Fanfic: A Segunda Mulher - Adaptada - Finalizada | Tema: Vondy

Ele entrou no quarto na frente dela. Não acendeu o lampião pousado sobre o criado-mudo. A luz tênue da lua minguante entrava pelas duas janelas que ladeavam a grande cama de casal, ainda sem cortinas, lançando um brilho amarelado sobre o acolchoado de retalhos que cobria os lençóis.

O desejo de estar a sós com Christopher, que a assaltara na sala da outra casa, transformara-se em embaraço e inquietação. Seu marido na verdade não passava de um estranho. Muito atraente, sim, ela pensou, observando-o tirar a camisa, mas um estranho.

 Ele jogou a camisa na cadeira encostada à parede e aproximou-se de Dulce, acariciando-lhe o rosto com delicadeza, passando os dedos pelos contornos das feições finas, fitando os olhos verde-azulados, onde se refletia o medo natural da virgem prestes a se entregar a um homem.

— Você é linda, Dulce — murmurou. — Naquele dia no hotel, apesar das marcas, eu vi beleza em seu rosto. Mas não esperava isso. Você é realmente linda.

Ela rejubilou-se com as palavras ditas em tom de admiração e carinho, sentindo que sua tensão se abrandava. Assim, quando ele curvou a cabeça para beijá-la, ofereceu-lhe os lábios, confiante e meiga.

 O beijo começou lento e sutil, um roçar de lábios que a deixou trêmula de emoção. Sem pressa, ele tornou a carícia mais íntima e profunda, entreabrindo os lábios dela com a ponta da língua, saboreando o calor da boca úmida, explorando-a sensualmente.

Dulce suspirou, erguendo as mãos para enterrá-las no cabelo farto e grosso, apertando-se contra o corpo sólido que abrigava o seu num contato excitante.

Como se aguardasse um sinal, Christopher desabotoou o vestido, que se fechava nas costas, descendo-o pelos ombros delicados, puxando-o para baixo, soltando-o para que caíssem no chão. Sem parar de beijá-la, afastou-a com gentileza para abrir o corpete, despindo-o e expondo os seios redondos e firmes. Tomou-os nas mãos, afagando-os, excitando os mamilos róseos.

Dulce gemeu suavemente, movendo os lábios sob os dele, ondulando o corpo, desejando mais sensações, mais prazer. Ele rodeou-lhe a cintura fina com as duas mãos, acariciando-a, enquanto desatava o laço que segurava a calça de tecido fino. Não demorou muito para que a peça também caísse no chão e Dulce ficou totalmente nua, semelhante a uma deusa antiga em sua perfeição.

Christopher recuou, interrompendo a sequência de beijos apaixonados, olhando-a maravilhado. Dulce abriu os olhos lentamente e observou o rosto másculo. Na fraca claridade, viu neles uma expressão diferente, que quase a amedrontou. Christopher olhava para seu corpo como se estivesse faminto, revelando o mais intenso desejo. Uma onda de orgulho a invadiu. Era capaz de transtorná-lo. Seria capaz de conquistá-lo, obrigando-o a dar-lhe o mesmo amor que já dera a outra mulher.

Ela seria paciente, mas não se conformaria com uma ligação puramente carnal, pois descobrira que além de desejar Christopher com a força dos sentidos, começava a amá-lo, com paixão e ternura.