Fanfic: até as últimas consequências | Tema: Rebelde [MyM]

até as últimas consequências

capítulo 16 – the reason I'm feeling butterflies

 Música do capítulo: Tell Me What We're Gonna Do Now (Joss Stone e Common)

Quando aquela segunda-feira começou, a semana parecia ter um sabor mais especial para Mia Colucci. Todos os seus amigos sabiam de seu namoro, e aceitavam seu namorado como parte do grupo, o que a deixava imensamente feliz. Naquela manhã, arrumou-se especialmente, acordando mais cedo que o normal para ficar ainda mais bonita para ver o namorado.

Vicki e Celina acordaram no horário de sempre, e a namorada de Diego sorriu ao ver a amiga de pé diante do espelho, examinando sua aparência. Mia estava usando o uniforme casual da escola, com botas pretas na altura do joelho; seus cabelos estavam soltos e a maquiagem era especial, com olhos bem marcados com rímel e lápis, e gloss rosado. “Você tá linda, Mia. Agora desocupa a moita, anda”, disse a loira, rindo.

“Mas Vicki...” Queixou-se a namorada de Miguel. “Eu quero estar linda pra ele!”

“E você está, amiga”, consolou-a Vicki. “Mas eu e a Celina precisamos tomar banho e você tá ocupando o espelho. E se você sair agora, vai ter mais tempo com o seu gatinho”.

Os olhos de Mia brilharam com aquilo. “É mesmo, não é?”

“É, sim”, incentivou a outra loira, empurrando-a gentilmente para fora do banheiro. “Então vai lá”.

“Ok, eu vou. Até a aula”. Mia virou as costas e saiu do quarto.

Celina, que tinha observado a cena toda em silêncio, disse a Vicki, “Se toda manhã agora for assim, eu vou começar a tomar banho antes de dormir”.

Vicki caiu na risada. “Eu também, amiga, eu também”.

. . . .

Miguel estava apoiado no armário ao lado do de Mia, esperando a namorada chegar. Diego apareceu em seguida, com Giovanni e Raquel logo atrás. “Bom dia”, ele disse aos três.

“Bom dia”, respondeu Diego, sorrindo. “Já começou a pensar na melodia pro poema da Mia?”

Na véspera, conforme combinado, antes de Miguel ir para o quarto dele Mia havia selecionado dois de seus poemas e dado ao namorado para musicar. Miguel guardara os poemas com cuidado, e um deles em especial o inspirou a ponto de ele ter mexido no violão até depois da meia-noite, quando Téo, num arroubo de irritação, ameaçou quebrar o instrumento se o colega não fosse dormir.

“Já”, disse o namorado de Mia, sorrindo. “Acho que antes de quinta fica pronto, mas vou mostrar à Mia primeiro e ver o que ela acha”.

“Eu tô muito curiosa pra saber como vai ficar”, admitiu Raquel, abraçada a Giovanni.

“Se a Mia der o okay, no ensaio você pode ver o resultado final e-” Miguel calou-se de repente, hipnotizado pela beleza de Mia, que se aproximava dele com um lindo e largo sorriso.

Aos olhos dos outros, Mia estava igual a todos os dias, mas Miguel percebeu que seu sorriso estava diferente, seus olhos brilhavam mais que o normal e havia um rubor em seu rosto que antes não havia nem mesmo no primeiro dia, quando ele a encarara fixamente. Passando reto por Diego e pelo casal, o moreno foi na direção da namorada, abraçando-a com carinho e dando-lhe um selinho.

“Bom dia, bebê”, disse a loira em voz baixa, sorrindo, com rosto erguido e o queixo apoiado no peito do namorado.

“Bom dia, linda”, respondeu Miguel, abraçando-a e beijando-a na testa. “Dormiu bem?”

“Dormi muito bem, estava muito cansada”, disse ela, manhosa, enquanto os dois se dirigiam ao armário dela. “E você?”

“Também dormi-” começou a responder, quando Téo e Nico chegaram.

“-mas só depois que eu ameacei arrancar as cordas do violão dele”, admitiu o nerd, sorrindo. “Bom dia”.

Mia arregalou os olhos. “Por que isso?” Perguntou, olhando do namorado para o colega.

“O Miguel ficou até quase meia-noite tentando escrever a melodia da sua música, Mia”, explicou Nico, sorrindo. “Por melhor que ele seja no violão, uma hora cansa”.

Mia olhou com os olhos arregalados para o namorado, cujo rosto estava levemente rosado, antes de abrir um enorme sorriso e ficar na ponta dos pés para lhe dar um beijo entusiasmado na boca. “Que lindo, meu gatinho! E já ficou pronto?” Perguntou quando se afastaram. Diego, Giovanni, Nico e Téo tinham desviado o olhar, mas Raquel assistia a cena dando risinhos.

“Ainda não”, Miguel respondeu, com a respiração um pouco curta e o rosto mais vermelho que o comum. “Mas quase. Quero que você escute primeiro e cante pra eu ter certeza de que ficou bom”.

Mia acenou afirmativamente. “Hoje na hora do almoço você me mostra, pode ser?”

