Fanfic: até as últimas consequências | Tema: Rebelde [MyM]

até as últimas consequências

capítulo 13 – this morning when I woke

Música do capítulo: Everything Has Changed (Ed Sheeran e Taylor Swift)

Na opinião de Mia, o almoço de domingo com seu pai, seu namorado (ela ainda tinha vontade de dar gritinhos ao pensar em Miguel como seu namorado!) e seus amigos tinha sido maravilhoso. Vicki, abençoada fosse, tinha dado um jeito de manter Miguel ao lado dela. Franco ficou na cabeceira da mesa no restaurante escolhido pela maioria, com Mia à direita dele e Miguel ao lado dela. Vicki sentou-se ao lado de Miguel, com Diego na outra ponta da mesa, Celina ao lado dele, Raquel ao lado de Celina e Giovanni ao lado da namorada, à esquerda de Franco.

A organização de lugares permitiu que Miguel e Mia ficassem de mãos dadas por debaixo da mesa enquanto o grupo conversava animadamente. Franco conseguiu até mesmo conversar com Miguel, fazendo perguntas sobre a vida dele em Monterrey e parecendo simpatizar genuinamente com o rapaz, para a alegria da filha. Mia adorava aqueles momentos em que estava com o pai e os amigos, sabendo que, como ela, cada um deles sofria com a ausência de um ou (no caso de Vicki) dos dois pais. Franco nunca se furtava a conviver com os amigos dela, motivo para ela amá-lo ainda mais.

E aparentemente sua súplica silenciosa da véspera se mantinha. O bom humor e a simpatia de Giovanni ao falar com seu pai era sinal de que Diego não tinha contado a ele que Mia tinha ficado com Miguel na véspera, pois, se seu amigo oxigenado soubesse do que tinha acontecido, estaria emburrado, carrancudo e dando olhares assassinos a Miguel, o que certamente despertaria as desconfianças de Franco.

Graças a Deus. Mia não queria despertar problemas entre o namorado e o pai antes mesmo de Franco conhecer Miguel. A pior coisa para eles seria que Franco se opusesse ao relacionamento.

Depois de uma tarde cheia de risos, carinho e companheirismo, Franco levou os adolescentes de volta ao Elite Way, despedindo-se de todos com abraços e de Mia com um beijo na testa e reiterados avisos de comportar-se (ao que Miguel respondeu, “Eu cuido dela, pode deixar, sr. Colucci”, e Franco sorriu para o rapaz e disse, “Muito bem então, Miguel. Ela está sob sua confiança”).

Uma vez sozinhos, Vicki virou-se para Mia e disse, “Você tem uma hora para fazer o que quiser. Vou reunir as meninas no nosso quarto. Se daqui há uma hora você não estiver lá, eu venho lhe buscar independentemente do que estiver fazendo, ouviu bem?” Ela se dirigia à amiga, mas seus olhos incluíam Miguel na frase, com um brilho de divertimento e cumplicidade que deixou o moreno com vontade de corar.

Ao mesmo tempo, sentiu uma pontada de gratidão à loira maluquinha que estava lhe dando a chance de ficar um pouco a sós com Mia. O almoço fora muito proveitoso para os planos de Miguel, pois lhe dera a chance de se aproximar de seu alvo e descobrir ainda mais sobre ele, mas, para sua surpresa, em diversos momentos tinha sentido vontade de colar a boca à de Mia e provar o sabor de seus lábios mais uma vez.

Por escolha sua tinha ‘orientado’ Mia (se é que um discreto aceno negativo servia como orientação) a não apresentá-lo ao pai como namorado, mas essa decisão lhe custara a privação da intimidade que estava começando a desenvolver com ela, e sentira muita falta de ter Mia em seus braços, beijando-a e descobrindo mais de seus segredos e suas facetas.

Como era possível que em tão pouco tempo ela já tivesse entrado em seu organismo a ponto de sentir falta dela quando não a tinha em seus braços?

Mia acenou afirmativamente para a amiga, ignorando o olhar de curiosidade dos outros amigos. “Você vai fazer aquilo que a gente conversou mais cedo, né?”

Vicki acenou afirmativamente. “Vou, sim. Por isso mesmo. Uma hora, dona Mia. Aproveite-a bem”. Com isso, ela pegou Raquel e Celina pelas mãos e as levou embora. Diego e Giovanni ficaram olhando para elas, depois para Mia, exigindo explicações com os olhos, mas Mia se fez de cega e não falou mais nada.

“Acho que vou dar uma volta por aí”, disse ela, afastando-se com ar casual, sorrindo para os meninos. “Até depois, gente”.

Diego e Giovanni acenaram para a loira e viraram-se para Miguel. “Quer fazer alguma coisa, jogar uma bola, sei lá?” Sugeriu o filho de Bustamante.

“Não”, Miguel respondeu. “Eu tenho umas coisas pra ler das aulas, então acho que vou pro meu quarto fazer isso”.

“Beleza então”, Diego sufocou a vontade de rir, porque estava meio evidente que Miguel queria ficar sozinho com Mia, visto que eles tinham todas as aulas juntos e não tinha nada pendente para ler. “Até depois, cara”, disse, e Miguel se afastou.

