Fanfic: até as últimas consequências | Tema: Rebelde [MyM]

Título: até as últimas consequências.

Fandom: Rebelde (novela mexicana).

Casal principal: Miguel/Mia.

Personagens deste capítulo: Miguel Arango, Mia Colucci, Vicki Paz, Celina Ferreira. Menção a Franco Colucci, Lupita Hernández, Roberta Pardo, Antônio Arango, Giovanni Mendez.

Timeline: Universo alternativo. Uma versão diferente da primeira temporada da novela.

Sinopse: Para se vingar de Franco, Miguel decide atingi-lo em seu ponto fraco – sua única filha, Mia.

Disclaimer: ‘Rebelde’ e seus personagens pertencem a Televisa, Pedro Damian e Pedro Armando Rodríguez com base em material original de Cris Morena.

até as últimas consequências

Capítulo 1.

O ano letivo se iniciava no Elite Way School. Alunos internos e bolsistas circulavam às pressas pelos corredores, indo dos dormitórios às salas de aula e vice-versa, andando sozinhos ou em pequenos grupos.

Dos adolescentes reunidos, somente um se mantinha à parte. Usava calça jeans preta bem justa, uma camiseta de algodão preta com uma estampa de caveira, jaqueta de couro e óculos escuros. Estava de pé num canto, observando os outros com ar blasé, sendo de vez em quando alvos dos olhares curiosos e interessados de meninos e meninas passantes.

De repente, com um alarido forte de vozes femininas, saiu do lado oposto um grupo de meninas. No centro, estava uma menina alta e magra, usando o uniforme da escola – minissaia estilo colegial, camisa branca social, gravata vermelha e botas – conversando alegremente com outras garotas. Escondidos por trás dos óculos escuros, os olhos negros do rapaz brilharam.

Lá está ela. Mia Colucci, pensou o rapaz, com um sorriso malicioso.

Do grupo em torno de Mia Colucci, a primeira a reparar no rapaz desconhecido foi uma de suas melhores amigas, uma loira com mechas cor-de-rosa na franja, usando o mesmo uniforme de Mia. A garota, discretamente, apertou o braço de Mia discretamente e, quando a loira olhou para ela, apontou o novato com a cabeça.

“Quem é ele?” Perguntou Mia, em voz baixa, disfarçando os olhares ao rapaz.

“Não sei, mas deve ser novato. Eu nunca o vi aqui antes”, respondeu outra garota, uma gordinha, de cabelos castanhos e olhos claros, em voz baixa, do outro lado da loira que fez a primeira pergunta.

Antes que as outras meninas se inteirassem do comentário entre as três, o sino tocou e a turma se dissipou. Mia e suas amigas – Vicki a loira, Celina a cheinha – seguiram para uma sala e se sentaram em três cadeiras uma ao lado da outra. Logo depois, o misterioso novato entrou, parou na frente de Mia e ficou olhando-a fixamente.

A princípio, Mia não ligou e continuou conversando com as amigas. Mas, aos poucos, o peso e a intensidade daquele olhar começaram a incomodá-la e muito. Não que não estivesse acostumada com olhares, porque estava (era uma das meninas mais bonitas da escola afinal de contas), mas nenhum menino da escola olhava para ela com a força que o novato olhava.

Respirando fundo e com um sorriso meio educado, meio falso, virou para ele. “Pois não?”

“Você é linda e vai ser minha”, ele disse, direto. Depois, passou por ela e foi se sentar no fundo da sala, deixando Mia boquiaberta, Vicki e Celina perplexas.

“Que garoto mais abusado!” Soltou a loira, jogando os longos cabelos para trás.

“Abusado mesmo”, concordou Vicki olhando na direção dele, “mas gatinho”.

“Lindo”, concordou Celina, olhando na mesma direção. O novato ignorou as duas, parecendo mais interessado em estudar os cabelos de Mia que olhava fixamente para frente, tentando parecer natural.

