Fanfic: até as últimas consequências | Tema: Rebelde [MyM]

até as últimas consequências

capítulo 15 – we have changed, but we’re still the same

Música do capítulo: Cool (Gwen Stefani).

Mia levou Giovanni até uma área um pouco afastada do quarto e virou-se para encará-lo. Sentia-se muito nervosa pelo que tinha de fazer, mas sabia que tinha de fazê-lo. Não era justo, nem com ela, nem com Miguel, nem com Giovanni, manter em segredo o fato de que não sentia e talvez nunca fosse sentir nada por Giovanni além de uma amizade muito forte. Mas não sabia como começar, porque não queria magoar seu amigo.

Giovanni observava Mia com uma ruga na testa. A amiga estava à sua frente, torcendo as mãos, parecendo muito ansiosa e preocupada. Abriu a boca para dizer algo, mas ela o interrompeu.

“Giovanni... a gente se conhece há muito tempo, não conhece?”

O oxigenado sorriu, com carinho. “Quase toda a vida, Mia”.

Mia sorriu de volta e pegou a mão de Giovanni na sua. “E você sabe que eu nunca, mas nunca mesmo, faria nada pra te magoar. Sabe disso, não sabe?” Fixou nele seus olhos azuis, cheios de súplica.

Essa frase deixou Giovanni extremamente preocupado. “Mia... Aconteceu alguma coisa?”

Mia fechou os olhos. “Aconteceu, Giovanni. Aconteceu que... Giovanni, eu fiquei com o Miguel ontem”, soltou, de uma vez. “E hoje de manhã ele me pediu em namoro antes de a gente ir almoçar com o meu pai”.

Giovanni arregalou os olhos. De tudo que Mia podia lhe contar, aquela era a última coisa que esperava ouvir. Mas, para sua surpresa, ouvir aquela frase da boca de Mia não o magoou, nem feriu. Apenas despertou nele uma vontade forte de ameaçar Miguel caso ele machucasse Mia. “Mia”, pediu em voz baixa. “Mia, abre os olhos, olha pra mim”.

A loira abriu os olhos, que se marejaram imediatamente. “Desculpa”, sussurrou. “Eu sei que você não gosta dele, que você me pediu pra não namorar ele, que você queria uma chance comigo, mas-”

“Tá tudo bem”, Giovanni interrompeu, fazendo carinho na mão de Mia. “Não tem problema, ok? É, eu não gosto dele, continuo achando estranho que ele ficasse te olhando tão fixamente nos primeiros dias, mas preciso admitir que depois dos dois primeiros dias ele tem tentado conviver com todo mundo e não só com você”.

Mia acenou afirmativamente. “Ele tá, sim. Você o viu no almoço, até com o meu pai ele conversou”.

O oxigenado acenou de volta. “E quanto a uma chance... Mia, por mais que eu goste de você, vamos ser sinceros”, ele deu um sorriso de caçoada, “a gente se conhece bem demais pra um namoro entre a gente dar certo. Não tem mistério, não tem surpresa. E agora eu tenho a Raquel”.

Mia sorriu. “Ela gosta de verdade de você, Giovanni”.

“E você se dispôs a dar uma chance a ela. Então eu posso dar uma chance ao Arango”, cedeu Giovanni.

Um sorriso enorme e aliviado apareceu no rosto de Mia, que o abraçou apertado e o beijou no rosto. “Obrigada!” Sussurrou. “Muito obrigada, Giovanni”.

Giovanni abraçou-a de volta, sorrindo. “De nada”. Afastou-se dela. “Agora enxuga esses olhos aí e vamos entrar, que eu tenho uma namorada muito ciumenta e se eu demorar muito a voltar ela vai vir atrás de mim!”

Mia riu e enlaçou seu braço no de Giovanni. “Meu namorado também é superciumento, se você quer saber”, confidenciou, rindo, enquanto voltavam ao quarto das meninas. Quando chegaram lá, Giovanni empurrou Mia gentilmente na direção de sua cama, onde Miguel estava esticado. Mia beijou o amigo no rosto e pulou na própria cama, abraçando-se ao namorado; já Giovanni aboletou-se no colchão de Raquel, com a cabeça no colo dela.

“Olha só, Arango, cuida muito bem dessa menina, entendeu?” Falou em voz alta. “Senão eu te transformo em picadinho!”

