar.

Dulce interessou-se de repente.

 — Na verdade, andei pensando que seria muito bom ter uma cerca ao redor da casa. Pintada de branco — acrescentou, notando que Christopher e Anahí a fitavam, surpresos. — Assim, Dean poderia sair de casa sem me deixar preocupada. Tenho medo de que ele saia andando por aí e se perca.

— A madeira é escassa, na região e... — Christopher começou a explicar, pronto para desencorajar a idéia.

 — Sobrou bastante daquela cabana que demolimos no mês passado — Rodrigo interrompeu-o. — Não serve para mais nada, mas cortando as tábuas em ripas dará para construir uma cerca. Eu a farei... como presente de casamento.