Fanfic: até as últimas consequências | Tema: Rebelde [MyM]
até as últimas consequências
capítulo 25 – a house of cards in a hurricane
Música do capítulo: Helpless When She Smiles (Backstreet Boys)
Miguel saiu do quarto de Mia silenciosamente às seis horas da manhã, com olheiras no rosto, a típica expressão de quem não havia dormido nada e sentimentos muito conflitantes dentro do peito. No quarto, deixara a namorada adormecida, aninhada debaixo dos lençóis que ainda cheiravam aos dois. Na pele, levava o cheiro de Mia. Na memória, as lembranças da noite que haviam vivido. Nos ouvidos, a confissão que ela lhe sussurrara pouco antes de dormir.
Eu te amo.
Ao chegar na ala masculina e em seu quarto, o moreno de Monterrey entrou sem fazer ruído, já que Téo e Nico dormiam a sono solto, e foi direto para o banheiro. Tirou a roupa e ligou o chuveiro na força máxima, entrando de cabeça debaixo da água quente.
Junto com a água, rolaram lágrimas quentes e amargas por seu rosto.
Por um lado, amaldiçoava Franco Colucci por sua falta de escrúpulos que o levara a dar um golpe em seu pai e omitir-se no socorro a Antônio Arango depois do acidente. Se Mia fosse filha de outro homem, ou se a tivesse conhecido antes da morte de seu pai, ele estaria livre para aceitar o amor dela e para viver com ela esse relacionamento que, apesar de breve, já era tão diferente dos outros que ele tinha vivido até então. Podia ter se aproximado de Mia por motivos escusos, mas ela provara-se ainda mais interessante e instigante do que ele havia imaginado. Em outros tempos, outras circunstâncias, ela seria a mulher da sua vida, disso não tinha dúvidas.
Por outro lado, sentia-se um monstro. Aproximara-se de Mia com a pior das intenções, envolvera-a, fizera-se apaixonar-se por ele e conquistara sua confiança a ponto de ela entregar-lhe algo que nunca quisera dar a outra pessoa: sua virgindade. Mia o amava, entregara-se a ele, e no futuro lembraria dessa primeira vez com amargura. Porque o orgulho de Miguel e sua vontade de vingar a morte do pai não lhe permitiriam sair do plano original agora.
Havia alcançado o objetivo tão almejado. Se não desse o golpe final agora, seu pai nunca seria vingado. Se Miguel não terminasse com Mia, Franco jamais sentiria na pele a mesma dor que a família Arango havia sentido com a estúpida morte de seu patriarca.
Mas a ideia de magoar Mia o feria como uma faca no peito. Sua mãe tinha razão. Ela não merecia. Além do mais, o rompimento com Mia a tornaria alvo dos outros rapazes do colégio – em especial Joaquim que era tão descarado em seu interesse pela loira. Só imaginar Joaquim beijando, abraçando, tocando Mia era o suficiente para deixar Miguel com o sangue fervendo de ódio.
Incapaz de chegar a uma conclusão satisfatória para seu dilema, Miguel sufocou a vontade de dar um soco na parede azulejada do banheiro. De nada ia adiantar bater nos azulejos – ia apenas causar-lhe dor na mão e um prejuízo que ele não tinha como cobrir, afinal de contas.
Saiu do banheiro apenas enrolado na toalha, enxugou-se, vestiu uma cueca e uma bermuda e jogou-se, de bruços, na cama que lhe cabia. Enterrou o rosto no travesseiro, tentando sufocar as lembranças de Mia, mas foi impossível. Acabou caindo num sono agitado, o que provavelmente causou o pesadelo que o atormentou naquele começo de manhã.
Miguel estava no meio de uma estrada montanhosa e cheia de curvas, sendo castigada por uma chuva forte que rapidamente o encharcou. Olhou confuso ao redor, sentindo um frisson de dor ao reconhecer o local como o lugar onde seu pai sofrera o acidente que o matou. Estreitou os olhos para firmar a vista contra a torrente de água que caía do céu, e um raio explodiu no ar, iluminando os arredores naquele momento.
O moreno sufocou um grito ao reconhecer, um pouco mais à frente, a ferragem retorcida e destruída do carro de Antônio. Correu naquela direção, e seus olhos se encheram de lágrimas ao ver o corpo do pai arrastando-se da carcaça destruída do carro. Antônio estava lavado de sangue, pálido, os olhos cheios de raiva.
“Papai!” Miguel gritou, desesperado, ajoelhando-se no chão e tomando nos braços o corpo destroçado do pai. Antônio agarrou com a mão ensanguentada a camiseta encharcada do filho, puxando-o para baixo com uma força inesperada e fuzilando com olhos que ardiam de ódio.
“Prometa-me, Miguel”, murmurou Antônio com voz fraca, mas clara apesar do burburinho da chuva no asfalto, “prometa-me que você não vai me faltar. Que vai fazer o Colucci pagar pelo que ele fez à nossa família”.
Miguel sentiu como se alguém lhe desse um soco no estômago. Seu primeiro pensamento foi para Mia. “Papai...” Ele gaguejou. Mas Antônio puxou-o ainda mais para baixo, de modo que seu nariz quase encostou no do filho e seus olhos ficaram firmes.
“Prometa-me, Miguel!” Exigiu o homem. “Não vou descansar em paz enquanto eu não tiver a sua garantia de que ele vai sofrer tanto quanto nós sofremos!”
“Eu...” Miguel vacilou. Não queria fazer aquela promessa. Por Mia. Porque Mia não merecia aquilo. Não merecia sofrer por algo que não era culpa dela.