A verdade é que a firmeza dele a impressionou. Era evidente que ele era mais velho que ela, não muito, mas o suficiente. E ele era diferente dos meninos com quem ela convivia desde sempre, Diego, Giovanni, Nico, Téo, que embora fossem adoráveis não tinham aquela firmeza de decisão, às vezes vacilavam no que queriam.

Mas ele não. Viu o que queria (quem queria) e foi atrás, e deixou isso claro com uma naturalidade estonteante. Como se fosse inevitável que eles fossem ficar juntos.

Quando o professor entrou e deu início à aula, ela deu uma olhada discreta para o fundo da sala. Os olhos azuis dela se encontraram com os dele. E o sorriso que ele deu, rápido, luminoso, fatal, fez o coração dela disparar – só um pouquinho.

. . . .

A única filha de Franco Colucci era linda.

Isso ia facilitar sua vida.

Ao pensar no homem que odiava, que tinha destruído sua vida, a vida de sua família, Miguel Arango sentiu um fervor de raiva no sangue. Aquele homem tinha causado a morte de seu pai e, com isso, destruído a vida dele, a da mãe e a da irmã.

E, por isso, Miguel foi obrigado a abrir mão da sua vida toda, da faculdade, dos sonhos que tinha, dos planos, de tudo. Porque Franco Colucci tinha sido um maldito ambicioso e roubado todo o dinheiro de sua família, de seu pai, deixando-o sem chão, sem norte, sem saída até que o destino o tirou desse mundo num acidente estúpido, do qual seu pai poderia ter escapado se o velho Colucci tivesse um pouco de humanidade.

Mas a vingança era um prato que se comia frio, e o prato principal de sua vingança era uma loirinha linda, com enormes olhos azuis e um corpinho de babar.

Sim, porque Miguel Arango ia atingir Franco Colucci onde mais ia feri-lo: Mia, de 15 anos, era a única filha do empresário, criada como uma princesa pelo pai viúvo, que a adorava e atendia a todos os seus mimos e caprichos.

E Miguel planejava seduzi-la e depois rejeitá-la.

Quando criou essa ideia, passou a reunir dados sobre a adolescente. Não foi fácil, pois, por medo da violência, Franco pouco expunha a sua vida e a da filha. Mas, aos poucos, acabou descobrindo algumas informações, tais como o nome e a idade da menina. A única foto que tinha de Mia era desatualizada, de quando ela tinha 10 anos. Mas dava para ter uma noção de como ela era hoje em dia.

Não que a beleza física de Mia fosse influenciar em seus planos. Pelo contrário, mesmo se ela fosse feia ele iria focar nela. Mas ajudava que ela fosse uma verdadeira gatinha.

O professor entrou e começou a passar a matéria. Passar a matéria em termos, na verdade. Como era o primeiro dia, ele pediu apenas que os alunos formassem uma grande roda com a mesa e os novatos – os dois únicos novatos daquela turma, realmente: ele e uma morena bem linda, chamada Guadalupe – e os alunos já antigos se apresentassem.

Miguel registrou que um garoto alto, com cabelos loiros oxigenados, tinha dado um jeito de ficar entre a amiga cheinha de Mia – Celina, ela se apresentou logo em seguida – e a própria Mia, e puxava conversa com a herdeira de Franco, chamando-a de princesa, de bonequinha, de linda. Mia ria com os elogios, jogando os cabelos loiros para trás, mas não demonstrava outros interesses pelo garoto, e Miguel não deixava de fitar os dois, registrando que aquele rapaz seria uma concorrência.

Quando chegou na sua vez, Miguel limitou suas informações ao básico: o nome (Miguel Arango) e o local de origem (Monterrey). Percebeu que todas as meninas o olhavam com interesse, e embora várias fossem umas gracinhas (tinha uma morena com umas mechas vermelhas e maquiagem de olhos bem marcada que fazia bem o seu tipo...), ele tinha um objetivo.

E seu objetivo o encarava com enormes olhos azuis que brilhavam de curiosidade.