Fanfic: The Cat n the bat - Quando tudo muda | Tema: batman, mulher gato, gotham

Vários dias se passaram e nem um sinal dele, alias, o sinal apareceu, mas por mais que eu corresse não o encontrava.

                Já estava ficando entediada, “brincar” com ele sempre levantava meu humor... Alias, já estou com mal humor suficiente a ponto de tomar atitudes inconsequentes... Tenho certeza de ele não resistiria correr atrás de mim se eu cometer mais um grande roubo clássico.

                Bem... Vamos pensar, tem que ser algo importante, não pode ser algo assim tipo roubar muito dinheiro de um bando de traficantes, ele nem se importaria com isso, afinal ele não é, e nunca vai ser um superman que acredita que cada ser do mundo pode e deve “ser salvo”, ele é do tipo que nem se importaria com os traficantes e “bad guys”. Alias... Isso é uma das coisas que me deixa assim... Esse “Q” de vilão que ele tem...Esse ar sombrio que o torna cativante...

Tenho que parar de pensar nisso! Concentração! Concentração! Tenho que pesquisar o alvo perfeito, já que vou fazer isso para acabar com esse tédio (e chamar uma atenção) não significa que não posso sair lucrando (muito) não é?! O lado ruim é que pode demorar semanas e semanas, quem sabe meses para o tal “alvo” aparecer...

                Que sorte a minha! Pouco mais de uma semana depois e estão anunciando uma nova exposição de joias de uma atriz famosa que morreu... Parece que algumas delas serão leiloadas. Hehe, agora não mais!

Bastaram alguns dias de pesquisa e preparos, e já está tudo pronto! Decorei toda a planta do local, estudei e estou prontinha pra enfrentar todo o sistema de segurança, já estou com todo equipamento necessário... E pronto! Hoje a noite uma das jóias mais caras de Gothan estará em minhas mãos (e se tudo der certo, Batman também).

                Anoiteceu, finalmente! Já era hora! Sinto a adrenalina em minhas veias, a emoção... Sinto-me como uma criança que enfrenta pela primeira vez uma montanha russa, só que ao contrario da criança, eu sei exatamente o que esta por acontecer, e isso só melhora a sensação!

                Chegando ao museu de Gothan, pelo telhado, e fui penetrando aos poucos as camadas de segurança, pouco a pouco chegava mais perto de meus objetivos, mas apesar de empolgada, não deixei de reparar na estranha facilidade de capturar o colar mais cobiçado, meu instinto diz para não continuar. Devo ou não devo tentar pegar aquela belezinha? Já estou tão perto, tão perto... Ficar parada ali na porta não ajudará em nada. Tenho que tomar uma decisão logo.

Assim que me veio na cabeça a sensação que eu teria se desse meia volta e saísse de mãos abanando, tendo perdido todo esse tempo, e principalmente, estado tão perto... Não aguentei.

Quase que num pulo só já estava em frente a ele, e assim que pus as garras nele surgiram policiais por todos os lados, luzes se acenderam, alarmes tocaram, e todos gritando ao mesmo tempo! Droga! Cai numa boa e velha armadilha! Que tola! Por alguns segundos todos se calaram, ficaram todos, inclusive eu, completamente imóveis, acho que eles não esperavam que a emboscada realmente desse certo e agora não sabiam o que fazer! Bem... Era a minha deixa, sai correndo pra dentro do museu, apesar de parecer estar indo mais adentro do prédio eu estava indo era em direção à “saída B” de emergência que sempre estudo e preparo caso ocorra algo como o que aconteceu. A diferença é que sempre deu certo, desta vez tinham guardas por toda a sala e o pior, todos armados e com permissão de atirar.

Fui obrigada a me entregar, pois se tentasse lutar e fugir provavelmente um dos guardinhas desesperados atiraria em mim, e eu estaria definitivamente comprometida o suficiente a ponto de me prejudicar na minha ultima tentativa de fugir, ou seja, quando estiver do lado de fora, entre o museu e o carro da polícia.

                E assim foi, chegando à porta, era minha ultima chance! Isso ate um dos superiores mandar que colocassem algemas nos meus pés, uma coleira e me acorrentar pela cintura (o que eles pensam que eu sou?).

Não consegui ver seu rosto quando, depois de ordenar que me “prendessem bem”, chegou por traz e cochichou ao meu ouvido “Ta vendo sua vadia! Isso é o que você ganha roubando de quem não deve”.

                Aos empurrões e puxões me arrastaram pra fora, tinha tanta luz voltada para mim que fiquei completamente atordoada, até parecia que já havia amanhecido. A única coisa que mal consegui enxergar foi o carro que estavam me levando, faltavam alguns passos apenas para que qualquer chance de escapar se esvaísse completamente. Já era, esse era meu fim.

Quando de repente...

PAAAAW!!!

Não sei o que aconteceu, estou enxergando quase nada, mas pude muito bem sentir que estava completamente solta, precisei de apenas alguns segundos para soltar as algemas dos pés e das mãos, enquanto isso só ouvia gritaria em meio aos tiros, que estranhamente não estavam em minha direção.

                Completamente desorientada, e sem tempo pra me recuperar, saí correndo sem saber a direção que estava indo. Mas antes que eu pudesse me afastar o suficiente, senti um puxão, mal pude acreditar, era ele! Ele! Assim que o vi revidei, mas ele sempre foi mais forte do que eu! Mas o que o fez querer me pegar AGORA?