“Claro”, concordou Miguel.

O casal ficou abraçado, conversando com os amigos, até dar a hora de começar a aula. E, quando a aparentemente inconquistável Mia Colucci passou pelos corredores de mãos dadas com o misterioso novato, todos os alunos ficaram boquiabertos, sem acreditar no que viam. Durante a aula, por meio de bilhetes discretamente trocados, os outros membros da banda ficaram cientes de que a primeira música estava quase pronta, bastando apenas o ok da compositora.

. . . .

No intervalo para o almoço, Miguel levou Mia até seu quarto, aproveitando que os colegas estavam ocupados com outra coisa (leia-se, como todo mundo sabia que Miguel ia mostrar a música a Mia, Nico e Téo trataram de não dar as caras no quarto deles). Enquanto ela se sentava na cama, ele pegou o violão e a folha onde ela tinha copiado um dos poemas (o que mais o inspirou) e sentou-se na frente dela.

“Bom, eu pensei que podia ter uma introdução instrumental primeiro. Eu vou tocar pra você, e quando for pra você começar eu te faço um sinal, tá bom, bebê?”

Mia acenou afirmativamente. Miguel respirou fundo e começou a tocar. Após vinte segundos, ele acenou para Mia, que fechou os olhos e começou a cantar.

Te encuentro despierto, me dices lo siento

Con una lágrima derramas

Me abraza, me hielo, me pides un beso y yo me quedo sin respirar

Sólo espera un momento, sólo dime no es cierto

Na parte do refrão, Miguel começou a cantar junto com ela, os dois de frente um para o outro, Miguel sorrindo e Mia também, mas com os olhos cheios de lágrimas.

Sólo quédate en silencio cinco minutos

Acaríciame un momento, ven junto a mí

Te daré el último beso, el más profundo

Guardaré mis sentimientos y me iré lejos de ti.

Ainda tocando, ele apontou a Mia a terceira estrofe e ela acenou, adivinhando o que ele queria.

 Dame tu mano, devuélveme el aire

Di que me amas, que no eres culpable

Por lo menos un momento

Dime que esto no es cierto

Cantaram juntos o refrão novamente, e Mia fechou os olhos, com duas lágrimas correndo por seu rosto. Miguel sorriu e colocou o violão de lado, estendendo a mão e enxugando o rosto da namorada. “Ei, o que foi?” Perguntou, ainda sorrindo. “Tá tão feio assim?”

Mia fez que não com a cabeça, abriu os olhos e se atirou em cima dele, sentando-se em seu colo e beijando-o com uma vontade que assustou a ambos. Mesmo pego de surpresa com o impulso de Mia, Miguel era um adolescente e, assim, reagiu rapidamente. Sua língua se enroscou na de Mia, que mordeu seu lábio inferior e o puxou com uma leve força, fazendo-o gemer abafado contra os lábios dela.

As mãos de Miguel pareciam ter vida própria, deslizando pelos cabelos e pelas costas de Mia até o cós da saia dela e subindo por baixo da camisa social de tecido fino do uniforme. Sob suas mãos calejadas pelo violão, a pele dela era delicada e macia, e o toque arrepiou a ambos. Ofegantes, suas bocas afastaram-se, mas Mia não saiu de cima dele embora soubesse que devia, e Miguel decidiu naquele segundo que só tiraria as mãos de onde estavam se ela lhe pedisse.

“Miguel...” Murmurou ela, rouca.

“Hummmm?” Disse ele, atacando sua boca em novo beijo voraz e deslizando os lábios pelo rosto dela, chegando a seu pescoço. Beijou e lambeu a pele quente e sensível, e o gemido baixo e tímido de Mia deixou o namorado ainda mais aceso de desejo.

O toque dos lábios de Miguel em seu pescoço e as mãos dele em suas costas deixavam Mia desorientada. Ela sentia algo que nunca tinha sentido antes, mas não sabia o que, e isso a assustou. Respirando fundo, empurrou de leve os ombros do namorado, forçando-o a afastar o rosto de onde estava, praticamente enterrado em seu cangote. “Miguel?”

O rapaz sentiu a pressão das mãos de Mia empurrando-o para longe dela (mas não muito) e cedeu, mas não antes de soltar um gemido queixoso. Abrindo os olhos, a primeira visão que teve foi da namorada, e o que viu quase o fez perder por completo o pouco de juízo que ainda restava em sua cabeça.

Mia estava de babar, com a boca inchada de seus beijos, os cabelos despenteados por suas mãos e o rosto muito corado. Os dois primeiros botões de sua camisa social estavam abertos (como, ele não sabia dizer), e ele podia ver pelo decote que se formava os seios pequenos e arfantes. As pernas dela estavam em torno de sua cintura, e apenas sua calça jeans e a calcinha dela separavam seu membro rijo da intimidade da namorada.

Respirando fundo, o rapaz fechou os olhos e apoiou a testa na da namorada, tentando controlar-se. Após alguns minutos, tirou Mia gentilmente de seu colo, colocando o violão no lugar a fim de disfarçar o generoso volume que se formara em sua virilha. “Desculpe”, disse em seguida, sorrindo sem graça.