“Bom, eu vou dormir!” Declarou Giovanni. “Bora?”

Diego deu de ombros. Com Vicki distraída fazendo Deus sabe o que com as amigas, não tinha nada melhor a fazer mesmo. “Bora”.

. . . . .

Miguel estava passando por uma enorme parede de plantas, quando uma mão delicada surgiu de trás dela e o puxou pela camiseta. Rindo, ele deixou-se ir de boa vontade, passando os braços em torno da cintura fina de Mia quando chegou perto dela. Ficando na ponta dos pés, a loira colou a boca à do namorado num beijo carinhoso, subindo as mãos para em torno do pescoço dele, e, num arroubo de ousadia, acariciou os lábios de Miguel com a ponta da língua, provocando-o a abrir a boca para ela.

Pego de surpresa pelo gesto da namorada, o moreno cedeu, sua língua enroscando-se à dela e aumentando a temperatura daquela carícia. Miguel deu dois passos e ‘pressionou’ Mia contra a parede de plantas, mas ambos estavam tão absortos um no outro que não sentiam as folhas encostarem neles. As mãos de Miguel começaram a subir e descer pelas costas de Mia, num carinho leve, enquanto ela arranhava de leve a nuca dele e o deixava todo arrepiado.

Separaram-se porque seus organismos exigiram ar, e ficaram respirando juntos, ofegantes. Mia deu um sorrisinho. “Eu tava querendo fazer isso desde a hora do almoço”, confessou em voz baixa.

Miguel riu e roubou outro selinho. “Eu também”, admitiu. “Mas você disse que queria contar pessoalmente pro Giovanni, e a gente se beijar na frente de todo mundo não iguala a contar pessoalmente pro Giovanni-”

“-embora seja uma boa ideia”, interrompeu Mia com um sorriso travesso.

“Embora seja uma ótima ideia”, corrigiu Miguel, rindo. “Aliás, quando você vai contar pro Giovanni?”

“Amanhã”, prometeu a loira. “Vou contar pras meninas hoje, a Vicki já tá sabendo que aconteceu alguma coisa, ela só não sabe com certeza o quê. A gente vai organizar uma festa do pijama pra fofocar e vou contar pra elas lá. Por você tudo bem?”

“Claro que sim”, disse Miguel, sincero. “Aí depois elas contam pros caras”.

“Ou seja, até amanhã a escola inteira vai saber que a gente tá namorando”, Mia sorriu.

“Ótimo”, disse o namorado, satisfeito. “Aí pelo menos vão parar de dar em cima de você na minha frente!” Só a ideia de alguém perto de Mia deixava Miguel muito incomodado, embora ele não soubesse por quê.

Mia revirou os olhos e deu uma risadinha. “Que namorado ciumento”, falou em tom de brincadeira, aninhando-se nos braços do namorado. A moça afastou-se da parede de plantas e sentou-se na grama, à sombra, puxando o rapaz para seu lado.

Miguel apoiou-se na parede e puxou Mia para entre suas pernas, abraçando-a pela cintura. “Não sou ciumento”, defendeu-se, beijando a cabeça de Mia. “Só acho que não é legal um cara dar em cima de uma menina comprometida, ainda mais na frente do namorado dela”.

“Você não confia em mim?” Perguntou a garota, manhosa, virando o rosto de leve na direção dele para que ele visse seu biquinho.

O rapaz riu e deu um selinho naquele bico. “Em você eu confio. Nos outros, vou confiar quando conhecê-los melhor”, admitiu. “Você confia com muita facilidade nas pessoas?”

“Não muita”, admitiu a loirinha. “Mas às vezes acontece”, acrescentou, com olhar enfático a ele, que sorriu.

“Nesse caso, eu só tenho a agradecer, porque eu fui o maior beneficiado”, gabou-se ele, ainda sorrindo.

Mia deu uma gostosa risada, virando-se de frente para o namorado e atacando-o com beijos. “Que namorado mais convencido eu fui arranjar!” Ela fingiu lastimar-se, ainda rindo.

“Todo cara com uma namorada linda, inteligente e gostosa tem o direito de ser convencido”, brincou Miguel, rindo com ela e perseguindo os lábios dela com os seus.

Mia ficou muito vermelha com o último comentário (nunca tinham a chamado de gostosa antes), mas riu e continuou beijando Miguel. Ele causava sentimentos nela que ela nunca tinha experimentado antes, e essa era uma sensação deliciosa.

. . . .

Exatamente uma hora depois, o celular de Mia tocou, interrompendo um beijo com Miguel. Ela afastou-se dele, sufocando a vontade de voltar para seu beijo quando ouviu o gemido queixoso que ele soltou, com os olhos ainda fechados, e virou os olhos ao ver o identificador de chamadas. “Oi, Vicki”, cumprimentou, um pouco irritada.

“Uma hora, dona Mia. Pode voltar pra cá. Estamos esperando”, exigiu a outra loira em tom de piada.

