Fanfic: até as últimas consequências | Tema: Rebelde [MyM]

até as últimas consequências

capítulo 14 – tonight I’ll dream while in my bed.

 Música do capítulo: We’re Going to Be Friends (White Stripes)

Mia saiu do banheiro de pijama, cabelo molhado e sem maquiagem. Sentou-se na cama, de frente para as meninas devidamente acomodadas nos próprios colchões (ou, no caso de Celina, na própria cama), e abraçou o travesseiro, sorrindo, com os olhos brilhando. “Muito bem. Podem começar”, determinou, rindo com a explosão de perguntas que se atropelaram. “Uma de cada vez, gente!”

Raquel conseguiu falar primeiro. “Quando que isso aconteceu?”

“Hoje de manhã”, respondeu a loira, suspirando, com um sorriso sonhador.

“E onde?” Perguntou Vicki.

“Na sala de alunos, onde a gente estava quando vocês chegaram”.

“Não importa o quando e o onde, importa o como!” Cortou Celina, suspirando.

“Bom... Aí é uma história um pouco mais comprida”. Mia fez um charme para não entregar de bolo a história de como tinha acontecido seu pedido de namoro.

“Anda, Mia, não enrola! Como foi? Conta!” Incentivou Lupita.

“É, Barbie, todo mundo pode ver que você tá doidinha pra contar, então conta logo!”

“Tá bom, tá bom...” A loira sorriu. “Bom, eu não consegui dormir de ontem pra hoje-”

“Quem conseguiria com um beijão daqueles?!” Brincou Vicki.

Mia ficou vermelha, mas continuou sorrindo. “Verdade”, cedeu. “Enfim, continuando. Como eu não consegui dormir, eu resolvi descer pra tomar café e ele me encontrou lá. A gente tomou café junto, depois fomos dar uma volta e acabamos lá na sala dos alunos. Ele me disse que precisava conversar comigo-”

“Ih, já começou mal”, atalhou Raquel. Vicki acenou afirmativamente ao lado dela.

“Pois é, eu pensei a mesma coisa. Mas ele disse que não era nada disso que eu estava pensando. Que desde que ele me conheceu ele já conseguia pensar em mim e na vontade que ele tinha de saber tudo sobre mim, e que o beijo de ontem só fez confirmar isso. Que ele não acredita em amor à primeira vista-”

“Tá certo ele”, resmungou Roberta. Josy concordou com ela.

“-mas que ele estava muito a fim de mim. E aí me pediu em namoro”, Mia suspirou, sonhadora.

“Com exatamente essas palavras?” Cutucou Celina.

“Com exatamente essas palavras”, confirmou a loira.

“Não foi dos pedidos mais românticos”, comentou Lupita.

“Ah, eu gostei. Achei bem sincero. Ele jogou limpo com você, Barbie. É um bom sinal”, reagiu Roberta. “Se ele tivesse chegado fazendo um milhão de elogios e dizendo que te amava, aí eu diria pra desconfiar”.

“Eu também”, concordou Vicki. A loira abriu um largo sorriso e deu um cutucão na coxa de Mia. “Tá namorando, hein, dona Mia!”

Mia ficou vermelha, mas riu. “Pois é... estou!”

“Quem diria! A rainha de gelo enfim encontrou quem a derretesse!” Continuou a amiga, que abrandou o tom em seguida. “Mas, falando sério, parabéns, amiga. Eu desejo de coração que você seja muito feliz”.

“Eu também”, disseram as outras em coro. Celina pulou da cama, sentou-se na cama de Mia ao lado dela e a abraçou pelos ombros.

“Obrigada, gente”, disse a loirinha, emocionada, e depois olhou para Vicki. “Pode contar pro Diego, ok? Aliás, podem contar pra quem vocês quiserem”. Ela parou o olhar em Raquel. “Só não pro Giovanni”.

Raquel ergueu a sobrancelha, estranhando. “Por que não pro Giovanni?”

“Porque eu quero contar pessoalmente pra ele que estou namorando. Acho que ele merece isso”, explicou a filha de Franco.

Raquel pensou um pouco e acenou afirmativamente. “É, faz sentido”, concordou. “Mas acho que depois disso, a gente podia sair em casal. O que vocês acham?” Perguntou ela, olhando para Mia e Vicki.

As duas loiras se entreolharam e encolheram os ombros, acenando afirmativamente em seguida. “Se o Diego topar, por mim ok”, respondeu Vicki.

“Acho que pro Miguel não vai ser problema”, acrescentou Mia.

