Fanfic: Difíceis escolhas - vondy - adaptada - TERMINADA

Dulce observou as próprias mãos e entrelaçou os dedos.
— Faz idéia do quanto é caro viver em Nova York? Não apenas eu tinha despesas de moradia mas também uma conta enorme no hospital devido ao parto de Gretchen.
— O pai dela não a ajudou financeiramente?
O pensamento de Dulce e Gretchen desamparadas o assustou.
— Dois trabalhos como atriz em cinco anos não é exatamente a descrição do sucesso. Mas as coisas serão diferentes quando retornarmos. Gretchen irá para a escola, o que me dará mais tempo e oportunidade para me dedicar a minha carreira.
Christopher notou que seu lábio inferior tremia, um gesto familiar que ele sempre associou à sua intensa teimosia.
— Eu serei feliz! — profetizou firmemente e então acrescentou com suavidade: — É que de vez em quando eu sinto que estou querendo alcançar as coisas rápido demais.
— Acho que o importante é que você permaneça com a atenção voltada em seus sonhos.
Era algo difícil para Christopher dizer, encorajá-la a seguir seus sonhos que apenas a levariam para longe dele novamente.
Estacionou defronte à residência dos Webster e desligou o motor. Virou-se e olhou para trás. Gretchen parecia um anjinho adormecido e Poppy um gnomo roncador.
— Eu carregarei Gretchen se você cuidar de Poppy — ele disse, tentando retornar ao clima agradável que marcara todo o dia até alguns momentos atrás.
— O que acha de eu carregar Gretchen e você acordar Poppy? — sugeriu Dulce com um sorriso tenso.
Mas Poppy acabou acordando sozinho e fitou-os.
— O que vocês dois estão olhando? — indagou-lhes. — Nunca viram um homem velho dormir antes?
Dulce riu. Christopher desceu do carro e abriu a porta para tirar Gretchen do colo de Poppy.
A garotinha se curvou contra o peito largo, o corpo quente e com cheiro de algodão-doce. Seus braços enlaçaram o pescoço largo de Christopher, um sinal inconsciente da confiança que ele lhe despertava. Sabia estar segura.

Quando Poppy desceu do carro, Dulce adiantou-se e pegou o dinossauro de pelúcia roxo do chão. Poppy destrancou a porta da frente da casa e acendeu a luz da sala de estar.
— Pronto, eu a pegarei — disse Dulce, colocando o dinossauro sobre o sofá e estendendo os braços na direção da filha.
— Eu estou com ela. Apenas me diga onde devo acomodá-la — respondeu-lhe Christopher, não querendo soltar a garotinha ainda.
Nunca antes experimentara a sensação de ter uma criança adormecida nos braços. Seu coração batia alegremente. Era bom observar a respiração de um ser tão inocente, experimentar a confiança que lhe era depositada.
Já tentara imaginar antes como seria ser pai, mas jamais sentira com a intensidade experimentada naquele momento.
Seguiu Dulce para o andar de cima até seu quarto, onde uma caminha estava encostada à parede e uma cama de solteiro acomodada do lado oposto. Soube imediatamente qual era a de Gretchen, já que os lençóis que a cobriam estavam decorados com ursinhos e patos.
Inclinou-se e a colocou na cama. A menina abriu os olhos e sorriu, um sorriso doce que rumou diretamente ao coração de Christopher.
— Oi, tio Christopher. Eu adormeci?
— Sim.
Ele tocou-lhe a ponta do nariz com o indicador.
— E agora você pode voltar a dormir, porque já está em sua caminha.
Gretchen sentou-se com a testa franzida.
— Onde está meu dinossauro?
— No andar de baixo. Eu irei pegá-lo — Dulce disse, e desapareceu do quarto.
— O que acha de tirarmos seus sapatos e meias antes de você dormir? — sugeriu Christopher.
Gretchen assentiu. Enquanto ele observava, tirou os tênis e meias e então deitou-se na caminha, bocejando profundamente.
— Nós nos divertimos hoje, não é mesmo?
— Com certeza sim.
Christopher sentou-se à beirada da cama e afastou uma mecha de cabelos do rosto da menina.
— Poppy se divertiu também.
— Sim, acho que sim — concordou Christopher.
— Adoro carnaval — disse ela, as pálpebras muito pesadas devido ao sono.
— Eu também.
— E eu adoro algodão-doce.