Mas era seu pai. O homem a quem devia a vida, que o criara. Antônio também não merecera o fim estúpido e solitário que tivera. Loli não merecia perder o pai tão nova. Sua mãe não merecia ficar viúva e sem dinheiro. O moreno engoliu à força o bolo que se formara em sua garganta. Quando respondeu, sua voz saiu tão fraca que quase não a reconheceu.
“Eu prometo”.
Antônio sorriu de leve para o filho. “Obrigado”, agradeceu ele em voz baixa.
Naquele momento, a mão que prendia a camiseta de Miguel com tanta firmeza perdeu a força e caiu no chão. Miguel piscou, aturdido.
“Papai? Papai!” Chamou, desesperado. “PAPAI!”
Em seu desespero, ergueu os olhos e passou-o pelos arredores. Seu coração parou quando viu Mia um pouco afastada, olhando-o com infinita tristeza.
Miguel sentou-se na cama, com a respiração ofegante. Olhou ao redor, seu cérebro confuso pelo sono e pelo pesadelo quase esperando ver a estrada lavada de chuva e iluminada pelos raios, a carcaça retorcida do carro de seu pai e Mia a encará-lo com sofrimento no olhar. Precisou de alguns minutos para lembrar-se que estava na Cidade do México, mais especificamente dentro do Elite Way, e que Mia provavelmente dormia o sono dos inocentes em seu quarto, ignorante do turbilhão que o consumia.
As palavras do pai em seu sonho se repetiam em sua mente, misturadas à confissão de Mia na noite da véspera.
Não vou descansar em paz enquanto você não prometer...
Eu te amo...
Miguel escondeu o rosto no travesseiro e gritou. Gritou várias vezes, o som abafado pelo travesseiro, gritos de desespero, de confusão, de dor, de pânico, de aflição, de culpa. Mas, quando ergueu o rosto do travesseiro agora ensopado de suas lágrimas, era um homem com uma decisão tomada.
Maybe I’d fight it if I could. It hurts so bad, but feels so good.
Autor(a): juliethewriter
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Comentários da Fanfic 13
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Angel_rebelde Postado em 05/12/2017 - 17:25:30
Dá mta dó do Miguel por td que ele passou ao perder o pai e como essa dor custa a cicatrizar para ele =(( </3 Agora está entre um amor que mal conheceu e uma promessa feita como ato desesperado para fazer a última vontade de um ente querido =// Situação mto complicada =(( espero q a Mia o faça mudar de ideia. Connnnttttttttttttt Por Angel_rebelde
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Angel_rebelde Postado em 04/12/2017 - 17:23:24
Mia toda tímida kkkkkkkkk mas pelo menos foi !! Vivaaaaaaaa o/ Miguel mesmo pensando na 'vingança' pensou em todos os detalhes para não fazer feio. Quero ver na hora q ela descobrir ou alguém falar que ele queria apenas bagunçar a vida dela =(( Sãooo lindooossss juntooooooos e apaixonadinhos <333 Medo quando isso for abalado </3 Cooooooooooonnntt Por Angel_rebelde
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Angel_rebelde Postado em 04/06/2017 - 20:34:40
Mtoooooooooooo lindoooooooooooooos *--* Meu casal fazendo música juntos e dando fugidinhas ;D adooooooooooooooooro. A música Solo quedate en silencio é a minha preferida mas bem q eles podiam cantar Este Corazón pq essa marca mtos momentos tanto MyM quanto AyA. Suaa fic é top !! Coooooooooooonnnntt Por Angel_rebelde
juliethewriter Postado em 06/06/2017 - 15:07:24
Minha primeira comentarista! Bem-vinda de volta! Então, a música Este Corazón está nos meus planos, com uma ideia que eu já usei numa história sobre Rachel e Jesse de Glee. Mas ela vai entrar na parte angst dessa história (que, sinceramente, provavelmente vai acontecer antes do que eu imaginava). Afinal de contas, EC é uma música triste. Continue comentando que eu gosto das suas opiniões!
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sintiyomemuero_anahi Postado em 26/05/2017 - 10:36:36
Continuuuuuua mym
juliethewriter Postado em 26/05/2017 - 10:54:11
Oi, querida! Tem mais dois capítulos planejados para hoje (só preciso achar a música certa para o próximo), então pode ficar tranquila que você vai ter muita fofura MyM ainda hoje mesmo! Obrigada pelos comentários!
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sintiyomemuero_anahi Postado em 24/05/2017 - 21:01:39
Uhuuuuu que beijoooo, ai continuaaaaa
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sintiyomemuero_anahi Postado em 24/05/2017 - 09:42:05
Continuuuuua
juliethewriter Postado em 24/05/2017 - 16:42:50
Continuei! Espero que goste!
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sintiyomemuero_anahi Postado em 23/05/2017 - 10:17:48
Continuua. Nova aqui
juliethewriter Postado em 23/05/2017 - 13:29:05
Olá! Seja bem-vinda! Os dias de postagem das fics são alternados, um dia sim, um dia não. Amanhã tem capítulo novo, pode esperar!
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Angel_rebelde Postado em 22/05/2017 - 18:35:09
Leitooora novaaaaaaaaa !! Adorando a fic =D Miguel bem q tá tentando seguir com a vingança mas acho difícil pq a Mia vai amolecer o coração rebelde dele kkkkkkkkkkk. Cooooooooooooonnntt Por Angel_rebelde
juliethewriter Postado em 22/05/2017 - 22:33:57
Olá, querida! Bem-vinda e parabéns, você deixou meu primeiro comentário! Pois é, Miguelito vai tentar se manter durão, firme na vingança, bem como era na novela mesmo. Mas Mia vai conseguir tocar o coração dele, só que... Quando ele perceber que fez burrada, será que não vai ser tarde demais? HAHA Eu vou continuar com certeza, tô com tantas ideias! Um beijo e obrigada!