Um
Pecaminoso é seu jeito de me olhar, e quando sussurra em meu ouvido...
Ah, quero tê-lo por inteiro.
Estava deitada em minha cama, olhando para o teto e avaliando a minha vida.
Meu nome é Dulce Saviñon, tenho 24 anos, recém-formada em Administração. Sou uma menina comum, ruiva, olhos castanhos, magra e alta. Desastrada ao extremo.
Consegui um estágio numa empresa de processamento de dados, On Sy stem. Na verdade, era uma secretária faz-tudo. Todo pepino no escritório vinha parar na minha mão, desde o botão da camisa do chefe que soltou até a máquina de xerox com defeito.
E por falar no chefe, o Sr. Christopher Uckermann é “o chefe”. O cara era um maníaco por trabalho, dono da empresa juntamente com a vaca da irmã. A família se mudou para o Brasil quando os dois ainda eram pequenos e abriu a On Sy stem com a matriz nos eua.
Ah, e seu passatempo favorito? Importunar-me a cada cinco minutos com amenidades como
“Dulce, me traga um café” e “Dulce, meu sapato está desamarrado”.
Nossa, virei um capacho! Cursei quatro anos de faculdade para essa merda. Só tem uma coisinha: eu disse que ele era um deus grego? Não?! Pois é, o cara era de tirar o fôlego. Cabelo castanho num corte moderno, olhos verdes e intensos, uma barba rala e bem feita cobria o rosto másculo de maxilar forte e queixo quadrado. E o corpo? Oh, Deus. Se foi criado um homem melhor do que aquele, eu queria saber, porque iria me jogar como se estivesse pulando numa piscina.
Ele devia ter pelo menos um e noventa e uns noventa quilos de puro músculo. Sua pele era bronzeada pelo sol. Estava sempre vestido impecavelmente, os ternos que usava eram feitos sob medida. Então, você pode imaginar quão gostoso ele ficava. Cada vez que passava em frente à minha mesa, tinha que me segurar para não atacá-lo.
Quando ele me entregava algum documento que precisava analisar, suas mãos fortes me hipnotizavam, tinha a sensação de que engoliriam as minhas duas. Bom, com o gato/carrasco do meu chefe já apresentado, vamos ao que me levou a essa profunda reflexão.
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Numa tarde de sexta-feira, todos do escritório saíam cedo, mas o chefe pediu para que eu ficasse até mais tarde. Precisava resolver alguns documentos o mais depressa possível.
Claro, a burra de carga não tinha vida própria. Eu podia ficar até o outro dia se necessário.
Certo? Não!
Não que estivesse perdendo algum compromisso importante. Minha fidelidade era com um filme de comédia romântica, balde de pipoca e minhas pantufas de elefante.
Nada muito emocionante.
Mas, poxa! Eu trabalhei a semana inteira. E o maior problema de todos era que eu estava há mais de duas horas do meu horário normal de sair e não tinha chegado nenhum maldito arquivo para eu analisar. Ele não podia adiantar a situação?
Decidi dar um basta. Afinal, eu não estava ficando mais nova esperando sua boa vontade. Bati duas vezes e esperei. Uma voz rouca e grave me respondeu e prontamente fiquei em alerta. Aquela voz me deixava desconcertada.
Abri a porta e entrei. Ele estava sentado atrás da mesa com os cotovelos apoiados nos braços da cadeira e o queixo forte nas mãos cruzadas.
Seus olhos me avaliaram com um brilho que não captei logo no início.
— Senhor, já tem os arquivos prontos? Gostaria de ir para casa.
Ele levantou uma sobrancelha, parecendo ainda mais arrogante do que já era.
— Está com pressa, Dulce? Algum encontro?
— Não que seja da sua conta, senhor. Mas estou cansada, meu horário de trabalho acabou faz tempo.
Ele mordeu os lábios me hipnotizando, queria ser aqueles dentes.
— Hum, e você demorou duas malditas horas pra vir até aqui. Eu estou explorando demais?
Sua pergunta me pegou de surpresa. Eu estava perdida em pensamentos luxuriosos de sua boca na minha e me distraí. Quando percebi que ele estava sendo apenas estúpido, meu temperamento ameaçou explodir, mas o mantive preso para não entrar em problemas.
— Não, senhor. — Suspirei em derrota. Não adiantava explicar, o “carrasco” não iria entender.
— Onde estão os arquivos?
Ele girou em sua cadeira ficando de perfil para mim.
— Vem aqui, Dulce. — Apontou à sua frente.
Franzi a testa confusa.
— Não entendi.
— O que há para não entender? Vem aqui. Agora!
Fiquei aturdida com suas ordens, mas acatei sem demora. Não iria arriscar dar uma de difícil, vai saber o que se passava na sua cabeça? Talvez tenha enlouquecido!
Parei à sua frente e ele me avaliou de cima a baixo com um olhar predador. Eu estava vestindo um terninho preto, camisa de seda vermelha e sapatos scarpin pretos. Sempre gostei de me vestir bem.
— Você tem belas pernas, Dulce.
— O quê...?
Não conseguia pegar a vibe da situação. Será que estava acontecendo mesmo o que eu achava que estava acontecendo?
— Todos os dias, nesses três malditos meses de estágio, tenho prestado atenção ao seu corpo pecaminoso.
Ele baixou a vista, medindo-me totalmente. Apesar de estar toda coberta, me senti nua. Lambeu os lábios e eu quase gemi, já estava latejando.
— Você está me cantando? — Eu tinha que perguntar, não conseguia acreditar no que estava acontecendo.
Christopher sorriu maliciosamente e se levantou. Seu corpo grande pairou sobre mim e me vi numa névoa de desejo, querendo lamber cada pedacinho da sua pele dourada. Ele parou à minha frente e abaixou a cabeça, sussurrando em meu ouvido:
— O que você acha? Eu não gasto lábia com o que não vale a pena. Seu corpo é maravilhoso, Dulce. E agora, que acabou seu período de experiência, eu vou tê-la.
Oh, Deus! Como se não bastasse tudo o que disse, o homem ainda era cheiroso.
Seu perfume
estava me deixando tonta. Cambaleei para trás e, se não fossem suas mãos fortes, eu teria me espatifado de bun/da no chão.
— Você está bem?
Parecia realmente preocupado, mas não conseguia pensar direito. Seu corpo tão perto do meu me deixava tensa de excitação. Que droga era aquela? Estava desejando o carrasco mesmo? ser estresse do trabalho... Ok! Continue dizendo isso que você acaba acreditando, Dulce!
— Estou, é só um mal-estar. Já vai passar.
Ele me olhou por um momento e sorriu amplamente, me fazendo bambear um pouco mais.
— Posso fazê-la se sentir melhor? Sei bem o que você quer.
Arregalei os olhos. Será que eu era tão transparente assim? Queria esse homem há tanto tempo, em segredo e sem admitir pra mim mesma, que posso ter ficado muito óbvia.
— Não fique tão surpresa, pequena. — Ele segurou meu queixo com dois dedos. — Era bem óbvio seu interesse por mim, mas o que você não sabia é que era recíproco. Eu só sei disfarçar melhor.
Então, acham que vai rolar?
Até amanhã!!!
Beijos♡