Fanfics Brasil - Prólogo À procura de alguém (Vondy)

Fanfic: À procura de alguém (Vondy) | Tema: Vondy


Capítulo: Prólogo

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Prólogo


 


        Era oficial.


         Ela estava num encontro dos infernos.


         Dulce María Espinosa Saviñón levantou a taça de vinho, forçou um sorriso radiante e tentou não ficar olhando para o fiapo de queijo pendurado no queixo do acompanhante. O.K., ele era um tanto inadequado socialmente. Mesmo assim, não era certo ficar reparando no pedaço de frango à parmegiana colado no rosto dele.


         Ela passou o guardanapo no próprio queixo, numa tentativa silenciosa de inspirá-lo a fazer o mesmo. Era um gesto universal entre as mulheres, usado quando queriam avisar umas às outras de que havia papel higiênico colado no sapato ou uma etiqueta de preço pendurada para fora da saia - mas o cara parecia ter faltado a essa aula.


          Ele continuou falando sobre a empresa de marketing, o que era até interessante, mas como ela poderia se concentrar, quando só o que via era um pedaço de mozarela?


           "Hum, Bradley? Você está com um n-n-n-negócio, hum, bem aí no seu..."


           Ele passou a mão no queixo sem qualquer sombra de delicadeza, e o queijo caiu sobre o prato. "Obrigado. Então, estou muito contente por te conhecer pessoalmente. Gostei de conversar com você pelo telefone."


            De repente, Dulce perdeu a fome. Empurrou o último pedaço de salmão pelo prato e concordou. "Eu também. Como empresária, sou fascinada por marketing, relações públicas e as melhores práticas para divulgar a marca. Que tipo de s-s-s-serviços você oferece na sua agência?"


             Gagueira idiota. Sempre aparecia quando ela ficava nervosa ou queria causar uma boa impressão. Não que o acompanhante parecesse se importar com a pergunta. Na verdade, ele parecia bem mais interessado no garçom; abriu um sorriso quando ele chegou para limpar a bagunça da mesa e fez um silêncio respeitoso até que terminasse.


                Bradley revirou o espaguete e sugou os fios compridos por entre os dentes, assoviando. Quando finalmente conseguiu engolir, levantou o olhar. Seu rosto tinha uma expressão estranha. "Bem, eu não trabalho exatamente nesse departamento. Mas vou começar em breve. E sei mais sobre o assunto do que a maioria dos funcionários de lá."


               Hum. Ele havia insinuado que dirigia um departamento inteiro. Esquisito. " O seu cargo é de relações públicas, certo? Em que área se encaixa isso?"


                "Porteiro."


                Dulce piscou. "Ah. Puxa, aposto que você tem a oportunidade de conhecer um monte de gente interessante."


               Os lábios dele estavam sujos de molho. Ela fixou o olhar um pouco mais à esquerda.


               "É. Achei que poderia começar a trabalhar num cargo mais júnior e ir galgando posições aos poucos."


               Nem tudo estava perdido. Ela admirava homens ambiciosos. Claro, ele tinha distorcido um pouco a verdade sobre seu trabalho, mas talvez estivesse com vergonha de contar a ela por telefone. Não que fosse julgá-lo; Dulce não dava a mínima para o cargo do cara com quem estivesse saindo. Para ela, o importante era gostar do que faz. Até que a aparência dele não era ruim. Sem grandes surpresas, como ela preferia. Cabelo escuro e curto, olhos castanhos, rosto arredondado. Um pouco acima do peso, mas nada extraordinário neste mundo repleto de fast-food e recompensas imediatas. Dulce detestava os bonitos e charmosos que usavam as mulheres só como objetos para alimentar o ego.


               "Esperto. Você estudou nas Universidade de Nova York, certo? Eu também me formei lá, em administração de empresas. Você cursou o quê?"


                "Fiz um curso lá uma vez. Não cheguei a terminar, porque tive que tomar conta da  minha mãe."


                Imediatamente, ela sentiu lampejos de solidariedade e esperança. O respeito pela família era sinal de um bom parceiro. "Que pena. Ela está doente?"


                 Migalhas de pão italiano caíam pelo canto da boca dele. Sim, as refeições com ele seriam dramáticas, mas um homem que cuida da mãe só pode ter um coração de ouro. "Ela tem artrite. Resolvi ir morar com ela e ajudar."


                Por que será que parecia ter mais coisa nessa história? "Ela tem dificuldade para se movimentar? Já ouvi dizer que os casos mais graves podem causar muita dor."


                Bladey fez uma pausa para beber água, que foi se juntar à refeição completa que ele já tinha espalhada pelo rosto. "Os dedos dela doem às vezes, então abro os potes de vidro para ela e coisas assim. Faço companhia, e ela cozinha e limpa a casa pra mim. Está dando certo por enquanto."              
                    Esse encontro estava mais fadado ao desastre do que o Titanic, mas Dulce continuava tentando desviar o iceberg como alguém que luta pela própria sobrevivência. Ela precisava desesperadamente que Bradley fosse "o" cara. Cem é um número de sorte, não é? Cem encontros eram sinal de paciência. Ela havia esperado, investido seu tempo com sabedoria, sempre acreditando no processo. Bem-sucedida proprietária da agência de relacionamentos Kinnections, ela respirava esse negócio o tempo todo. Ela acreditava naquilo, caramba. E já estava começando a ficar meio estranho que a dona da empresa continuasse solteira, sem nenhum pretendente em vista.


