Fanfic: A Segunda Mulher - Adaptada - Finalizada | Tema: Vondy

— O dinheiro é tanto meu quanto seu — declarou. — Tem o direito de pegar o que precisar, sem considerar isso uma dívida.

— Eu sei, mas devido às circunstâncias...

 — Que circunstâncias? — ele indagou, como se não soubesse.

— Eu ia usar o dinheiro para mandar buscar Mary e alugar uma casa em Hays — ela esclareceu, pendurando o vestido creme no armário.

Olhou para ele, que sorria, divertido.

 — Não está zangado comigo?

— Não.

— Não?! — ela repetiu tolamente, com imenso alívio. — Quando foi que decidiu trazer Mary para cá?

Ele deu uma risadinha e os olhos verdes encheram-se de ternura.

— Quando comecei a pensar em tudo o que você fez por mim, por Dean e pela família inteira de Alfonso. Você nos aceitou a todos e eu lhe negava a alegria de ter sua irmã aqui. Também achei que deveria premiar uma lealdade tão grande quanto a que você dedica a Mary. O tipo de lealdade que eu gostaria que você me dedicasse.

Os olhos de Dulce umedeceram.

— Suponho que não acreditará, porque eu ia deixá-lo, hoje de manhã, mas você tem toda minha lealdade, Christopher. Assim como minha gratidão e meu amor.

Ele foi até ela e passou as costas da mão em uma das faces já úmidas de lágrimas.

 — Nunca mais tente me abandonar e eu acreditarei. — Ela sorriu debilmente.

 — Essa é uma promessa que eu posso fazer, sem medo de errar.

 — Isso me basta. Sei muito bem como nada a impede de cumprir o que promete.

 Ela o abraçou, então, encostando o rosto no peito largo e aspirando, deliciada, o cheiro da pele morna.

— Eu não queria ir, Christopher. Juro.

 — Eu sei que não, meu bem. — Ele passou os braços ao redor do corpo esbelto, agasalhado-o contra o seu.

— Mary não dará problemas, você vai ver— ela cochichou, emocionada. — Ela é inteligente, bem-humorada e se adapta rapidamente. Bem, tem alguns defeitos, é claro, como teimosia e a tendência para argumentações.

 —Teimosia deve ser mal de família — ele respondeu, rindo de encontro aos cabelos ruivos. — Assim como o gosto por discussões. E eu que pensei conseguir uma mulher obediente, desta vez!

Ela teve de rir, esfregando o rosto na camisa dele para enxugar as lágrimas.

— Pode confiar, Christopher. Mary não será um fardo para ninguém.

— Confio, meu bem. Confio em você.

— Em tudo? Para sempre?

— Em tudo, até que a morte nos separe.

— Não fale em morte. Quero ter uma longa vida com você. Veremos Mary e Dean ficar adultos, teremos nossos próprios filhos...

— Claro, bobinha.

— Mas não nove! — ela exclamou, rindo.

 — Ficarei satisfeito com oito. Ganharemos de Alfonso e Anahí, porque já temos dois.

— Oh, Christopher, fico tão feliz! Você finalmente aceitou Dean como filho e está disposto a aceitar Mary também.

— Fico mais feliz que você, querida. Amargura e rancor não permitem que nosso coração se abra para a felicidade. Agora sou feliz, de verdade. O passado está morto e enterrado. O futuro está aí, à nossa espera.

Ele ergueu-lhe o queixo com gentileza e beijou os lábios rosados