A voz de Roberta interrompeu. “É, Barbie. Algumas pessoas têm coisas mais interessantes a fazer do que fofocar sobre a sua vida amorosa no domingo!”

“Roberta!” Exclamou Lupita, rindo. “Você tava tão curiosa quanto a gente pra saber o que tá acontecendo entre a Mia e o Miguel!”

“Shiu, Lupi, você tá louca!” Criticou a filha de Alma Rey. Vicki e Raquel riam, e Mia também sorria embora elas não pudessem vê-la.

“Ok, ok”, cedeu. “Eu já vou”.

“Vem mesmo, senão vou usar o GPS do seu celular pra te rastrear!” Ameaçou Vicki, rindo. “Até já”.

“Até já”, despediu-se Mia, levantando-se do chão e estendendo a mão para Miguel. “Temos de ir. Nosso intervalo acabou”, disse ela, com um bico manhoso que o fez rir.

Puxando-a para si, ele deu um último longo beijo. “Você tá agindo como se nunca mais fosse me ver, bebê”, brincou.

“Tô mesmo, não tô?” Ela sorriu, e os dois, de mãos dadas, tomaram o caminho de volta ao colégio. “Mas é porque não quero ficar longe de você!” Confessou, com o rosto meio vermelho.

“Mas é só por pouquinho tempo. Você fica agora com as suas amigas, eu vou lá ficar com os caras e aí amanhã a gente se vê, ou eu dou um pulo no seu quarto pra te dar um beijo mais tarde. Ok?”

“Promete?”

“Prometo”. Ele sorriu.

“Então ok”, cedeu a garota.

De mãos dadas, conversando tranquilamente, o casal voltou à escola. Miguel acompanhou Mia até o quarto dela e, após olharem para os dois lados para terem certeza que ninguém (leia-se, Giovanni) estava por perto, Miguel inclinou-se para um último beijo em Mia. Ela sorriu e correspondeu à carícia, mas, antes que pudesse esquentar demais, a porta se abriu, e um coro de vozes femininas e os surpreendeu.

“Own!”

“Que lindos!”

“Olha a sem-vergonhice no corredor, hein?”

“Roberta, deixa eles, eles são tão fofos juntos!”

“Esse casal eu shippo!”

Rindo, o moreno afastou-se de Mia, que escondeu o rosto muito vermelho no peito do namorado, também rindo. Miguel endireitou-se e sorriu para cada uma das meninas. “E aí, garotas? A moça está entregue. Divirtam-se, hein?” Virando-se para Mia pela última vez, ele abaixou o rosto e deu um selinho nela, sussurrando, “Até depois”, antes de se afastar.

“Tchau”, disse Mia, sorrindo boba para as costas do namorado. Revirando os olhos e rindo, Vicki e Celina arrastaram Mia para dentro do quarto, com Raquel atrás tirando algumas folhas dos cabelos da loira.

Mia riu para as amigas e viu que três colchões estavam estendidos no chão. Lupita e Roberta estavam sentadas em um deles, com Josy no outro. Raquel sentou-se ao lado de Josy, Mia reconheceu a colcha no terceiro como sendo de Vicki. As meninas estavam com roupas confortáveis e a olhavam em expectativa. Vicki sentou-se no próprio colchão e sorriu para a amiga.

“Agora não enrola e conta tudo!” Ordenou.

Um sorriso enorme apareceu no rosto de Mia. “A gente tá namorando!” Era tão bom poder falar isso às claras depois do dia inteiro tendo de esconder.

“O quê?!” Exclamou Vicki.

“Que lindo!” Suspirou Celina.

“Mas já?!” Surpreendeu-se Raquel.

“O novato não brinca em serviço”, caçoou Josy.

Roberta era a única calada, achando tudo aquilo muito estranho. Mas não podia deixar de estar curiosa, afinal, pelo que tinha ouvido as outras meninas comentarem enquanto esperavam Mia, ela nunca dava bola para ninguém.

“E como foi?” Perguntou Lupita.

“É, conta como foi, Mia!” Incentivaram Vicki e Celina. Mia riu.

“Eu vou contar tudo, prometo. Mas vou tomar um banho e trocar de roupa primeiro, ok?”

“Ok, mas não demora!” Respondeu Raquel.

Enquanto Mia pegava uma roupa para trocar e ia para o banheiro, as meninas absorveram-se em conversas paralelas, mas a namorada de Giovanni percebeu o silêncio de Roberta e se aproximou. “Você tá muito calada. O que foi?”

“Você não acha muito esquisito que em menos de uma semana o novato já esteja namorando a Mia?” Perguntou a filha de Alma em voz baixa.

Raquel lembrou-se da conversa que tinha tido com Miguel nos primeiros dias de aula e ficou uma sensação desagradável que preferia ignorar. “Você acha que ele vai magoá-la?”

Roberta pareceu pensar por um momento, ela também se lembrando da conversa que tinha tido com Miguel no começo. “Espero que não”, disse em voz baixa. “Espero sinceramente que não”.

All I feel in my stomach is butterflies, the beautiful kind, making up for lost time, taking flight, making me feel right.