Mia estava igualmente sem jeito, mas sorria timidamente. Ajeitou a camisa social, fechando os botões que estavam abertos (como isso aconteceu?), e passou as mãos pelos cabelos despenteados. Depois, tomou a mão livre do namorado nas suas e sorriu com doçura. “Eu adorei, Miguel. Ficou linda. Acho que a banda vai adorar”, admitiu, sincera.

“Espero que sim”, respondeu ele, sorrindo. Abriu a boca para falar mais algo, mas o sinal que marcava o início das aulas da tarde tocou. Quando Mia olhou para ele, alarmada, ele fez um gesto na direção da porta com a cabeça. “Vai. Eu te encontro na sala daqui a pouco”.

Mia acenou, afirmativamente, mas então o olhou com dúvida. “Você vai se atrasar”.

“Mia...” A inocência dela só serviu para excitá-lo ainda mais (o pior que podia lhe acontecer, considerando seu estado). “Se eu levantar agora... Eu não vou demorar, prometo”.

Mia entendeu após alguns segundos o que ele queria dizer e ficou com o rosto vermelho como um tomate. Levantou-se e hesitou por alguns momentos, sem saber o que fazer, até que se decidiu e se aproximou do namorado, apoiando as mãos no rosto dele e levantando-o de modo que pôde beijá-lo.

“Eu sei que eu devia dizer que foi rápido demais”, falou em voz baixa. “Mas a gente não fez nada demais, fez?”

Miguel sorriu. “A gente só se empolgou demais nos beijos”.

“Isso mesmo”. Mia sorriu também e deu um selinho nele. “É normal isso acontecer, ainda mais na nossa idade”.

“Mas agora você precisa ir”, lamentou Miguel.

Mia deu um risinho e se afastou. “Já tô indo. Até depois”.

. . . .

Quando Mia voltou à sala, Vicki viu de cara que tinha acontecido algo à amiga. Mia estava sem batom, com o cabelo despenteado e uma carinha de quem tinha visto passarinho verde. Considerando que o grupo todo sabia que Miguel ia mostrar a Mia a melodia que tinha feito para a poesia dela, Vicki na hora se ligou que tinha realmente acontecido algo. Aproximou-se da loira discretamente e deu um cutucão no ombro dela. “Disfarça esse sorriso de quem tá de bem com o mundo, senão vai ficar todo mundo curioso”, murmurou quando Mia olhou na sua direção.

Mia ficou vermelha e prendeu uma mecha de cabelo atrás da orelha, mas se fez de sonsa. “Tá doida, Vicki?”

A outra loira deu um olhar de ‘você-não-me-engana’. “Aconteceu alguma coisa com o seu boy na hora do intervalo e eu quero saber o que é, mas não agora, Mia. Disfarça aí esse brilho todo!”

Mia, ainda muito sem graça, abaixou o rosto deixando que os cabelos caíssem como uma cortina em torno, escondendo-o. Miguel entrou pouco depois, vendo o sorriso maroto de Vicki, e percebeu de imediato que a outra loira tinha adivinhado que algo tinha acontecido, mas se fez de bobo e sentou-se atrás da namorada. “Demorei?” Perguntou ele à namorada, que ergueu o rosto ainda corado e lhe fez um sinal negativo com a cabeça, sorrindo.

“Eu nem quero saber o que vocês dois fizeram que deixou a minha amiga com essa cara – mentira, quero sim, mas não agora”, cochichou Vicki para o casal. “Só me digam que a música tá pronta. Tá todo mundo curioso!”

Mia relaxou, e seu sorriso perdeu aquele ar abobado de quem tinha passado por um bom amasso. “Tá sim, amiga, e ficou linda! Aposto que vão adorar!”

Nota da autora: SIM, vai ter hot! Só peço um pouquinho de compreensão comigo, porque eu NUNCA escrevi cenas picantes (estou lendo muitas fics aqui para ver como as meninas fazem), a não ser em inglês, e considerando que o FFBR tem aquele filtro chatinho de palavras mais... ahn... pornográficas (?), obscenas (?)... Enfim, aquele filtrinho chato que transforma as palavras com conotação hot em asteriscos complica a vida. Mas SIM, vai ter hot.

O próximo capítulo já está pronto (ou quase, pelo menos), e vai ter momento fofo de Vicki e Mia (adoro a amizade das duas) e... que rufem os tambores... O PRIMEIRO ENSAIO DA FUTURA RBD!

Queria agradecer aos meus leitores lindos e quietinhos que estão fazendo essa minha fic subir no ranking do FFBR. Nunca imaginei que a minha história, que eu achava tão mais-do-mesmo, ia fazer tanto sucesso! Obrigada por lerem, fico muito feliz com isso! E não se preocupem que não sou como muitas escritoras que condicionam atualizações a comentários. Considerando que o site não permite comentários anônimos, eu me satisfaço com a visualização de vocês! Críticas, comentários e sugestões são bem-vindos no Twitter em @girlplayingames.