“Voltando ao motivo dessa slumber party”, respondeu Josy, “a pergunta que não quer calar-”

“-ele beija bem?” Perguntou Roberta. “Ele tem cara de que beija bem!”

Os olhos de Mia brilharam, sonhadores. “Não tenho muita experiência pra falar, né, mas... foi melhor do que eu idealizei”.

. . . .

Com Mia no quarto (sem sombra de dúvidas sendo bombardeada de perguntas pelas meninas), Miguel dirigiu-se aos próprios aposentos. Nico estava jogado na cama, parecendo meio mal-humorado, bem como Téo, que estava lendo um livro de ficção policial. Quando a porta se abriu, os dois olharam naquela direção.

Ao ver Miguel, Nico deu um suspiro decepcionado. “Ah, é você”.

Miguel franziu a testa. “É, sou eu”. Ele parou e se encostou na parede do guarda-roupa. “Olha só, eu vou precisar procurar o prof. Gandía amanhã e solicitar uma mudança de quarto?”

Nico fez um gesto de negativa com a mão. “Não, não. É que-”

“-ele foi chamar a Lupita pra fazer alguma coisa e ela tava de saída com a Roberta, a Josy e a Vicki”, explicou Téo, sem desgrudar do livro.

“Aparentemente a sua namorada organizou uma festa de meninas no quarto dela”, alfinetou Nico.

“É, é verdade”, respondeu Miguel, lembrando-se de como Vicki ligara para lembrar Mia da festa combinada. Téo, ouvindo aquilo, deixou o livro de lado e olhou curioso para Miguel.

“Namorada?”

Miguel sorriu, mas, antes que pudesse responder, Nico o fez por ele com um sorriso malicioso. “É. Ele deu um senhor desentupidor de pia na Mia ontem”.

Téo ficou boquiaberto e sentou na cama. “Sério?!” Diante do aceno afirmativo do novato, ele continuou, “Como que você conseguiu esse milagre e viveu pra contar a história? Porque o Giovanni tá de olho nela há séculos!”

Miguel deu de ombros. “Acho que eu fui a pessoa certa, na hora certa”, minimizou. “Não é culpa minha se ela não via o Giovanni como um candidato a namorado, afinal de contas”.

“Só espero que isso não prejudique a banda que a gente tá montando”, murmurou Nico.

Téo surpreendeu-se de novo. “Banda? Que banda?” Ele olhou de Nico a Miguel a Nico de novo. “Vocês montaram uma banda?”

“Você sabe que a gente foi ao karaokê ontem, não sabe?” Perguntou Nico. Diante do aceno afirmativo do colega de quarto, o judeu continuou, “A sobrinha de um amigo dos meus pais ouviu o novo casalzinho cantando com a Roberta, a Lupita, o Giovanni e o Diego e os elogiou à beça pra ele. Ele então me ligou e convidou a ‘banda’ para se apresentar no café dele”.

“E a gente topou”, completou Miguel.

“Que noite de sábado cheia de novidades inesperadas”, brincou Téo.

Miguel e Nico riram e acenaram afirmativamente. Iam falar mais, quando houve uma batida na porta. Os donos do quarto se olharam.

“Vocês estão esperando alguém?” Perguntou Miguel.

“Eu não”, respondeu Nico. Téo também fez um gesto negativo com a cabeça.

Curioso, Miguel afastou-se do armário, onde estava apoiado, e abriu a porta. Diego e Giovanni estavam do outro lado, o oxigenado parecendo incomodado. “E aí, cara?” Cumprimentou o moreno.

O filho de Bustamante sorriu. “E aí, pessoal?” Diego acenou para Nico e Téo, que acenaram de volta. “Vocês querem fazer alguma coisa? Já que as meninas estão todas ocupadas na festinha delas”.

Giovanni aprumou-se. “E se...” Ele se calou.

Os meninos olharam com curiosidade para o oxigenado, que abriu um sorriso malicioso e continuou calado. Diego deu um soco no ombro do amigo. “E se o quê?” Interrogou.

“E se a gente invadisse a festinha delas?” Sugeriu Giovanni, marotamente.

Os outros meninos se entreolharam. Aos poucos, seus sorrisos se tornaram igualmente travessos. Téo, porém, continuou sendo a voz da razão. “A gente só não pode dormir lá”, apontou o nerd. “Senão, pode todo mundo ser expulso”.

“É só a gente tomar cuidado pra ninguém ver a gente”, respondeu Diego. “Eu topo. Quero ficar um pouco com a minha loirinha”.

Miguel encolheu os ombros e fez que sim com a cabeça. Depois que todos concordaram, os meninos tomaram a direção da ala feminina.