Miguel olhou para o rapaz em silêncio por um longo momento, mas acenou afirmativamente e beijou Mia na cabeça. Giovanni acenou de volta e deu um selinho na namorada. “Muito bem, o que vocês estão falando?”

“Da banda de vocês”, Téo respondeu.

“O Nico agendou o primeiro ensaio pra essa semana”, contou Roberta.

“A gente só precisa acertar o horário e o local”, acrescentou Lupita.

“Tem um depósito perto do ginásio de esportes que a gente pode usar, ele tá desativado”, lembrou Diego. “Quase ninguém vai lá”.

“A não ser por casais que queiram se agarrar”, continuou Vicki, que já tinha ido a esse depósito com Diego.

“Então já temos o local”, disse Mia, abraçada a Miguel. “E o horário?”

“Que dia que todos têm horário livre à tarde?” Perguntou o namorado dela, acariciando suas costas com as pontas dos dedos.

“Quinta-feira”, responderam os outros membros da banda em coro.

“Então quinta-feira, no horário livre, no depósito perto do ginásio?” Reiterou Nico, olhando para os membros da banda. Os seis acenaram afirmativamente.

“E o que a gente vai cantar?” Perguntou Giovanni.

“Bom, ninguém tem uma música pronta, ou tem?” Questionou o novo empresário.

Mia mordeu o lábio inferior. “Eu tenho uns poemas, acho que seriam boas músicas. Só preciso que alguém faça a melodia pra mim”, ofereceu, incerta.

Miguel apertou-a pela cintura, sorrindo orgulhoso. “Eu faço pra você se você quiser”.

Nico olhou duvidando para o novo casal. “Você consegue fazer até quinta-feira?” Perguntou a Miguel.

“Posso tentar”, o rapaz deu de ombros o melhor que pôde, estando deitado.

“Caso você não consiga, a gente precisa de um plano B”, lembrou Roberta.

“A gente pode cantar Michael Jackson”, sugeriu Lupita.

“Eu gosto de Beatles”, ofereceu Téo.

“Eu canto qualquer coisa menos as músicas da minha mãe”, respondeu a filha de Alma, com uma careta.

“A gente pode montar uma lista daqui pra quinta, para o caso de o Miguel não conseguir fazer a melodia”, opinou Mia. “E mesmo que ele consiga, uma música só não vai bastar pra um show inteiro, então é melhor a gente montar a lista”. Ela olhou para Nico. “Umas dez ou quinze músicas servem?”

“Acho ideal”, concordou o judeu.

“Então a gente faz como foi no karaokê e monta uma lista eclética com formações diversas”, lembrou Diego.

“É uma boa ideia”, cedeu Nico.

Giovanni, após seu último comentário, ficou calado. Estava ocupado observando Mia com seu novo namorado, abraçados na cama da garota. Os dois pareciam muito à vontade juntos, muito confortáveis um com o outro. Trocavam carinhos constantes, com Miguel sempre acariciando as costas de Mia ou a beijando na testa ou na cabeça, e Mia acariciando o peito do namorado, beijando-o no queixo ou dando-lhe selinhos. Quando Miguel falava, Mia olhava-o com adoração, e, quando Mia falava, Miguel sorria para ela, evidentemente encantado.

Essa interação ajudou a aliviar um pouco as preocupações de Giovanni. Por mais expansiva e autoconfiante que fosse, Mia era muito inexperiente, o que o deixava muito aflito e o motivava a querer protegê-la o tempo todo, já que ele tinha experiência em lidar com pessoas interesseiras e indignas de confiança.

Estava imerso nesses pensamentos quando sentiu uma mão morna e macia no seu rosto. Piscou e voltou a si, vendo os olhos escuros e preocupados de Raquel a examiná-lo. “Tá tudo bem?” Perguntou a morena, em voz baixa.

Sorrindo, ele ergueu um pouco o rosto para beijá-la carinhosamente. “Tá sim, minha princesa”, respondeu em voz igualmente baixa. “Tá tudo ótimo”.

 And after all that we’ve been through, I know we’re cool.

Nota da Autora: Hoje não era dia de postar, mas, como a minha inspiração me abandonou e só voltou hoje, os dois capítulos que faltavam da atualização de ontem só me vieram à cabeça hoje. Espero que gostem da playlist que estou montando com as músicas dos capítulos.