Fanfic: A Segunda Mulher - Adaptada - Finalizada | Tema: Vondy

Por um instante as duas mulheres apenas a fitaram, curiosas, mas logo Belinda desviou o olhar para Eliza.

 — Está tudo bem, Liza. Pode voltar para a cama.

A mulher não precisou de mais encorajamento. Bocejando, entrou num dos quartos, enquanto- Dulce seguia Belinda para uma salinha menor. O aposento estava muito frio e Belinda, resmungando, atirou algumas achas na lareira, acendendo o fogo. Sentou-se na frente das chamas fracas e olhou para Dulce.

 — Christopher ficou comigo até bem tarde, ontem — informou, cheia de insinuações.

 Dulce quase lhe perguntou o que acontecera entre os dois, mas achou melhor calar-se. Talvez fosse bom não saber, afinal. O que desejava era ver a rival longe de Hays e fora de sua vida para sempre.

— Ontem você me disse que precisava de dinheiro para ir para San Francisco e manter-se até conseguir emprego — começou a abordar o assunto que a levara até aquela casa.

— Eu disse isso? — Belinda perguntou, fingindo espanto.

 Olhava para Dulce, estudando-a sem nenhum acanhamento. Talvez quisesse descobrir se ela estava disposta a pagar ou apenas zombasse, sabendo que já conseguira Christopher de volta.

— Tenho duzentos dólares. Se sair comigo agora, iremos à estação e eu comprarei sua passagem para San Francisco. Depois iremos ao banco e depositaremos o resto do dinheiro, que estará a sua espera, quando chegar lá — Dulce disse, sem nenhuma pausa, com plena segurança.

Planejara tudo, até a remessa do resto da quantia pelo banco, prevendo a possibilidade de Belinda recusar-se a ir embora depois de pegar o dinheiro.

— Ah, vejo que me quer longe daqui.

— E que nunca mais volte — Dulce completou.

 Belinda mexeu nas achas com o atiçador.

— Christopher sabe disso? —.perguntou, olhando para as chamas.

Dulce hesitou.

 — N... não. Ele... nós não conversamos, ontem à noite. O dinheiro é meu.

— Entendo. — A mulher voltou a encará-la. — Deve estar desesperada para se livrar de mim.

— Acredito que você não queira realmente ficar. Do contrário, não teria mencionado que tem amigos em San Francisco, nem insinuado que iria para lá, se alguém lhe pagasse.

Belinda voltou a atiçar o fogo, com expressão de enfado.

— Nunca gostei de Hays. Adoro as grandes cidades.

Dulce sentiu-se encorajada, mas ainda temia estar sendo um joguete nas mãos da mulher.

 — Vai pegar o dinheiro e partir?

— Não é uma grande quantia, admita. Não sei quanto tempo vou demorar para conseguir um emprego.

Dulce esperara por aquilo. Não fora à toa que começara com uma quantia baixa.

 — Quanto acha que seria necessário?

— Ah, bem... não sei... O que é que você acha?

Dulce pensou em explicar sua situação, esperando que Belinda tivesse um mínimo de consciência e deixasse algum dinheiro para Mary. Mas sabia que seria inútil e se humilharia por nada.

— Duzentos e cinuüenta — ofereceu.

— Terei de pagar alojamento, refeições. Em Hays posso contar com a generosidade de Eliza. E, naturalmente, com... Christopher.