. . . .

As meninas tinham parado de bombardear Mia de perguntas, quando a própria loira virou-se para a calada Lupita com um sorriso sapeca. “Mas eu não sou a única com um paquera novo, né, Lupita?” Cutucou ela. A morena ficou vermelha até a raiz dos cabelos.

“Eu não sei do que você está falando”, tentou desconversar.

“Ah, eu sei!” Roberta deu um sorriso malicioso para a amiga. “A Barbie aqui tá querendo saber de você e do Nico”.

Lupita ficou ainda mais vermelha, se é que isso era possível. “Não aconteceu nada entre o Nico e eu-”

“-ainda”, interrompeu Raquel.

“E só porque ainda não apareceu a oportunidade certa”, acrescentou Vicki.

Celina acenou afirmativamente com a cabeça. “Eu jurava que ia acontecer ontem, pra ser sincera”, admitiu a moça.

Lupita, meio sem jeito, deu um sorriso tímido. “A gente tá se conhecendo ainda”, tentou justificar.

“Eu e o Miguel também estamos”, argumentou Mia.

“Ah, mas o Miguel sempre foi descaradamente a fim de você, né, Mia. Não é comparação”, retrucou Lupita.

Mia abriu a boca para responder, quando uma batida forte na porta a interrompeu. As meninas se olharam, curiosas, e se levantaram juntas. Ficaram acumuladas atrás da porta, e Mia, que estava à frente, perguntou em voz alta. “Quem é?”

“Mia, sou eu, Diego. Deixa eu entrar, não quero que o Estêvão me veja aqui!”

A voz do rapaz fez as meninas se dispersarem, ficando só Mia e Vicki perto da porta. Mia abriu a porta, dando espaço para Diego entrar –

- e com ele, entraram Giovanni (que foi direto para o colchão onde estava Raquel), Nico (que, evidentemente, disparou para o lado de Lupita), Téo (que se sentou no colchão entre Roberta e Josy) e Miguel, que deu um sorriso discreto à namorada. Ela correspondeu, tímida, antes de perceber que sua festa das meninas tinha sido invadida por rapazes.

“Ei, que história é essa?” Falou, fingindo estar brava. “Aqui é só pra meninas!”

“Ah, Mia, não seja má, você tomou as nossas namoradas da gente e a gente ficou com saudade, foi só isso!” Giovanni defendeu os meninos, com um bico. Raquel derreteu-se ao ser chamada de namorada pelo oxigenado e deu um beijo no rosto dele.

“Deixa eles ficarem, Mia, qual o problema?” Pediu Vicki, olhando bicuda para a amiga, que fingiu pensar.

“Tá bom, tá bom. Eu deixo. Mas só dessa vez, ok?”

Os jovens celebraram e se espalharam nas camas e colchões. Conversando entre si, ninguém percebeu Miguel se aproximar de Mia e roubar um selinho rápido dela, que ficou com o rosto muito vermelho, mas sorriu.

“Oi”, disse a loirinha.

“Oi”, respondeu o namorado. “Desculpa, mas foi ideia do Giovanni”.

“Imaginei”. Mia riu e olhou para o amigo. “Você acha melhor falar pra ele logo agora?”

“Acho, né? Ele vai querer me encher de porrada, mas é melhor contar com um monte de gente presente, aí ajuda a dissipar qualquer raiva que ele venha a sentir”, ponderou Miguel.

“É, verdade”, considerou a namorada. Olhando para Giovanni de novo, ela respirou fundo e virou para ele. “Me deseja sorte?”

“Boa sorte”, respondeu Miguel, apertando discretamente a mão dela e indo se sentar na cama de Celina.

Respirando fundo, Mia aproximou-se do colchão onde Giovanni estava abraçado a Raquel e deu um cutucão no tornozelo do amigo com o pé. “Giovanni, a gente pode ir lá fora rapidinho?”

Giovanni olhou curioso para a amiga, mas acenou afirmativamente. Deu um beijo na namorada e se levantou, saindo do quarto atrás de Mia.

Todos os presentes os acompanharam com os olhos, antes de se virarem para Miguel, que se levantou da cama de Celina e foi para a de Mia. “Ela vai contar pra ele agora. A gente achou melhor assim”, explicou o rapaz.

Os outros acenaram, concordando, e voltaram a um assunto que interessasse a todos, mas Miguel não se entrosou. Estava com a cabeça fora do quarto, em Mia.

And when I wake tomorrow I’ll bet that you and I will walk together again. I can tell that we’re going to be friends.