                Foi ai que entendi, quando me agarrou com força e falou nervosamente:

-- GATA! O que esta fazendo? Entre já!!!

Disse apontando pro batmovel que tinha parado lá no mesmo instante.

Entrei imediatamente, e ele também. Saímos em disparada, assim como os carros que nos perseguiam, acontece que para minha sorte, ele não só tem um “carro” extremamente melhor, mas também é mais esperto do que todos eles juntos.

                Foram pouco menos de 30 minutos de perseguição, e assim que conseguimos ficar fora da visão de qualquer um, entrou numa garagem de uma prédio qualquer e fechou o portão. Por alguns minutos ouvíamos as sirenes tocando do lado de fora. Mas finalmente estava salva.

                Ficamos calados, só esperando. O quê, eu não sei.

Mas mesmo tremendo ainda... Eu tinha que saber...

-- Bat...?

E nada, nem me olhou.

-- Bat???

-- Hum?

-- Ham...Por que fez isso?

Dei um tempo, mas ele não respondeu.

-- Porque me salvou? Agora todos vão falar, você sabe... Você ajudou uma ladra! Vão estar  caçando você mais do que nunca! Tudo o que eles querem é uma desculpa para isso e agora eles tem! E sem falar que...

-- EU SEI! – ele gritou, até me assustei.

--É...É que eu não entendo...

--Nem eu gata! Nem eu!

--Hã ?

-- Olha, eu estava pesquisando um grupo de corrupção dentro da corregedoria e de repente não sei porque vi seu nome, fui juntando as informações e quando entendi que se tratava de uma emboscada pra você não tive tempo... Sabe... Já estava acontecendo, e geralmente eu... Bem, sempre tenho um tempo pra tomar decisões e refletir sobre... Mas dessa vez eu.. Bem...Mal tive tempo de chegar lá a tempo e...

Ele descobriu e a primeira coisa que fez foi sair para me salvar! Tudo bem que ele não teve tempo pra escolher... Mas por isso mesmo! Ele escolheu me salvar em vez de deixar me prenderem!

                Mal deixei terminar a explicação, mas nada mais era preciso, ainda sentados no carro pulei em seu colo e o beijei, finalmente o beijei! E ele de início não recusou! Mas logo me afastou, continuei em cima dele, vi que ele queria dizer que não devíamos fazer aquilo, mas simplesmente ficou me olhando, e eu olhando ele, foi um daqueles momentos que sabemos que durou apenas alguns segundos mas apesar de ter consciência disso parece que horas se passaram. Levou sua mão ate minha nuca e abruptamente levou-me ate seu encontro.  Ficamos nos beijando como adolescentes excitados. Apesar de parecer ser feito de pedra finalmente o enxerguei, e senti, o quão quente ele podia ser. Sua mão se deslizava sobre todo meu corpo, e sabia perfeitamente o que fazer com ela. E eu sentia seus músculos que finalmente estavam sendo usados a meu favor. Por um momento era como se tudo tivesse sumido. Todos os problemas, intrigas, dúvidas... Tudo...

Mas antes que aquilo tudo ficasse mais sério fomos interrompidos pelo barulho de um elevador, e ai a realidade nos voltou à cabeça, e lembramos que estávamos fugindo da polícia num estacionamento de um prédio social. De repente uma mulher aparece vindo de um corredor, de pijama de coelhinhos e pantufas cor de rosa, e não podíamos fazer nada a não ser torcer para que não veja um Batmovel estacionado numa vaga de um vizinho... Ficamos imóveis acompanhando-a com os olhos, a vimos passar em frente ao batmovel, chegar ao carro dela, pegar uma caixa de remédios, e na volta passar novamente por nós enquanto bocejava e lia a caixinha. Voltou para o elevador.

Depois desse momento de tensão dei uma risadinha sem graça, desci do colo dele e depois de um silencio constrangedor do tipo “o que fazemos agora” ele disse:

-- É melhor irmos, já vai amanhecer e...

-- É... É melhor...

                Silenciosamente saímos da garagem, já não havia mais nada nem ninguém na rua, fiquei me perguntando quanto tempo ficamos na agarração... Eu não sabia pra onde estávamos indo, e acho que nem ele, mas de longe avistei o prédio que moro:

                -- Ei... Bat, pode encostar? Vou ficando por aqui... Eu não moro muito longe e...

                -- Tem certeza? Não quer que eu... Sei lá...

Acho que nem ele, que sempre sabe de tudo, sabia como agir em tais circunstancias...

                -- Huum... Tá pensando o que bonitão? Esta achando que sou daquelas que você leva pra casa de primeira?

Se ele não fosse ELE, poderia até jurar que o vi corar as bochechas um pouco.

                -- O que? Não.. não! É que... Pensei em te deixar mais perto se você...

                -- Pode deixar Bat... Eu sei me cuidar!

                --É? Não é o que me pareceu mais cedo!

                --Hum!...  Você não vai deixar essa barato não é?

Me respondeu com um meio sorriso. Eu quis dar um beijo mas hesitei demais...Saí do carro, dei um tchauzinho e tentei sair andando da maneira mais sexy possível, e sabe...Ele ate que demorou pra ligar o carro e ir embora...