                 Ela dobrou os dedos e lutou contra o impulso de tocar nele. Se houvesse a menor química, ela lidaria com aquele emprego e com a relação estranha que ele tinha com a mãe. O dom que tinha de sentir a energia entre duas pessoas destinadas a ficar juntas era também uma maldição. Quantas vezes já não sentira um pequeno choque ao tocar num casal de almas gêmeas? Quantos homens já não entregara a outras mulheres porque sabia que seu acompanhante da noite, na verdade, tinha de estar saindo com a garçonete ou com a vendedora da loja? Para o trabalho, o dom funcionava bem, mas na vida pessoal era um desastre. Esse poder corrias nas veias de gerações de mulheres da família, mas nenhuma antes dela havia decidido usá-lo para os negócios. Ainda assim, ela preferia confiar na tecnologia e na experiência para formar os pares na Kinnections e se esforçava para não deixar que o dom interferisse no plano de negócios origina. Para ela, era mais uma maneira de confirmar que haviam feito a escolha certa, depois que o casal já estivesse mais sério. Mas não pretendia contar ao Bradley ou a qualquer outro sua arma secreta.


                Estudou-o por cima da mesa e se recusou a perder a esperança. Bradley tinha que ser a escolha certa, mas ela ainda não estava preparada para pôr as mãos nele e confirmar.


                A garçonete se aproximou e pôs discretamente a conta no centro da mesa. Bradley olhou para a conta e sacou do bolso uma calculadora. "Ok, como não está redondo, eu fico com a maior parte. Você paga quarenta e três, e eu, 44,63. Já com a gorjeta. Pode ser?"


              


 



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Autor(a): minhavidavondy

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                 Dulce ficou parada, enquanto seu sonho de encontrar uma alma gêmea desaparecia tão rapidamente quanto a Bruxa Malvada do Leste, sem que ela sequer ganhasse um lindo par de sapatos vermelhos no processo. "Claro".                   "Ótimo. Cart&atild ...



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 97



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  • tahhvondy Postado em 27/10/2017 - 23:02:31

    amei que final lindo

    • minhavidavondy Postado em 30/10/2017 - 09:37:42

      Lindo, né!!

  • beatris Postado em 23/10/2017 - 17:28:47

    ai q final lindo amei o fato de ter sido no pontto de vista do robert e as palavras finais realmente nos instiga a refletir parabéns essa fic foii demais

    • minhavidavondy Postado em 24/10/2017 - 09:07:05

      Tb achei interessante ao ler. Foi de uma importância muito legal o Robert mostrar como se sentia. Afinal ele foi uns dos personagens mais ativos kkk

  • beatris Postado em 22/10/2017 - 00:34:36

    meu deus me arrepiei c essa parada do feiitiço coitada da dul se meteu na maior increnca quero ver como vai sai....

  • btrutte Postado em 21/10/2017 - 11:59:14

    Ca-ce-te. Christopher realmente tá com medo assim? Gente, o casamento dele deve ter terminado muito, muito mal pra ele fugir desse jeito. Até a Jane sacou que rola um climão entre ele e Dulce. Onde clica pra esses dois se resolverem? Que dó da Dulce, meu Deus!!!

  • mimila Postado em 21/10/2017 - 10:54:31

    O Ucker é um idiota ou oq? Ele tem q ver q nem todos os relacionamentos são como os que ele resolve e nem como foi o dele e se ele ama a Dul e ela o ama eles tem q tentar pra ver oq dá. Pois como diz quatro frase que li um dia desse q: "Porque o futuro pertence a Deus, e ele só revela em circunstâncias extraordinárias." "O futuro a Deus Pertence." "O amanhã Pertence a Deus." "Viva o Hoje e o Resto Você Vive Conforme For Acontecendo." Então é isso, ele tem q pensar nessas frases e ser feliz com a Dul... Posta maissssss

  • tainara_vondy Postado em 21/10/2017 - 01:08:51

    Posta mais ***

  • mimila Postado em 19/10/2017 - 16:12:00

    Quero mais e quero que a Dul e o Ucker parem com esse chove não molha veem que ambos são perfeitos um pro outro, posta maissssssssssssssss

  • tahhvondy Postado em 18/10/2017 - 17:57:22

    continua

  • tainara_vondy Postado em 17/10/2017 - 18:35:19

    Continua....

    • minhavidavondy Postado em 18/10/2017 - 08:39:54

      Pode deixar kkkk

  • btrutte Postado em 17/10/2017 - 13:12:55

    Meu Deus, ela vai procurar o Chris. Por que eu tenho a sensação de que ele vai ficar apavorado? Nossa, me dá agonia só de pensar nele dando um fora na coitada da Dulce. O cara não consegue raciocinar direito quando se trata dela.

    • minhavidavondy Postado em 18/10/2017 - 08:39:31

      Obrigada pelos comentários


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