Fanfic: A Segunda Mulher - Adaptada - Finalizada | Tema: Vondy

Dulce imaginou o que estaria acontecendo com o empregado, levando-o a agir de maneira tão esquisita. Mas sossegou quando ele subiu para a charrete e estalou a língua, animando os cavalos a partirem. Rodrigo assobiava alegremente, enquanto os animais trotavam pela rua. Naquele passo, levariam bem pouco tempo para chegar ao rancho.

 Porém, mal atingiram a estrada estreita e deserta, ele guiou os cavalos para a margem, parando à sombra de um barranco.

— Quer comer agora? — Dulce ofereceu, achando que ele decidira aceitar os sanduíches.

Ele apenas sorriu.

 Tomando aquilo como uma resposta, ela abaixou-se para tirar a cesta que colocara sob o banco, mas Rodrigo impediu-a, segurando-lhe o pulso.

 Assustada com a audácia, ela endireitou-se no banco e olhou-o com severidade. Sem se importar, Rodrigo abraçou-a e apertou-a contra o corpo, tentando beijá-la na boca.

Atônita, ela levou alguns segundos para perceber o que acontecia. Debateu-se, obrigando-o a largá-la.

— Ficou louco? — perguntou, ultrajada. Rodrigo franziu a testa, evidentemente confuso.

— Não. Estou apenas fazendo o que você planejou, quando arranjou uma desculpa para vir a Hays, sozinha comigo.

 — O quê?

— Vir a Hays para vender algumas quinquilharias velhas foi uma desculpa, madame. Poderia ter esperado, e quando alguém viesse à cidade para fazer compras, a senhora viria junto. Além disso, uma mulher não fica conversando com um homem, sorrindo para ele, levando-lhe limonada, se não estiver querendo alguma coisa.

— Isso é loucura! Não quero nada de você!

 — Verdade, madame?

Ela suspirou, mal acreditando que entrara numa confusão tão grande.

 — Rodrigo... o que você pensou ser um convite, uma sugestão, foi apenas gentileza. E pedi que me trouxesse a Hays porque não havia mais ninguém no rancho com tempo para fazer isso. Quanto às "quinquilharias velhas", tinha um motivo sério para querer vendê-las, mas isso não é da sua conta.

Ele torceu a boca, sarcástico.

— E nem da conta do seu marido, suponho. Do contrário, por que viria fugida?

— Não estou fugindo de ninguém — declarou, imperiosa. — E agora, faça o favor de me levar para casa, sr. Bradley.

 Ele ergueu as sobrancelhas com ar de desprezo, mas tomou as rédeas e pôs os cavalos em marcha novamente. Pelo canto do olho, Dulce viu-o cocar a cabeça.

— É... — o homem resmungou. — Esse Christopher Uckermann não tem mesmo sorte. Escapou desta vez porque não sou homem de levar uma brincadeira adiante, quando a potranca recua.

Dulce conteve o impulso de dar-lhe um soco no nariz. O que estava querendo dizer, comentando que Christopher não tinha sorte? Talvez porque da primeira vez ficara viúvo e da segunda se casara com uma leviana?

Cerrando os dentes com força, ela cruzou os braços na frente do corpo, tentando esquecer a raiva que sentia do bruto, do ignorante a seu lado.