Fanfic: A Segunda Mulher - Adaptada - Finalizada | Tema: Vondy

Contente, Dulce entrou em casa para falar com Charity, que fora brincar com Dean, e pedir-lhe que tomasse conta do menino enquanto ela estivesse ausente. Em seguida, preparou alguns sanduíches de carne, que embrulhou em guardanapos e arrumou numa cestinha. Já envergava o vestido marrom de viagem e a peliça, indo ao andar superior apenas para calçar as luvas e pôr o chapéu. Só depois de tudo arrumado foi que pegou a caixa de veludo escondida sob uma pilha de roupas de baixo em sua gaveta.

Enquanto retirava o saquinho com as jóias da mãe, pensava que chegara ó momento certo de pedir a Christopher que deixasse Mary ir viver com eles no rancho. Ele parará de tratá-la com frieza e,embora não declarasse que a amava, admitira a possibilidade de estar se apaixonando por ela. Tudo isso deixava-a mais segura para abordar o assunto que vivia em sua mente. Confiava que ele aceitaria sua sugestão.

 Nunca se esqueceria do modo como ele tratara Mary no dia de sua partida, em Chicago. Fora gentil com a criança e não demonstrara nenhum desconforto quando ela quisera tatear-lhe o tosto, estudando-lhe as feições. Além disso, adorava os sobrinhos e nunca perdia a paciência com nenhuma das crianças, o que denotava uma natureza amorosa. Por que não atenderia ao seu pedido? Se ele próprio amava tanto os familiares, certamente entenderia que ela sentisse falta de Mary e a quisesse junto de si.

Então, o que precisava fazer, antes do retorno de Christopher, era vender o restante das joias, de modo a ter o argumento de que a irmã não seria um peso para ninguém. Tudo parecia propício, com Christopher longe, Rodrigo disponível e satisfeito com a oportunidade de prestar-lhe um favor.

Dulce esperava no alpendre quando o empregado parou a pequena charrete de dois lugares no pátio da frente. Ela mal notou que o cabelo do homem estava molhado e bem penteado para trás e que ele vestira roupas limpas, tomando o cuidado de amarrar um lenço vistoso no pescoço. Ficou satisfeita ao ver que ele escolhera a charrete, mais leve e rápida, em vez de optar por uma das pesadas carroças.

 Preocupada com seus planos, não conversou muito na estrada para Hays e, chegando à cidadezinha, pediu a Rodrigo que a levasse a joalheria próxima à estação de trem. Ela não esperou que ele saltasse para ajudá-la a descer da charrete. Já se encontrava na calçada, quando ele desembarcou devagar, obviamente incomodado pelo ferimento.

 Encaminhou-se para a porta ao lado de uma única e acanhada vitrine, onde aparecia o letreiro: H. M. "Muensheimer-joalheiro". Entrou, empurrando a porta, sendo anunciada pela sineta, e viu-se num aposento apertado com barras de ferro na parede onde a vitrine se abria.

Foi atendida por um homem baixo, de queixo pontudo