Fanfic: A Segunda Mulher - Adaptada - Finalizada | Tema: Vondy

Encarou-o, erguendo a cabeça com altivez.

— De certa forma estou mesmo juntando dinheiro para um dote.

— Não me tome por idiota, Dulce — ele advertiu.

 Ela virou-se e foi até um dos armários. De uma das gavetas retirou a caixa de joias que fora da mãe, voltando para perto de Christopher.

— Aqui dentro há trezentos e vinte e sete dólares e alguns centavos — declarou, entregando-lhe o estojo.

 — Pelo que vejo, já faz tempo que você anda atrás de dinheiro.

— Quero trazer minha irmã para viver aqui — ela desfechou, ignorando o comentário. — As joias que vendi eram de minha mãe. Uma parte vendi em Joliet, para um conhecido de tia Ilda, no dia seguinte ao nosso casamento. Estava tentando vender o que havia restado quando aqueles homens me atacaram, lá em Topeka. Foi por isso que pedi ao seu empregado para me levar a Hays, ontem. Ele interpretou mal minha atitude, achando que era uma desculpa para ficarmos a sós. Agora veio pedir desculpas e pedir para que eu não contasse nada a você.

Christopher olhou para a caixa e novamente para Dulce.

 — Você me disse que a polícia tinha confiscado as jóias.

— Se eu confessasse que estavam comigo você argumentaria que as autoridades ou David Stern viriam atrás de mim e não me aceitaria. Eu sabia que ninguém iria me perseguir, mas você acreditaria?

 — Mentira em cima de mentira — ele murmurou. — Como quer que eu acredite no que me contou sobre Rodrigo?

 — Se logo de início eu lhe pedisse para trazer Mary comigo você teria permitido? — ela perguntou, frustrada, percebendo que a voz se tornava aguda, mas sem se incomodar com o fato de que alguém poderia ouvi-la. Christopher não respondeu. — Eu sei que não — ela continuou, fitando-o atentamente e notando que ele já não parecia tão furioso.

Sem abrir o estojo, Christopher o devolveu.

 — E o que tem o dinheiro a ver com isso?

— É para pagar a passagem dela e ajudar a sustentá-la.

— Planejou isso desde o início? — ele indagou, entre severo e desanimado.

 Dulce olhou para a caixa que tinha nas mãos, não suportando olhar para ele.

 — Sim — confessou, obrigando-se a encará-lo. — O lugar de Mary não é com a tia Ilda, vivendo de caridade, mas aqui, junto de mim — defendeu-se.

— Não. Uma criança cega não pode viver num rancho isolado, na pradaria do Kansas.

— Mary se adapta facilmente às novas situações — ela argumentou. — Tenho cuidado de minha irmã desde que ela nasceu. Por que seria diferente continuar a cuidar dela, aqui no rancho?

Ele riu, zombando de suas palavras.

 — Você não cuida nem de si mesma, Dulce. Não sabe nada da vida que levamos aqui, apesar de ter passado algumas semanas lavando, limpando a casa e cozinhando... muito mal, sejamos francos. Como pode achar que será capaz de assumir mais uma responsabilidade? Nem sabe que não deve flertar com um vaqueiro faminto de mulheres